Presta atenção aqui, pois o assunto que eu vou comentar neste artigo é indispensável para quem aspira trabalhar com investimentos, ok? Ou seja, estou falando de análise de perfil do investidor! Básico e extremamente importante.
Nunca ouviu falar nisso, ou até já ouviu, mas não tem lá muito conhecimento sobre o tema? Então, é só continuar comigo que eu vou te explicar tudo em detalhes.
O que é análise de perfil do investidor (API)?
Essa análise de perfil do investidor, que carinhosa e resumidamente chamamos de API, é uma série de perguntas que ajuda o profissional ou a empresa a entender qual o perfil do investidor com o qual está lidando.
A partir das respostas deste investidor, é possível descobrir exatamente quais os melhores produtos de investimento para ele, que lhe trarão mais satisfação e lucros dentro da sua própria realidade.
A série de perguntas pode variar, contudo, alguns questionamentos devem estar presentes em todas. Olha só quais são:
- Tolerância ao risco;
- Nível de conhecimento sobre investimentos;
- Finalidade do investimento;
- Renda mensal;
- Percentual da renda que vai ser investido;
- Histórico de investimentos;
- Produtos com os quais tem mais familiaridade;
- Valor do patrimônio;
- Nível de conexão pessoal e profissional com o mercado de investimentos;
- Questões de personalidade (quanto toleraria perder, que tipo de ações deseja tomar, etc.).
Ao juntar todas essas informações, é possível enxergar com mais clareza qual é, exatamente, o perfil de investidor de determinado cliente. Mas espera aí, que perfis são esses? Vamos lá:
Quais são os 3 perfis de investidores?
Para atender melhor um cliente, dividimos os resultados da análise de perfil em três categorias: conservador, moderado e agressivo. Já conhece? Olha só:
Conservador
Geralmente, temos nesta categoria os investidores que estão dando os seus primeiros passos nesse mercado. Com pouca experiência e conhecimento, é natural que prefiram dar passos mais seguros do que ousados.
Aqui, temos ainda clientes que investirão apenas uma porcentagem baixa de seus ganhos e que prezam, nesse primeiro momento, não apenas pelo lucro, mas principalmente por segurança. Títulos de renda fixa costumam ser a escolha principal de quem tem perfil conservador. Ademais, a cartela de investimentos dos conservadores costuma ser bem limitada.
Moderado
Os investidores moderados já passaram dessa fase inicial. Leem sobre o mercado, se permitem cogitar investimentos diferentes, que ofereçam um pouco mais de lucro, apesar dos riscos que devem ser assumidos.
Outro detalhe é que os moderados já entenderam que, ao diversificar a cartela de investimentos, o lucro pode ser maior. Logo, estão tomando as primeiras medidas para se adequar a esta recomendação.
Neste grupo, temos clientes que, por exemplo, começam a se interessar pelo mercado de renda variável através de ações em pequena quantidade, de empresas extremamente sólidas. Assim, de passinho em passinho, vão aprendendo mais sobre todo esse processo e ganhando mais segurança para tomar decisões mais arriscadas – e lucrar mais.
Agressivo
Chegamos à última escala dessas categorias, o lugar reservado para quem não tem medo de assumir riscos. Aqui, o lucro é prioridade.
Um perfil agressivo é um investidor experiente, que já aprendeu bastante sobre o assunto e sabe pensar de forma mais estrategista que os demais. É alguém, além disso, que acompanha as oscilações do mercado e sabe como diferentes setores dentro do país podem afetar o seu patrimônio.
Ao contrário dos demais, um investidor agressivo sabe muito bem da importância e necessidade de variar sua carteiracartela – jamais deixar todos os ovos em um ninho só!
Quem deve analisar o perfil do investidor?
Trabalha com produtos de investimento? Ou em uma corretora? Basicamente, quem lida com investidores necessita analisar o perfil dos clientes, seja uma empresa, ou um profissional.
Se você for um AAI recém-certificado, por exemplo, e conquistar seus primeiros clientes, terá que conhecer seus perfis antes de começar a ajudá-los na busca por títulos que façam sentido para suas realidades.
Como é feito o perfil do investidor?
Como eu já mencionei, o perfil é realizado principalmente através de uma série de perguntas. Com elas, detalhes sobre o cliente se tornam mais claros, o que nos levam às categorias que aprendemos neste artigo.
Em resumo, o que as perguntas analisam em um investidor é:
Personalidade do investidor
O investidor é claramente alguém que está com receio de aplicar o dinheiro, ou alguém mais disposto a aprender sobre o mercado? De forma geral, o modo como o cliente se comporta em relação a esse mercado é um indicador bem forte de qual é o seu perfil.
Objetivos de curto e longo prazo
Para que ele precisa da rentabilidade dos investimentos? Para se aposentar com tranquilidade ou para uma compra grande daqui alguns anos? Cada título apresenta rentabilidade e prazo de resgate próprios. Portanto, as metas do cliente precisam ir ao encontro desses detalhes.
Condições financeiras
Seu cliente já tem uma reserva de emergência? Pretende fazer aportes grandes ou pequenos em seus títulos? A sua renda mensal está de acordo e é realista com os seus objetivos? Aqui, temos mais pistas valiosas do que pode ser o perfil de investidor de alguém.
Qual a validade da API?
Via de regra, a validade da análise de perfil de investidor é de 24 meses. Considera-se, afinal, que este é um tempo razoável para que o cliente se familiarize pelo menos com os títulos que possui.
Entretanto, caso esse investidor queira realizar uma nova API antes desse período, sem problemas. Assim, o cliente pode ser submetido a uma nova checagem sempre que quiser.
O perfil de investidor pode mudar?
Com certeza! Quem começa a investir geralmente se depara (e se surpreende) com as inúmeras possibilidades que esse mercado traz para a gente. Por consequência, começa a ler sobre, conversar sobre esse assunto e assistir às notícias com um ar mais crítico. No fim, acaba entendendo mais sobre finanças.
Quando isso acontece, é muito comum, por exemplo, que um perfil conservador decida dar pequenos e seguros passos no mercado de renda variável, o que o transforma em um investidor moderado.
Por isso, inclusive, é recomendado que a API seja realizada a cada 2 anos – tempo suficiente para um investidor abrir a sua mente e decidir se deseja assumir novos riscos ou não.
O que é a Instrução CVM 539?
A CVM 539 é uma norma criada especialmente para guiar o trabalho de consultores e corretoras, e também para garantir a segurança dos investidores.
Basicamente, ela estipula que esses profissionais têm o dever de adequar produtos, serviços e operações ao perfil do cliente. Ou seja: realizar uma análise de perfil de investidor não é apenas um diferencial para a sua profissão, é um dever.
Quais as as regras previstas na instrução CVM 539?
Para que essa instrução seja realmente posta em prática, algumas regras a compõem. Os profissionais do mercado de finanças devem, por exemplo, investigar todas as perguntas que mostrei nesse artigo, a fim de garantir que um título, por exemplo, é adequado à renda do cliente.
Outro ponto bem importante é o alerta ao investidor sempre que ele demonstrar interesse em tomar uma decisão que não faz parte do seu profissional. Portanto, antes de seguir em frente com qualquer aplicação, é obrigatório que o cliente seja avisado dessa incompatibilidade de perfil, e que este conceda uma autorização expressa caso deseje continuar com a transação mesmo assim.
Quando um perfil de investidor passa de seu prazo recomendado de validade, a empresa ou profissional também tem o dever de informá-lo e alertá-lo sobre a necessidade de atualização.
Entendeu o que é uma análise de perfil do investidor (API) e porque você não pode atender um cliente sem antes realizá-la? Para saber mais conteúdos sobre o mercado financeiro e de investimentos, dá uma olhada no canal do YouTube da TopInvest!
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