Quero trabalhar em banco: o que preciso saber? Acredite, o conhecimento bancário é algo que deixa muito profissional assustado, principalmente aqueles que ainda não têm nenhuma experiência na área.

Afinal, a gente sabe que o mercado financeiro é vasto e complexo. No dia a dia dessa carreira, é natural que tenhamos que demonstrar entender dessa complexidade toda. 

Eu também já tive esse tipo de dúvida. Por isso, hoje estou aqui especialmente para te ajudar a estudar melhor daqui pra frente!

O que são conhecimentos bancários?

Os conhecimentos bancários são todas as informações, conceitos, legislações e boas práticas que dizem respeito ao funcionamento deste setor. Cada um desses tópicos desdobra-se em muitos outros. Assim, ainda temos a necessidade de compreender os produtos e serviços bancários, gestão de risco, finanças, economia, mercado de capitais e muito mais. É, de fato, uma área de conhecimento bem ampla.

Os bancos, aliás, são constantes na vida de todo mundo, seja profissional ou apenas cliente dessas instituições. Por isso, entender a sua mecânica não somente nos ajuda a tomar decisões mais assertivas sobre o nosso patrimônio (enquanto clientes) como também nos torna mais conscientes de nossa atuação (enquanto profissionais).

Antes de seguirmos adiante, vale mencionar que os conhecimentos bancários são amplamente abordados nos exames das certificações financeiras! Por isso, siga comigo!

Quais as questões de conhecimento bancário?

Estrutura do Sistema Financeiro Nacional, produtos bancários, legislação e diferentes mercados são apenas alguns dos tópicos que compõem essa área do conhecimento bancário e que você não tem escolha: é preciso compreendê-los.

Para te deixar a par dos conceitos mais importantes, fiz um resumo sobre cada um. Olha só:

Estrutura do Sistema Financeiro Nacional

Saber como funciona a estrutura do Sistema Financeiro Nacional (SFN) não somente te auxilia a compreender o funcionamento da economia brasileira, como também é conteúdo de muita prova de certificação financeira por aí! 

Para resumir, é preciso ter em mente que o SFN é responsável por três frentes principais:

  • Manutenção do desenvolvimento;
  • Fiscalização de atividades de crédito;
  • Fiscalização de atividades de circulação de moeda.

Para isso, conta com uma estrutura que, em poucas palavras, conta com a participação de agentes normativos (determinam regras gerais para todo o sistema), supervisores (fiscalizam essas regras e instituições) e operadores (instituições públicas ou privadas que atuam neste setor).

A Bolsa de Valores, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), o Conselho Monetário Nacional e o Banco Central são apenas alguns exemplos de entidades que compõem esse sistema. Além disso, é claro, temos todos os bancos públicos e privados, corretoras, financeiras e demais instituições que você provavelmente já ouviu falar. 

Produtos Bancários

Eu tenho certeza que você já conhece vários: nós todos os utilizamos diariamente. Cartões de crédito, empréstimos, investimentos, poupanças, contas corrente: todos esses exemplos são produtos bancários.

Os produtos bancários são grandes movimentadores da economia brasileira e, para oportunidades de trabalho especificamente nessas instituições, conhecê-los a fundo é uma obrigação. 

Sob uma perspectiva macro, é possível dizer que estes produtos e serviços estão intimamente conectados ao setor como um todo. A concessão de crédito, por exemplo, não se trata de um simples empréstimo, mas de uma maneira de manter a economia aquecida e fomentar o desenvolvimento de pessoas físicas e jurídicas

Desse modo, estudá-los é uma necessidade que vai além da tarefa de auxiliar clientes, mas de também contribuir para que toda a economia brasileira continue evoluindo de forma funcional.

Noções do Mercado de Capitais e de câmbio

Outros dois aspectos que fazem grande diferença na economia são o Mercado de Capitais e o de câmbio. Entenda o que cada um significa:

  • Mercado de capitais: é o ambiente onde se negociam valores mobiliários, como ações e títulos de dívida, por exemplo. Para a empresa que emite esses títulos, a grande vantagem está na possibilidade de captar recursos que posteriormente serão aplicados em projetos de expansão, fluxo de caixa etc. Já para o investidor, adquirir esses títulos é uma forma de fazer o próprio patrimônio render, já que a emissora devolverá esse valor alocado inicialmente acrescido dos juros correspondentes ao período;
  • Mercado de câmbio: neste ambiente ocorrem transações de compra e venda de moedas estrangeiras. Aqui, não somente uma pessoa física pode converter Reais para o dinheiro de outra nacionalidade, como também empresas importadoras e exportadoras, por exemplo, se beneficiam desse mercado. Por conta desta última utilidade, aliás, o mercado de câmbio ainda tem o poder de, entre outras consequências, alterar a precificação de determinados produtos e serviços que chegam até o consumidor final.

Ambos os mercados são bastante complexos, têm fortíssima influência sobre a economia brasileira e são frequentemente encontrados em exames certificadores!

Garantias do Sistema Financeiro Nacional

Fiança, penhor, caução, hipoteca: já ouviu falar desses termos? Eu tenho certeza que sim. Essas garantias significam, em palavras bem simples, o envolvimento de um patrimônio na hora de negociar uma dívida. 

A aplicação destas garantias existe principalmente para evitar outro conceito bastante importante deste mercado: o risco financeiro. Por mais que suas modalidades possam ser distintas a depender do tipo de contrato e operação em questão, elas basicamente cumprem o papel de amenizar o risco de inadimplência, protegendo, então, os credores da transação.

Crime de lavagem de dinheiro

Entender as leis é um dos conhecimentos mais importantes quando se trabalha em banco. É a partir desse entendimento que garantimos a integridade e a segurança da nossa profissão, e também dos clientes que depositam a sua confiança em nós.

O crime de lavagem de dinheiro, aliás, é o ato de fazer com que uma quantia de origem ilícita pareça ter uma origem legítima. Para isso, operações financeiras complexas são necessárias, a fim de criar um esquema que oculte ao máximo a natureza do dinheiro.

Este conteúdo é, especificamente, bem frequente nas provas de certificações. Logo, ao estudar a legislação, é aconselhável que você foque um pouco mais nesse aspecto.

Prevenção e combate ao crime de lavagem de dinheiro

Dentro da mesma temática, a prevenção e o combate ao crime de lavagem de dinheiro é outro tópico específico que você com certeza vai enfrentar por aí. 

Por essa razão, não é à toa quando eu afirmo que a legislação que norteia esse assunto deve ser analisada com mais cautela na hora de estudar. Afinal, este conteúdo cai em quase todos os exames certificadores e, acredite, muitos candidatos são reprovados por subestimar a sua importância, cometendo o equívoco de concentrar sua atenção unicamente nos aspectos técnicos da prova.

Autorregulação Bancária

Lembra o que falei sobre a importância de compreender a legislação? Pois é, aqui temos mais um aspecto que deriva desse assunto.

A autorregulação bancária nada mais é do que um conjunto de normas e boas práticas criado pelas próprias instituições financeiras. Esse sistema existe para garantir melhores serviços aos clientes, uma comunicação mais assertiva e a possibilidade de melhoria contínua.

Como profissionais do setor, há de se ter consciência de que todos os cargos do mercado financeiro são regidos por conjuntos de leis, normas e boas práticas. A sua presença em exames certificadores, então, se justifica pela necessidade que o candidato tem de se provar apto a exercer determinada função.

Abertura e movimentação de contas

Eis aqui duas atividades que movimentam massivamente o mercado financeiro: abertura e movimentação de contas. Por mais que você pense estar familiarizado com esse tipo de procedimento – afinal, nós, pessoas físicas, lidamos com eles o tempo todo – é diferente quando estamos profissionalmente envolvidos neles.

Procedimento de abertura e alteração de contas, regulamentações específicas, trato com a informação sobre o cliente e riscos financeiros são apenas alguns dos conceitos atrelados a estes serviços e que devem ser dominados pelos profissionais dessa carreira.

Pessoa física e pessoa jurídica

Aqui, inclusive, tenho mais dois tópicos que todo mundo conhece muito bem, mas na hora de atuar na área financeira, eles ganham um significado especial.

Legislações e processos podem ser aplicados de formas distintas para cada tipo de pessoa. Investimentos e linhas de crédito também são oferecidas de formas diferentes. Em suma, é preciso estar afiado nesse assunto para se dar bem na carreira bancária.

Cheque

Do ponto de vista leigo, o cheque até pode parecer algo ultrapassado e fadado a ser esquecido. Dentro do mercado financeiro, porém, é fundamental que você entenda o seu funcionamento. 

Primeiramente, há de se dizer que o cheque não entrou em extinção. Isso mesmo: apesar de uma revolução tecnológica gigantesca ter mudado completamente a forma como utilizamos produtos e serviços financeiros, ainda há situações nas quais eles são úteis, como para empreendimentos que trabalham com cheque-caução — resumidamente, uma forma de garantia em certas negociações.

Além disso, empresas que aceitam pagamentos pré-datados ainda se valem desse recurso. Pense no seguinte exemplo: você realiza uma compra hoje, mas a loja estabelece o seu pagamento somente para daqui 30 dias. Temos, então, a utilização do cheque pré-datado, que se manteve como uma opção válida para muitos empreendedores pelo seu custo operacional (entre outros fatores), que costuma ser menor do que aquele aplicado com as tradicionais maquininhas.

Sistema de Pagamentos Brasileiro

O Sistema de Pagamentos Brasileiros (SPB) é, em suma, uma estrutura. Esta, por sua vez, abrange instituições, entidades e operações que tornam possível a realização de transações financeiras.

Além de simples pagamentos como aqueles aos quais já estamos acostumados a lidar em nosso dia a dia como pessoas físicas, o SPB — um braço do Banco Central — também zela pela segurança e eficiência de operações com moeda estrangeira, transferência de fundos, compra e venda de valores mobiliários, entre muitas outras.

Foi o SPB, aliás, que criou as transferências via DOC e TED. Como você já deve ter imaginado após ler esta frase, o PIX também é uma evolução sua — um marco na história dos pagamentos no Brasil e que serve de grande exemplo para demonstrar a sua influência e importância na economia do país.

Noções de política

O que acontece na política brasileira interfere no curso dos acontecimentos da economia também. Logo, para se manter devidamente atualizado sobre o setor, é indispensável que você entenda também deste assunto. 

A temática é bastante complexa e, é claro, nem tudo o que acontece no ambiente político reflete na economia. Se o governo, por exemplo, toma uma decisão capaz de afetar a oferta e a demanda (como acontece com as políticas fiscais e monetárias), então teremos a alteração da taxa de juros, dos investimentos, da inflação e outros fatores.

Mais do que buscar cursos e outras táticas “oficiais” de formação para compreender essa relação, eu te aconselho a se manter sempre atualizado, uma vez que a dinâmica entre política e economia é algo que se dá no momento presente, a partir das inúmeras oscilações e notícias que vemos o tempo todo. Não se esqueça, é claro, de sempre priorizar a informação de fontes confiáveis!

Mercado Financeiro

O mercado financeiro é o ambiente onde todas as operações desta natureza acontecem. É, ainda, o espaço no qual lidamos com ativos, câmbio, operações e mercadorias.

Praticamente todos os assuntos que você viu até aqui são parte deste mercado: câmbio, de capitais, Sistema Brasileiro de Pagamentos, Sistema Financeiro Nacional, produtos bancários etc. Por ser vasto, é também complexo. Nas provas de certificações financeiras, você verá que este assunto aparecerá de diversas formas, desdobrando-se em inúmeras temáticas.

Mercado primário e secundário

No mercado primário, temos as empresas que vendem ações na Bolsa. No secundário, temos os investidores que desejam se desfazer de suas ações. Essas movimentações são diárias, intensas e também mudam o curso do mercado de capitais.

Cada um deles ocupa papéis distintos no mercado financeiro e servem de formas diferentes às empresas e aos investidores. No primário, por exemplo, o recurso captado por meio da negociação de ativos vai diretamente para a empresa. É nessa etapa, portanto, que a emissora consegue o patrimônio desejado para aplicar nas suas próprias atividades.

Já no secundário, investidores negociam estes títulos entre si, e o dinheiro movimentado já não vai mais para a empresa. É neste segundo ambiente, aliás, que os preços dos ativos sofrem oscilações maiores, já que estão mais expostos às influências micro e macroeconômicas.

O que estudar além dos conhecimentos bancários?

É necessário ter apenas conhecimentos bancários para se dar bem nessa área? Não! Apesar de estes serem a base do seu dia a dia, outros conhecimentos também são imprescindíveis para que você seja um profissional completo e de destaque. Olha só:

Conhecimentos gerais

Como eu já mencionei, há quem reprove nos exames certificadores por subestimar esse tipo de conteúdo, se concentrando unicamente nos aspectos mais técnicos do cronograma. No entanto, acredite: o conhecimento bancário é uma soma de inúmeros tópicos, onde cada um exerce a sua importância para te transformar em um bom profissional

Por isso, eu recomendo que, nos seus estudos, você não deixe essa lista para trás:

  • Português;
  • Inglês (inclusive para algumas provas);
  • Matemática financeira;
  • Raciocínio Lógico e Matemático (RLM);
  • Informática;
  • Atualidades gerais ou do mercado financeiro.

Conhecimentos específicos

O conhecimento bancário ainda reúne uma série de tópicos mais específicos, que não somente aparecerão nos exames certificadores como também serão uma constante no dia a dia de sua carreira. Olha só:

  • Legislação específica de cada parte integrante do mercado financeiro;
  • Atendimento, técnica de vendas e ética.

Qual é a importância dos bancos na economia?

Além de viabilizar a transferência de dinheiro, de pagamentos em geral e serviços de crédito, os bancos também servem a outros propósitos no que tange à economia, como o de fomento às atividades da indústria e do comércio, ou ao estímulo da movimentação da moeda, especialmente quando o cenário está aquecido.

Entretanto, lembre-se que não existe apenas um tipo de banco. Por isso, listei aqui o papel específico de cada uma das categorias dessas instituições:

  • Bancos comerciais: realizam a captação de recursos por meio de depósitos à vista e a prazo, além de trabalharem como intermediadores entre credores e tomadores de empréstimo. Dessa forma, facilitam transações financeiras para clientes finais e também servem como agentes de fomento à economia, dadas as suas atividades de concessão de crédito;
  • Bancos de câmbio: realizam operações de câmbio com moedas estrangeiras, sejam simples ou de crédito (exportação, importação ou adiantamento de contratos). Possibilitam, inclusive, a administração de contas sem remuneração e não-movimentáveis;
  • Bancos de desenvolvimento: focam em projetos de desenvolvimento social e sua atuação se dá por meio de modalidades especiais de financiamentos a médio e longo prazos. Também captam recursos a partir de depósitos a prazo. O BNDES é o maior exemplo desta categoria e se destaca por financiar grandes obras, em setores distintos da economia — um benefício de dimensões macro para o país;
  • Bancos de investimento: são exclusivamente voltados para o investimento e não oferecem serviços tradicionais, como abertura de contas. Estes possibilitam que pessoas físicas e jurídicas apliquem recursos em modalidades distintas de investimento — CDBs, Letras de Crédito e Câmbio, ações etc. Ao atuar dessa forma, auxiliam empresas a se desenvolverem e investidores a aumentarem o seu patrimônio;
  • Bancos múltiplos: acumulam funções de outras categorias, como aquelas englobadas por bancos comerciais, de investimento e de câmbio. Além de contribuir para a circulação da moeda e da concessão de crédito, facilita a rotina de seus clientes, que dispõem de vários produtos e serviços em uma instituição só.

Quais são as atualidades do mercado financeiro?

As atividades bancárias estão em constante evolução e, na era digital, essas transformações têm sido mais rápidas do que nunca. Essa é uma das razões pelas quais os bancos estão, por exemplo, cada vez mais em busca de profissionais mais versáteis, que não somente dominam conhecimentos técnicos, como também são familiarizados com a inovação e a tecnologia. 

Afinal, o modo como lidamos com questões financeiras mudou em proporções massivas nos últimos anos e se adaptar a essas tendências, sob a perspectiva do profissional, se tornou uma obrigação.

Para te ajudar a se manter por dentro de algumas tendências, trouxe aqui os principais termos do mercado:

  • Remote banking: trata-se da ferramenta que garante à população o acesso aos serviços de um banco a partir de um celular ou computador. É um termo geral dessa era digital, que resume a atuação de muitas instituições financeiras — muitas das quais, hoje, são completamente digitais, sem nenhuma agência física pelas ruas;
  • Home banking: o conceito também diz respeito à possibilidade de acessar os serviços de um banco de forma digital. Aqui, porém, o termo se refere especificamente àquelas transações rotineiras que realizamos com tanta frequência — pagamentos de boletos, faturas, transferências etc.;
  • Internet banking: esse termo se refere especificamente às plataformas online que utilizamos para acessar um banco, sejam elas feitas para desktop ou mobile;
  • Mobile banking: essa é uma versão do internet banking que se trata unicamente das plataformas desenvolvidas exclusivamente para celulares. Como esses aparelhos são a origem do acesso de uma parcela gigantesca da população que se vale do remote banking, é fundamental que instituições financeiras tomem o cuidado de disponibilizar aplicativos, por exemplo, que sejam funcionais e intuitivos;
  • Open banking: ferramenta que trouxe outra revolução para o mercado financeiro, o open banking foi criado para permitir que diferentes instituições compartilhem entre si as informações de seus clientes, desde que estes autorizem essa troca, é claro. O principal objetivo aqui é dar ao consumidor final a liberdade e a facilidade de escolher unicamente os serviços e produtos que mais lhe fazem sentido, sem que estejam “presos” a um único banco.

Qual é a função social dos bancos?

Por mais que sejam, em geral, instituições com fins lucrativos, os bancos ainda cumprem alguns papéis sociais, como o fomento das atividades comerciais, a simplificação dos processos de pagamento e o oferecimento de crédito, que serve como uma forma de movimentar a economia e desenvolver setores distintos no país.

Outra função social dos bancos, especialmente dos públicos, tem a ver com a ampliação do seu alcance em todo o Brasil, identificada principalmente por meio da criação de instituições regionais e estaduais. Seja para fins comerciais ou de desenvolvimento, essas ramificações existem para que até mesmo a população de regiões remotas ou periféricas do país possam ter acesso aos serviços e produtos — objetivos que, muitas vezes, não são tão atrativos para os privados. 

Temos ainda alguns exemplos de bancos cujos auxílios sociais são sua prioridade, como é o caso da Caixa Econômica Federal. Além de oferecer cartões e abertura de contas, ainda concede empréstimos e financiamentos de programas e projetos sociais, com condições de pagamento e taxas mais acessíveis.

Estrutura do Sistema Financeiro Nacional

Como você já sabe, para que os bancos cumpram com suas responsabilidades, sejam ela de caráter social ou privado, há uma organização específica do Sistema Financeiro Nacional, composta, resumidamente, por:

  • Agentes normativos: são responsáveis por determinar regras gerais, leis e normativas que funcionarão em prol da manutenção do sistema financeiro e da segurança de seus profissionais e clientes. Temos, como exemplo, o Conselho Monetário Nacional (CMN), o Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP) e o Conselho Nacional de Previdência Complementar (CNPC);
  • Agentes supervisores: garantem que todas as instituições financeiras cumpram com as designações estabelecidas pelos agentes normativos. o Banco Central, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a Superintendência de Recursos Privados (Susep) e a Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc) são alguns exemplos;
  • Agentes operadores: estas são as instituições que lidam de forma direta com o público final e que, também diretamente, atuam como intermediárias em transações financeiras. Bancos, Bolsa de Valores, caixas econômicas, cooperativas e corretoras são algumas dessas instituições.

Como parte da missão de manter o sistema bancário em pleno funcionamento, algumas leis — dentre as inúmeras que existem — são emblemáticas para que consigamos entender melhor o papel dos órgãos normativos do Sistema Financeiro Nacional. Vem comigo conhecer três delas:

Lei n° 4.380 – 21/08/64

A Lei nº 4.380 basicamente prevê algumas orientações legais para o financiamento de imóveis. À época, foi criada principalmente para fomentar o setor imobiliário e facilitar a aquisição de uma casa própria entre a população.

O texto da Lei ainda institui o Sistema Financeiro da Habitação (SFH). Este, por sua vez, lista várias diretrizes que devem reger a concessão de crédito imobiliário — limites para taxas de juros, prazos de financiamento, garantias etc.

Como você deve imaginar, a implementação dessa lei foi de grande impacto no Brasil, já que serviu não somente para expandir o mercado imobiliário, mas também para tornar o acesso à moradia menos burocrático e difícil para a população.

Lei n° 4.595 – 31/12/64

Apesar de já ter passado por várias alterações desde a sua criação, a Lei nº 4.595 nasceu com o objetivo de regular o Sistema Financeiro Nacional, através do estabelecimento de algumas bases para o seu funcionamento —- popularmente, aliás, ela ficou conhecida como Lei da Reforma Bancária.

Entre seus pormenores, um dos mais importantes é que a lei determinou a criação do Conselho Monetário Nacional (CMN), do Banco Central e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (BNDES).

Resumidamente, temos aqui um momento histórico para o país, responsável por estabelecer uma organização que permanece até hoje e que é crucial para que este sistema funcione bem.

Lei n° 4.728 – 14/07/65

Por fim, temos a Lei nº 4.728, criada para disciplinar o mercado de capitais e para fomentar o seu desenvolvimento. Nela, declarou-se que este mercado — assim como o financeiro — seriam disciplinados pelo Conselho Monetário Nacional e fiscalizados pelo Banco Central

Ademais, estabelece que suas funções devem abranger:

  • A facilitação do acesso do público às informações sobre títulos e valores mobiliários;
  • A proteção aos investidores contra emissões de títulos fraudulentas e ilegais;
  • A garantia de que todas as instituições que intermediam e negociam títulos e valores mobiliários seguirão as práticas recomendadas por lei.

Outro aspecto relevante dessa da Lei nº 4.728 é a introdução da alienação fiduciária em garantia de bens imóveis que, a partir de então, passou a ser bastante utilizada em financiamentos bancários, especialmente nos de automóveis.

Como se preparar para as provas do mercado financeiro?

Até aqui, você teve um panorama bastante completo e detalhado de como o mercado financeiro e o conhecimento bancário se entrelaçam, bem como da importância de ambos para a sua carreira. 

Agora, porém, quero comentar alguns pontos importantes sobre as provas em si, sejam elas de concurso público ou de exames certificadores. Afinal, compreender a dinâmica destes testes é tão importante quanto estudar o seu cronograma!

1. Leia atentamente o edital

Parece uma dica simples, mas acredite: muita gente ignora o edital e acaba tendo problemas por isso. Primeiramente, lembre-se que o edital é o documento que contém todas as informações necessárias sobre a prova, desde o conteúdo das questões até a dinâmica do exame.

Conhecer esses detalhes é a melhor forma de garantir que nenhum imprevisto atrapalhe o seu desempenho ou até te impeça de realizar o exame!

2. Monte um plano de estudos

Um dos meus mantras é: duas horas bem-aproveitadas de estudo valem mais do que um dia inteiro de pouca concentração. O nosso corpo é uma máquina bastante complexa e incrível, assim que, se você estiver cansado, se alimentando ou dormindo mal, o seu organismo tratará de tornar a sua dedicação completamente em vão.

Preste atenção à data de realização dos exames e planeje-se para montar uma rotina de estudos que contemple, no mínimo, 15 dias de foco diário, nem que seja por algumas poucas horas — você deve adaptar essa distribuição de tempo à sua rotina, é claro.

Além disso, é fundamental que você se assegure de estudar cada tópico do cronograma individualmente, passando para o seguinte apenas quando estiver seguro quanto ao anterior. Dessa forma, é improvável que você chegue no dia da prova e perceba que deixou algum tópico importante para trás.

3. Realize simulados

Os simulados são uma das melhores formas de se preparar para um exame e eu vou te explicar os porquês:

  • Você se adapta ao tempo da prova: assim como os exames reais, simulados são cronometrados e contam com o mesmo número de questões para resolver. Dessa forma, é possível que você aprenda a organizar o seu tempo, para não ter que responder nenhuma pergunta com pressa;
  • Sua estratégia de resolução melhora: o que é melhor — começar pelas questões mais difíceis ou mais fáceis? Seguir a ordem do exame? As opções são inúmeras e a melhor estratégia é aquela que dá certo pra você. Para descobri-la, no entanto, a prática vale mais do que a teoria;
  • É possível monitorar seu condicionamento físico: em concursos e exames certificadores temos provas bem longas e geralmente bastante interpretativas. Por isso, é comum que, a partir de certo ponto, o cansaço, a fome e o sono comecem a atrapalhar o desempenho do candidato. Ao realizar um simulado em casa, trate de reproduzir toda a situação da prova, a fim de prevenir este tipo de problema também;
  • Permite que você controle o seu psicológico: não é novidade afirmar que o nervosismo e a ansiedade são os maiores obstáculos para muitos candidatos. Com o simulado, no entanto, a sensação de familiaridade e calma em relação ao exame aumentam e se fortalecem.

4. Conheça a banca

No caso dos concursos públicos, temos diferentes bancas organizadoras, cujo método de avaliação pode mudar imensamente de uma para outra. Algumas elencam questões cujos enunciados são maiores, outras se valem de gráficos e figuras, e outras ainda podem conter perguntas de “certo e errado” e não de múltipla escolha, como tanto se vê por aí.

No descuido, não prestar atenção nesses detalhes ou não buscar compreender os métodos de cada banca antes do dia da prova podem custar algumas questões para o candidato. Não cometa esse erro!

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Não tenha dúvidas: há, sim, muito o que estudar. Nesse artigo, você viu alguns dos principais pilares do conhecimento bancário. Além disso, tenha em mente que, destes, desdobram-se vários outros assuntos.

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