Apesar da popularização da Bolsa de Valores, a verdade é que muitos investidores em potencial não têm confiança, tempo ou conhecimento para investir em ações e acompanhar o mercado. Afinal, possuir capital para aplicar não significa muito quando não há a capacidade de encontrar oportunidades e saber como distribuir o dinheiro de modo a obter os melhores retornos. 

É justamente por isso que uma das atividades cada vez mais em alta no mercado financeiro é a de asset management — empresas especializadas em administrar e investir o patrimônio de pessoas físicas e jurídicas. 

Indiferentemente se esse for um termo novo para você ou do qual já tenha ouvido falar, te convido a seguir comigo ao longo deste artigo, para que não restem dúvidas sobre o assunto. 

Além de detalhar a função de uma asset management e suas diferenças em relação à gestoras e ao wealth management, te apresentarei os pormenores da rotina em uma empresa desse ramo e como ingressar nessa carreira. Curioso? Então, vem comigo!

O que é asset management?

Asset management —  ou “gestão de ativos“, em tradução direta  — é a denominação dada à atividade de gerir e investir o patrimônio de uma pessoa física ou jurídica. É um serviço prestado por instituições financeiras supervisionadas pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), como bancos e fundos de investimentos especializados.

As assets têm, portanto, a finalidade de administrar os ativos de seus clientes, investindo-os de modo a maximizar os rendimentos, evitando ao máximo os riscos envolvidos nessas operações.

Para que isso seja possível, as empresas de asset management se valem de equipes amplas de profissionais especializados em cobrir produtos distintos, para aplicar os recursos em diferentes tipos de ativos, tais quais:

  • Ações;
  • Brazilian Depositary Receipts (BDRs);
  • Commodities;
  • Moedas;
  • Recebíveis imobiliários;
  • Títulos de renda fixa.

Ao diversificar a carteira de investimentos, o gestor de asset possibilita o aumento de rentabilidade, ao mesmo tempo em que cria estratégias para se esquivar da volatilidade do mercado.

É preciso destacar, também, que o investidor pode realizar a gestão e aplicação de seus recursos por conta própria, sem contratar os serviços de um gestor de ativos profissional. A falta do conhecimento ou de disponibilidade de tempo para acompanhar as variações do mercado e de seus investimentos, no entanto, pode pôr o seu patrimônio a perder.

A proximidade da natureza de suas atividades, por vezes, faz com que as “asset managements” sejam confundidas com “gestoras” ou “wealth management“. No entanto, cada uma delas oferece serviços distintos dentro do mercado financeiro. Para que não haja confusão, explicarei em detalhes as diferenças entre cada um desses termos.

Qual a diferença entre asset e corretora?

Existe mais de uma grande diferença que distingue as assets management e as corretoras de valores. A maior delas está na administração dos recursos do investidor. Além disso, elas também se diferem na oferta de produtos e na forma com que realizam a  cobrança de seus serviços.

  • Administração de recursos: ao contrário do serviço prestado por uma asset, a corretora não gerencia os ativos de seus clientes, nem mesmo oferece uma carteira personalizada de produtos financeiros adequados a cada perfil. Sua função é possibilitar que o investidor faça aplicações em empresas listadas na Bolsa de Valores. Em outras palavras, o comprador é o responsável direto por escolher quais os ativos que pretende comprar e como distribuir suas aplicações. 

Em uma asset, tudo isso compete à equipe de gestão, a qual pode decidir quais os melhores ativos, aplicações e também de que forma gerir os recursos.

  • Oferta de produtos: outra diferença está na oferta de opções de investimento. Ao contrário de uma asset management que é especializada em criar carteiras diversificadas, o leque de opções de investimentos fornecido pelas corretoras é bem menor, se resumindo, muitas vezes, aos seus próprios produtos.
  • Cobrança: enquanto a grande parte do lucro de um corretora provém da negociação de seus próprios ativos, as assets recebem de acordo com os investimentos de seus clientes. A cobrança pode corresponder a uma taxa sobre o montante aplicado ou uma comissão sobre os rendimentos.

 É preciso, ainda, levar em consideração que ao contratar o serviço de asset, o investidor precisa assinar um termo que autoriza a empresa a aplicar seus recursos livremente, de acordo com o que a gestão avaliar melhor para o cliente.

Qual a diferença entre asset e wealth management?

Às asset managements compete somente a gestão de ativos do investidor, seja qual for o montante total. As wealth management, por sua vez, além dos ativos, gerenciam grandes patrimônios, incluindo os bens, direitos e obrigações dos clientes. 

Os serviços prestados por essas empresas podem ir ainda mais além, incluindo a administração das finanças, planejamento de aposentadoria, pagamento de impostos, análise de fluxo de caixa, entre outros.

Gestores patrimoniais trabalham, como mencionado, majoritariamente com clientes de alta renda. Ademais, a remuneração por esse tipo de atividade é composta geralmente por uma taxa fixa e por uma porcentagem sobre os ativos administrados.

Qual o papel do asset manager?

O papel do asset manager, ou gestor de ativos, é administrar a carteira de investimentos de seus clientes, sendo o responsável direto por tomar a decisão de como, onde e quando investir os seus recursos.

Sempre levando em consideração o perfil de cada investidor, seu principal objetivo é, portanto, encontrar as melhores oportunidades de investimento  em outras palavras, investimentos que maximizem os lucros, sem abrir mão da redução de riscos.

Para que isso seja possível, conta com um grupo de apoio formado por especialistas em diferentes tipos de produtos financeiros que o auxilia na tarefa de diversificar a carteira, garantindo rentabilidade, ao passo que evita a volatilidade do mercado. 

Com liberdade para criar estratégias e alocar recursos, algumas das principais responsabilidades de um gestor de ativos são:

  • Comprar, vender e substituir ativos;
  • Controlar o  prazo das aplicações;
  • Diversificar e rebalancear a carteira;
  • Apresentar periodicamente os resultados e o histórico de alocações, respeitando os prazos acordados com o cliente.

Importante citar que essa liberdade do gestor não é irrestrita. Ela é definida pelas características estabelecidas de cada fundo, bem como pela modalidade de administração escolhida: passiva ou ativa. Sobre isso, abro um pequeno adendo abaixo:

  • Regime ativo: nessa modalidade, o gestor busca superar um índice econômico. Para isso, tem maior autonomia para escolher ativos nos quais aplicar, respeitando sempre outras características primárias — por exemplo, se trata-se de um fundo de renda fixa ou variável; 
  • Regime passivo: em um fundo com administração passiva, o gestor tem por objetivo replicar o desempenho de um índice pré-determinado — como o CDI, o Ibovespa, o IPCA, entre outros. Suas escolhas, portanto, se restringem aos ativos que compõem a referência escolhida.

Como é trabalhar em uma asset management?

Independentemente da posição, trabalhar em uma asset management significa auxiliar na gestão de carteiras de investimento e recursos de seus clientes. 

Para além do controle de ativos, as tarefas diárias de uma asset envolvem a compreensão do perfil de cada investidor e a personalização de carteiras, o relacionamento direto com clientes e a prestação de contas. 

De modo que tudo funcione de maneira orgânica e alinhada, as empresas que trabalham com gestão de ativos costumam dividir suas tarefas em áreas estratégicas. São elas:

  • Backoffice: setor que auxilia a boa manutenção dos fundos de investimentos. Entre suas tarefas está a checagem constante das operações, a elaboração de relatórios, a otimização da rotina da empresa, entre outros;
  • Comercial: como em qualquer outra empresa, a área comercial é a responsável por ofertar o serviço e atrair clientes. Seu objetivo é, desse modo, encontrar investidores em potencial dispostos a confiar a gestão de seus ativos à asset;
  • Análise econômica: é a equipe que se debruça em analisar as oportunidades de mercado e os ativos que constituem as carteiras de investimento geridas. Sua especialidade é criar projeções sobre o comportamento de indicadores econômicos, remanejando, assim, a alocação de recursos;
  • Gestão de ativos: setor que resume em si a atividade central de uma asset, é uma área formada por profissionais com diferentes especialidades e produtos do mercado financeiro que, em conjunto, define e aplica as estratégias de investimento adequadas para cada perfil de cliente.

Conforme o porte da empresa, podem existir diferentes núcleos de gestão de recursos, cada qual comandado por um gestor diferente. Pode existir, por exemplo, um time que trabalha com gestão de renda fixa e outro focado em renda variável, uma vez que cada qual requer conhecimentos e habilidades distintas;

  • Gestão de riscos e compliance: uma vez que a asset tem total controle para aplicar os recursos de seus clientes, a equipe de gestão de riscos é essencial para estabelecer os limites de atuação, mantendo a integridade da atuação da empresa. Seu objetivo é prezar pela manutenção do que foi acordado pelo fundo, como por exemplo:
    • Classe de produtos financeiros;
    • Demarcação de riscos;
    • Percentual de alocação.

Como funciona a remuneração de uma empresa de asset management?

Os serviços prestados pelas empresas de asset management podem ser remunerados por meio de taxas de gestão, taxas de performance, ou por ambas.

A taxa de gestão é um valor fixo calculado sobre o montante aplicado pelo cliente, destinado a remunerar os gestores de ativos.

Já a taxa de performance funciona como comissão ou participação de lucro. É, portanto, uma porcentagem cobrada sobre o rendimento dos investimentos administrados pela asset.

Como se tornar um profissional asset?

Trabalhar com a administração da carteira de investimentos de um cliente exige credibilidade. Portanto, para se tornar um profissional em uma asset, é necessário domínio sobre o mercado, economia e finanças, além de uma série de credenciamentos.

Para atuar como asset manager, é necessário o credenciamento da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), bem como possuir uma das certificações listadas abaixo:

  • CGA (Certificação de Gestores ANBIMA);
  • CGE (Certificação de Gestores ANBIMA para Fundos Estruturados)
  • CFA (Chartered Financial Analyst —  certificação internacional emitida pela CFA Institute).

Além disso, de acordo com o regulamento da CVM, para se responsabilizar pela administração de recursos financeiros, o profissional necessita:

  • Graduação finalizada em curso superior;
  • Não ter sido condenado em crimes contra a ordem financeira ou o sistema financeiro;
  • Não possuir títulos levados a protesto.

Caso cumpra todos esses requisitos, o gestor é legalmente autorizado a exercer sua função de forma autônoma ou vinculado a uma empresa de asset.

Como abrir uma empresa de asset management?

O primeiro passo para abrir uma empresa de asset management é obter a autorização para operar junto à CVM, órgão responsável por regular o mercado financeiro no Brasil. Para isso, as assets devem funcionar segundo a Instrução CVM 21.

Além disso, é preciso que todos os profissionais da empresa que trabalhem nas áreas que lidam diretamente com a administração de ativos de seus clientes sejam credenciados pela CVM, além de possuírem uma das certificações devidas (CGA, CGE ou CFA).

Outro fator fundamental é definir claramente o escopo de atividades, e alinhá-lo aos serviços que se pretende prestar, uma vez que cada instituição do mercado financeiro necessita credenciais particulares de atuação.

Por fim, mas não menos importante, é imprescindível assegurar a inexistência de conflitos de interesses. O gestor de uma asset não pode operar de modo a favorecer somente os fundos de sua própria empresa. 

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