O mercado financeiro é amplo e as possibilidades que este oferece são inúmeras. Bancos, corretoras, cooperativas e gestoras de recursos são apenas quatro exemplos de instituições que podem te abrir portas – isso sem nem sequer mencionar a gama ainda maior de cargos que você tem para explorar em cada lugar, ou até mesmo como autônomo.

Tamanha vastidão certamente deixa no ar uma pergunta bem importante: por onde começar, então? Como fazer parte de tudo isso? Neste artigo, eu compilei tudo o que você precisa saber sobre o mercado financeiro: perfil profissional, formação necessária, certificações indispensáveis, tendências para o futuro e até soft skills!

Quem pode trabalhar no mercado financeiro?

O mercado financeiro é bastante competitivo e exigente. Por isso, para entrar nele, ter uma graduação, preferencialmente pertinente ao setor, e (pelo menos) uma certificação financeira básica são duas obrigatoriedades para você começar a sua jornada.

Nossa área de atuação está sob o regimento de várias instituições reguladoras, como a Anbima e a CVM. Estas, por sua vez, são as responsáveis por desenvolver uma infinidade de leis, protocolos e boas práticas que garantam o alto padrão do atendimento dos integrantes do mercado e a segurança de todos os clientes.

Por essa razão é que eu digo que, para começar a sua carreira – e principalmente para crescer nela – desenvolvimento e formação profissionais não são apenas diferenciais, são obrigações.

Para além destes requisitos, é claro que também é bem importante que você se interesse por finanças e pelo mercado econômico e que esteja disposto a se manter em constante atualização.

Quais as perspectivas para quem quer entrar no mercado financeiro?

Nunca antes estivemos em uma era tão rica para analisar as tendências futuras para o mercado financeiro. A transformação tecnológica começou lá atrás com a digitalização dos principais serviços oferecidos pelas instituições e, hoje, contamos até com bancos, por exemplo, que não tem nenhuma agência física.

Por outro lado – e aqui eu poderia até dizer “por consequência dessa transformação” – temos uma onda colossal e crescente de interesse pelo mercado financeiro, composta não somente por interessados em ingressar nesse mercado, mas por pessoas, famílias e empresas que cada vez mais reconhecem a importância de manter a saúde financeira e otimizar e proteger seu patrimônio.

Mais do que as mudanças de âmbito operacional, vemos hoje valores e princípios serem tão buscados quanto conhecimento técnico: a humanização no atendimento, o caráter inovador e o comprometimento inegociável com a ética e a transparência são soft skills que você definitivamente deverá trabalhar também.

Somando tudo isso, temos um mercado ávido por profissionais capacitados e certificados, prontos para preencher essas demandas cada vez maiores. Então, se você, leitor, estava na dúvida sobre embarcar nessa jornada ou não, eu te garanto que o futuro é próspero. 

Quais os cargos em alta no mercado financeiro?

A demanda por profissionais do mercado financeiro é realmente alta. Temos, por exemplo, alguns cargos cuja busca por gente capacitada tem sido gritante. Alguns, inclusive, contam com pouquíssimas pessoas certificadas no Brasil – é a sua chance de se preparar para o futuro e superar a concorrência.

Consultor de investimentos

Ao passo que investir se tornou um interesse comum entre muitas pessoas e muitas empresas, ainda é verdade que aplicar o patrimônio demanda tempo, estudo e análise e nem todo mundo dispõe desses recursos. Na dúvida, uma ajuda profissional é sempre a melhor escolha.

Assim, a demanda por consultores de investimentos cresceu muito nos últimos anos e tende a crescer ainda mais. Como eu já mencionei, o número de brasileiros oficialmente aptos a exercer essa função ainda é baixo, por isso, este é um caminho incrível dentro do mercado financeiro.

Um consultor não somente tem a responsabilidade de gerenciar portfólios, como também de analisar e selecionar ativos financeiros pertinentes aos objetivos específicos do cliente. Orientar os clientes em relação aos próprios investimentos também é parte de sua rotina. 

Para esta profissão, as certificações CFP Planejar e CGA Anbima são as mais indicadas.

Planejador financeiro

Recorda que, ainda neste artigo, eu comentei sobre como pessoas, famílias e empresas estão cada vez mais atentas à própria saúde financeira? Essa é uma das razões pelas quais a profissão de planejador financeiro tem sido um enorme destaque nesse mercado.

Atuando dessa forma, mais do que orientar clientes sobre ativos e investimentos, o atendimento será completo e envolverá várias esferas. Questões jurídicas, fiscais, tributárias e legislativas, por exemplo, farão parte da sua rotina, assim como qualquer outra temática relacionada às finanças.

Planejadores financeiros lidam diariamente com objetivos bem amplos e diversos, tais como:

  • Planejamento de aposentadoria;
  • Planejamento sucessório para corporações;
  • Conquistas pessoais, como aquisição de casa própria ou levantamento de fundos para custear estudos;
  • Administração de gastos rotineiros, seja para pessoas físicas ou jurídicas;
  • Gestão de estoque e fluxo de caixa.

Mais uma vez, temos a certificação CFP Planejar como o principal instrumento para habilitar um profissional a trabalhar com essas frentes.

Bancário

Um bancário é qualquer profissional que trabalhe em um banco e que esteja envolvido com questões operacionais da instituição. Dentro dessa denominação, portanto, temos:

Como os bancos foram algumas das instituições mais transformadas pelos impactos causados pela tecnologia. Assim, se nota em muitas delas uma tentativa de modernização que acabou ampliando os horizontes e aumentando as oportunidades para quem deseja trabalhar em um banco.

Estes, inclusive, continuam sendo uma das portas de entrada mais completas para profissionais em começo de carreira. Afinal, são ambientes nos quais você terá a chance de aprender uma gama bem completa de conhecimentos do mercado financeiro, além de construir uma rede de networking incrível.

Para conseguir uma vaga nesse tipo de instituição, a certificação CPA-10 Anbima é o requisito mínimo. Dependendo da função, pode ser que a CPA-20 te seja exigida. 

Assessor de Investimento (AI)

O conhecido AI da Ancord (antigamente chamado de AAI – Agente Autônomo de Investimentos). Este profissional é, em resumo, responsável por auxiliar terceiros a investirem de forma mais inteligente. Não é requisito ter graduação, é necessário ser aprovado na certificação financeira de AI da Ancord e se cadastrar na CVM.

Ao trabalhar desta forma, portanto, é necessário saber se comunicar bem e conhecer o mercado financeiro a fundo, para poder explicar aos clientes, por exemplo, as diferenças entre renda fixa e variável, o que são fundos de investimento, como as aplicações funcionam e quaisquer outros conhecimentos importantes para que seus assessorados compreendam seu trabalho e alcancem seus objetivos.

Desde 2023, esses profissionais não precisam mais necessariamente trabalhar junto a apenas uma corretora em função da Resolução CVM 178.

Como entrar no mercado financeiro?

Não há nenhuma fórmula mágica para iniciar a sua carreira. Porém, por mais que cada profissional tenha a sua própria história, é claro que alguns passos são comuns a todos – outros até obrigatórios são.

Para te ajudar a visualizar melhor esse caminho de entrada no mercado financeiro, eu elenquei algumas orientações básicas, capazes de te abrir portas em muitas instituições financeiras.

O que é preciso para trabalhar no mercado financeiro?

Primeiramente, permita-me te apresentar algumas soft skills essenciais. Em resumo, estas são habilidades comportamentais e emocionais, amplamente buscadas no mercado de trabalho atual.

Muita gente comete o equívoco de acreditar que, por lidar com inúmeros conceitos técnicos e exatos, o mercado financeiro deixa de lado aspectos de cunho mais humano e psicológico. Contudo, uma das maiores transformações do setor diz respeito justamente à necessidade de humanizarmos cada vez mais os nossos processos e as nossas competência.

Assim, ao buscar uma vaga, é muito importante que você:

  • Goste do que faz;
  • Esteja disposto a estudar e se atualizar constantemente;
  • Invista em autoconhecimento e inteligência emocional;
  • Saiba se comunicar de forma assertiva e empática;
  • Seja familiar à tecnologia;
  • Tenha um ótimo nível de adaptabilidade.

No mercado financeiro, a rotina é corrida, suas obrigações diárias são diversas e o contato com outras pessoas é uma constante, sejam elas parte de sua equipe ou clientes. 

Por todos esses motivos, quem vai além do conhecimento técnico e explora também suas próprias soft skills com certeza terá seus esforços reconhecidos no setor.

Precisa de faculdade para entrar no mercado financeiro?

Pulando agora para uma abordagem mais técnica sobre a sua entrada no mercado financeiro, temos as faculdades, que não são obrigatórias para este tipo de carreira. Aqui, o que é indispensável mesmo é a posse de uma certificação financeira.

Embora o setor não exija oficialmente nenhuma graduação, é claro que um diploma vai te posicionar à frente da concorrência, especialmente se você for especializado em alguma área das finanças.

Mais do que conhecimento técnico, uma faculdade ainda te ajuda a desenvolver outros tipos de habilidades, como comunicação e resiliência. Perfis analíticos, de liderança e de vendedor também são algumas skills que podem começar a nascer dentro de você em uma sala de aula.

Por fim, e definitivamente não menos importante, lembre-se que muitos bancos oferecem programas de estágios e trainees para estudantes. Estas, aliás, costumam ser para muitas pessoas as principais portas de entrada para a carreira. 

O que estudar para trabalhar no mercado financeiro?

As faculdades de Administração, Contabilidade e Economia costumam ser os cursos mais recomendados para esta carreira, dada a sua base teórica bastante proveitosa para o seu futuro.

Já numa pegada mais específica, seja por meio de um curso de pós-graduação ou de métodos autodidatas, é bem importante que você considere esses campos de estudo:

  • Mercado econômico;
  • Direito econômico;
  • Finanças e planejamento financeiro;
  • Gestão de investimentos;
  • Gestão de risco;
  • Mercado de capitais;
  • Investimentos e performance financeira;
  • Matemática financeira;
  • Fundos de Investimento.

Todas essas especificidades – entre muitas outras – serão parte constante da sua rotina. Por isso, eu não as listo aqui como possíveis diferenciais para o seu currículo, mas como conhecimentos que o mercado financeiro com certeza vai te exigir.

Além destas, alguns aspectos secundários, digamos assim, podem ser aquilo que fará com que os recrutadores prefiram você em detrimento de outros candidatos. Olha só:

Quais as certificações necessárias para trabalhar no mercado financeiro?

Como você já sabe, as certificações financeiras são fundamentais para trabalhar no mercado financeiro. Para algumas funções, inclusive, elas são oficialmente obrigatórias.

Entretanto, mesmo para as funções cuja respectiva legislação não cite a obrigatoriedade de nenhum selo, é muito provável que uma instituição financeira estabeleça como requisito inegociável a posse de, no mínimo, uma certificação básica.

Inclusive, já que estamos neste assunto, vale lembrar qual é o papel destes exames na estrutura desse mercado. Resumidamente, elas são as responsáveis por estabelecer uma hierarquia dentro das instituições, delimitar tarefas, cargos e estabelecer salários. Assim, quanto mais certificações você acumular, maiores serão seus ganhos e melhores serão as suas oportunidades de crescer profissionalmente.

Para te orientar melhor, eu trouxe uma lista dos principais selos disponíveis e quais portas eles abrem na sua carreira.

1. CPA-10 e CPA-20

Estas são as certificações mais básicas do mercado financeiro, ambas oferecidas pela Anbima. Enquanto a CPA-10 habilita um profissional a distribuir produtos de investimento em agências bancárias ou plataformas de atendimento, a CPA-20 oferece a vantagem extra de autorizar esta pessoa a trabalhar com clientes de alta renda. 

Se você ainda não tem nenhum selo no currículo, é por aqui que deve começar. Afinal, elas são requisitos mínimos para a maioria das instituições financeiras.

Os salários que acompanham essas certificações variam entre R$2.000,00 e R$3.500,00.

2. CEA

Esta certificação também é oferecida pela Anbima e te torna oficialmente um especialista em investimentos. Com o selo, é possível não somente recomendar produtos deste mercado, como também assessorar gerentes de contas.

Como esta é uma certificação de maior prestígio que as CPAs, o número de profissionais brasileiros aprovados neste exame é notoriamente menor que o número de aprovados nas suas antecessoras. Assim, quem é CEA não somente encontra cargos e remunerações melhores, como também enfrenta uma concorrência menor.

A média salarial para estes profissionais é de aproximadamente R$6.000,00.

3. CFG

Para quem deseja trabalhar com gestão de recursos de terceiros, a Anbima oferece a CFG. Esteja você no início ou no meio de sua carreira, este selo certamente te abrirá portas em empresas de asset management, por exemplo.

Nesta posição, um profissional trabalha com uma gama bem grande de tarefas, que vão desde a administração de ativos até o gerenciamento de patrimônios e finanças em geral. 

Com a CFG no currículo, o salário médio sobe para R$8.000,00.

4. CGA e CGE

As certificações CGA e CGE, ambas desenvolvidas pela Anbima, se parecem bastante com CFG. Nestes dois selos específicos, temos a habilitação de profissionais para atuarem com fundos de investimento e administração de carteiras de ativos.

Ao ser aprovado nestes exames, você terá um contato muito maior com o patrimônio de seus clientes, além de ter a oportunidade de se aprofundar no mercado de investimentos.

A média salarial para estas certificações é de R$10.000,00.

5. Ancord

A Ancord, por sua vez, é a responsável por formar Assesores de Investimento (AI). Um AI trabalha vinculado a uma corretora e pode prospectar clientes, definir perfis de investidor e elencar as melhores opções de ativos de acordo com cada caso. Por consequência, tem contato constante com renda fixa, fundos imobiliários, ações, entre outros.

No Brasil, a média salarial desse profissional é de R$4.000,00 e seus ganhos podem ultrapassar os R$7.000,00.

6. CNPI

Mais do que ser uma forma de valorizar o seu currículo, a CNPI, da Apimec, consta como uma obrigatoriedade para determinadas funções do mercado de valores mobiliários. 

Dessa forma, quem deseja trabalhar como analista de investimentos, por exemplo, deve ter esse selo. Inclusive, essa é uma designação da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Com esse tipo de exigência, a instituição garante a alta qualidade dos profissionais do setor, bem como a segurança dos clientes.

A remuneração de um profissional com CNPI pode variar bastante, de acordo com a instituição na qual trabalhe e com as funções que assume. Assim, enquanto o salário médio é de R$5.000,00, os ganhos podem ultrapassar os R$20.000,00.

7. CFA

Chartered Financial Planner – esse é o termo que nos dá a sigla CFA. É um exame de reconhecimento internacional e que se encontra basicamente no topo da hierarquia das certificações.

Consultoria financeira, hedge, seguros, investimentos e até pesquisas são algumas das áreas cujas portas se abrem diante deste selo.  

A remuneração neste caso pode chegar aos US$6.000,00 – isso mesmo: dólares! Aqui, é importante mencionar que esta certificação é de um grau de dificuldade bem alto e que seus salários podem aumentar principalmente entre os profissionais que já têm experiência no mercado.

Onde encontrar vagas para trabalhar no mercado financeiro?

A plataforma LinkedIn e as abas de “trabalhe conosco” das instituições financeiras costumam ser os melhores lugares para ter acesso às oportunidades no setor financeiro. Por isso é tão importante que você mantenha seu perfil e currículo sempre atualizados.

Para quem está começando nessa carreira, talvez ainda na faculdade, por exemplo, é recomendável que você busque por programas de estágio e trainee. Como eu já expliquei, os bancos costumam oferecer esse tipo de oportunidade e elas podem ser o seu pontapé inicial no mercado.

Além destes caminhos, o networking costuma ser uma boa fonte de chances para evoluir profissionalmente, inclusive no que diz respeito às oportunidades que muitas vezes não são publicamente divulgadas. Isso, é claro, não significa que você deva construir e fomentar relações unicamente por interesse, mas que você deve, sim, investir em vínculos nos quais há troca de ambos os lados – onde é possível ensinar e aprender. 

A Top te leva diretamente para dentro do mercado financeiro

Vamos recapitular: o que é preciso para entrar no mercado financeiro? Conhecimento técnico, soft skills e certificações. Concorda? 

É por isso que eu te digo que a Top te ajuda a iniciar sua carreira. Afinal, por aqui você pode ter acesso a:

Em resumo, apostamos em todas as frentes possíveis para te transformar em um profissional completo e fora da curva no mercado financeiro. Vem com a Top!

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Comentários

Vasco - 07/11/2023

Gostei muito dessas experiências

Antonio Fernando Santos da Conceição - 08/12/2023

É bastante enrequecedora as informações contida nesse texto. Confesso que aprendi muito com essas dicas e me encoragei ainda mais para ingressar nessa área. Obrigado! Atenciosamente, Antonio Fernando.