De acordo com o relatório mais recente da Anbima até o momento (divulgado em 2023), entre 2021 e 2022, houve um aumento de 5% na quantidade de investidores no Brasil — passando de 31% da população para 36%. A expectativa é de que esse número siga aumentando, em igual proporção. 

Em contrapartida, trago aqui o informe mais recente da Apimec, também datado de 2023, no qual consta que, no país, existem apenas 1577 profissionais certificados pela CNPI — um dado bem contrastante, considerando que já somamos cerca de 60 milhões de investidores brasileiros. Em outras palavras: a chance perfeita de você buscar destaque em um nicho ainda relativamente pouco explorado.

A CNPI, aliás, é uma certificação voltada para a análise de investimentos, obrigatória para todos os profissionais que atuam dessa forma. Na prática, além de ser uma exigência, é ainda um selo de grande prestígio para se ostentar no currículo, oportunizando ganhos altos e excelentes oportunidades de escalar na carreira.

Interessado em saber tudo sobre a CNPI Apimec? Então, siga por aqui, pois nesse artigo eu vou te mostrar:

  • O que é a CNPI;
  • Para que ela serve;
  • Quais são suas categorias;
  • O que cai nas provas;
  • Quanto custa a inscrição;
  • Como ser aprovado.

Vem comigo!

O que é a certificação CNPI?

Oferecida pela Apimec (Associação de Analistas e Profissionais de Investimento do Mercado de Capitais), a CNPI é uma certificação financeira obrigatória cujo propósito é qualificar profissionais para atuarem como analistas de valores mobiliários.

Sua sigla significa “Certificação Nacional do Profissional de Investimento” e a exigência do selo vem do fato de que, nesta carreira, há o poder de decisão no processo de investimento. Ao contrário de algumas certificações que autorizam o profissional a prover informações sobre ativos aos clientes, mas não a ordenar nenhuma operação, um CNPI trabalha de forma mais abrangente, já que pode orientar clientes e recomendar ativos na Bolsa.

Dada a grande importância desse profissional, a Apimec tem, então, a autoridade de capacitá-los adequadamente. Assim, mais do que assegurar que estes analistas possuem sólido conhecimento técnico sobre o mercado financeiro e de capitais, também garante que estejam de acordo com o código de conduta da entidade — uma ferramenta de proteção aos investidores.

Para que serve a CNPI?

Habilitar profissionais a trabalharem como Analistas de Investimentos é a principal função da CNPI Apimec. Como essa atuação requer vasta compreensão sobre as oscilações do mercado, sobre o desempenho das empresas emissoras de títulos e sobre o cenário econômico nacional e internacional, a certificação cumpre o papel de servir de modelo de qualificação.

Apesar de ser uma obrigação, a posse da CNPI também contribui para o reconhecimento e credibilidade perante o mercado e também os investidores. Isso vem do fato de que, para obtê-la, é preciso demonstrar domínio sobre assuntos como análises

macroeconômicas, análise de empresas, valuation, estratégias de investimento etc.

Quais as categorias do CNPI?

A CNPI é uma certificação dividida de três formas: analista técnico, fundamentalista e pleno. Na prática, isso significa que cada selo guiará o profissional por diferentes tipos de análises. 

Sigamos adiante para entender seus pormenores!

CNPI (Analista Fundamentalista)

O Analista Fundamentalista certificado pela CNPI terá a responsabilidade de desenvolver pesquisas e relatórios sobre as empresas listadas na Bolsa de Valores. Seu objetivo é compreender quais delas apresentam bom potencial de valorização — o que as tornam opções inteligentes de investimento.

Trabalhando dessa forma, o CNPI terá que concentrar sua atenção não somente no mercado de investimentos em si, mas também na parte mais contábil e corporativa do processo, ou seja, deverá ser capaz de avaliar fluxos de caixa, balanços patrimoniais, tendências específicas de cada setor etc. Por fim, poderá desenvolver relatórios minuciosos que servirão de base para os investidores a longo prazo.

Vale lembrar, aliás, que todas as empresas de capital aberto na B3 são obrigadas a publicar essas informações periodicamente, uma vez que esses dados acerca de sua performance e suas atividades são cruciais para a tomada de decisão

CNPI-T (Analista Técnico)

Temos aqui o Analista Técnico, cuja atuação se voltará principalmente para a análise sobre padrões representativos e gráficos de performance de ativos financeiros. Em outras palavras, terá em mãos indicadores técnicos e dados sobre o mercado financeiro como algumas de suas ferramentas de trabalho.

As atividades do CNPI e do CNPI-T são, aliás, complementares. Isto é, enquanto o primeiro foca no desempenho corporativo, o Analista Técnico considera principalmente a antecipação de movimentações futuras e os fatores econômicos, sociais e governamentais capazes de alterar o preço de uma ação ou qualquer outro título.

Assim como o CNPI, este profissional também se debruça na produção e divulgação de relatórios para os investidores. Nesse caso, porém, a validade de suas informações costumam ser de curto prazo, ao contrário daquelas fornecidas pelo Analista Fundamentalista.

CNPI-P (Analista Pleno)

Como é de se imaginar, o Analista Pleno é um CNPI completo, que acumula as funções do Analista Técnico e do Fundamentalista — como eu mencionei anteriormente, ambas as atribuições são, afinal, complementares.

Isso significa que, no seu dia a dia, o CNPI-P deverá analisar todos os fatores que podem afetar um ativo, desde as atividades e pormenores do setor de sua empresa emissora, até a observação do mercado financeiro e seus índices e oscilações.

Quais os requisitos para tirar a CNPI?

Apenas quem tiver nível superior completo pode obter a CNPI Apimec. Não há nenhuma restrição quanto ao curso ou área de estudos, desde que estes se enquadrem em bacharelados, licenciaturas e tecnólogos reconhecidos pelo MEC.

A boa notícia é que, afora este detalhe, não há nenhum outro requisito para quem deseja candidatar-se ao exame. Assim, todos aqueles que almejam trabalhar no mercado de capitais e se dedicar à análises e observações podem se matricular.

Como é a prova CNPI?

Uma vez que a CNPI forma Analistas Técnicos, Fundamentalistas e Plenos, há três tipos de prova disponíveis:

  • CB – Conteúdo Brasileiro (fase comum para o analista fundamentalista, técnico e pleno): contém 60 questões de múltipla escolha e 1h50 de duração;
  • CG1 – Conteúdo Global 1 (fase para o analista fundamentalista): contém 60 questões de múltipla escolha e 1h50 de duração;
  • CT1 – Conteúdo Técnico 1 (fase para o analista técnico): contém 60 questões de múltipla escolha e 1h50 de duração.

A dinâmica de aprovação nas provas, aliás, segue o seguinte padrão:

  • Aprovação nos exames CB e CG1: o profissional será certificado com o CNPI, tornando-se um Analista Fundamentalista;
  • Aprovação nos exames CB e CT1: o profissional será certificado com o CNPI-T, tornando-se um Analista Técnico;
  • Aprovação nos três exames: o profissional será certificado com o CNPI-P, tornando-se um Analista Pleno.

Qual o conteúdo da prova CNPI?

Como é de se imaginar, cada uma das provas para a CNPI (CB, CG1 e CT1) tem um conteúdo programático, uma vez que visa atestar a capacidade do profissional para áreas distintas de análise.

Conheça cada exame:

Conteúdo brasileiro (CB)

Independente de sua escolha, o candidato à CNPI terá que prestar essa prova, que é comum para ambas as frentes.

Na prova, encontrará questões sobre:

  • Conceitos Econômicos: diferentes fatores e teorias, bem como seus impactos sobre o desempenho dos investimentos;
  • Conduta e relacionamento: integridade, ética, transparência e proteção aos clientes, especialmente para fins de prevenção ao conflito de interesse;
  • Governança Corporativa: normas éticas e aspectos legislativos relacionados à atuação dos analistas;
  • Sistema Financeiro Nacional: estrutura, hierarquia, responsabilidades, principais participantes e suas funções;
  • Mercado de Capitais: ambiente no qual se compra e vende de títulos e valores mobiliários e onde empresas listam seus títulos em busca de recursos;
  • Mercado de renda fixa: modalidades existentes, riscos atrelados e estratégias de investimento;
  • Mercado de derivativos: características dos ativos, riscos atrelados e boas práticas de utilização destes instrumentos;
  • Suitability: adequação das recomendações de ativos financeiros ao perfil de investidor específico.

Conteúdo Técnico 1 (CT1)

Para o Analista Técnico, o conteúdo programático é mais específico sobre o mercado financeiro e suas ferramentas de análise de ativos:

  • Estratégias operacionais: combinação de técnicas, curto, médio e longo prazo, entre outros;
  • Trading Systems: estratégias de negociação a partir de algoritmos;
  • Padrões Candlestick: representações gráficas da oscilação de preços de um ativo;
  • Indicadores: interpretação e aplicação de indicadores de análise técnica, como o Estocástico e o Índice de Força Relativa;
  • Gerenciamento de risco: mapeamento de riscos e estratégias de controle e mitigação;
  • Fundamentos da Análise Técnica: padrões gráficos, tendências de preços e demais princípios básicos;
  • Teoria de Dow: relações entre as oscilações de preço de um ativo e movimentações do mercado;
  • Conceito de Tendência: direções e linha de tendência;
  • Figuras gráficas: volumes, padrões e objetivos do processo de precificação;
  • Teoria das Ondas de Elliott: identificação de padrões nos preços de ativos por meio de ondas de impulso e correção.

Conteúdo Global 1 (CG1)

Por fim, temos o conteúdo para o Analista Fundamentalista que, como você já sabe, tem sua atuação voltada para a análise de finanças corporativas:

  • Análises e avaliações de ações e finanças corporativas: valuation de empresas, indicadores financeiros, fatores micro e macroeconômicos, entre outros;
  • Contabilidade financeira e análise de relatórios financeiros: demonstrativos, fluxos de caixa, balanços, entre outras informações regularmente disponibilizadas por empresas listadas na B3. 

Quanto custa a prova do CNPI?

A taxa de inscrição para prestar as provas da CNPI Apimec variam, naturalmente, de acordo com o módulo escolhido pelo candidato — além de existirem descontos para os profissionais de empresas associadas à instituição.

Os valores são esses:

MóduloAssociado ApimecNão-associado
Conteúdo Brasileiro (CB)R$551,25R$735,00
Conteúdo Global 1 (CB1)R$689,25R$919,00
Conteúdo Técnico 1 (CT1)R$689,25R$919,00

Não importa qual seja o seu objetivo com a CNPI: é possível se inscrever em apenas um módulo de cada vez. O único ponto de atenção neste quesito é que, após ser aprovado no primeiro exame, você tem no máximo 12 meses para conquistar o segundo.

Como solicitar o certificado após a aprovação?

Os profissionais que forem aprovados em qualquer frente de análise de investimentos (CNPI, CNPI-T ou CNPI-P) terão o prazo de um ano para solicitar seu certificado junto à Apimec — caso o perca, será preciso refazer a inscrição e os exames. 

Para isso, será necessário:

  1. Preencher o cadastro;
  2. Imprimir e assinar o formulário e o termo de adesão;
  3. Anexar uma cópia autenticada do seu diploma de graduação.

Quando todos esses documentos forem enviados à instituição, logo o candidato receberá uma resposta por e-mail (o mesmo utilizado na inscrição). Essa devolutiva incluirá a taxa de emissão do certificado (R$195) e também uma taxa trimestral de credenciamento (R$270). Aqui, a diferença entre profissionais certificados e credenciados é que, ao contrário do primeiro, o último exerce a profissão. Para os certificados, aliás, a taxa é anual e custa R$450.

Aqueles que estiverem exercendo as atividades de analista (credenciados) e que desejam interrompê-las, podem solicitar a pausa do pagamento da taxa trimestral no portal da Apimec.

Quando é divulgado o resultado da prova?

A divulgação dos resultados da prova da CNPI Apimec é feita em duas etapas: 

  • Resultado provisório: assim que terminar a prova, o candidato terá acesso imediato ao seu desempenho. Contudo, esse resultado não é oficial, já que não considera que o exame pode passar por alterações;
  • Definitivo: este é o resultado oficial e será divulgado em até 5 dias úteis no site da FGV, instituição parceira da Apimec que realiza os exames CNPI.

CNPI vale a pena?

O mercado de investimentos está em plena ascensão no país. Na mesma medida, aumenta também a demanda por profissionais qualificados no setor que auxiliem os investidores a seguir aplicando seus recursos em títulos diversos.

Por esse motivo, a carreira de um CNPI, seja ele um analista Fundamentalista, Técnico ou Pleno, tem crescido a todo vapor. Com o selo, mais do que aproveitar oportunidades restritas a esta certificação, o profissional ainda terá a chance valiosa de atuar neste mercado de forma completa e profunda — lembre-se: ao contrário de outras certificações, esta concede maior autoridade e autonomia ao analista.

Além dessa otimista visão geral sobre o futuro para os CNPIs e as tendências do mercado de investimento que há tempos vêm sendo consideradas excelentes e promissoras, alguns outros tópicos são fundamentais para você avaliar se a certificação vale a pena — afinal, a decisão é sua e eu estou aqui para te ajudar!

Onde um Analista CNPI pode trabalhar?

Aqueles que obtiverem a certificação CNPI poderão encontrar boas oportunidades de carreira em instituições como:

É bastante comum que os Analistas CNPIs trabalhem em casas de pesquisa, dada a natureza da sua certificação. No entanto, essa lista mostra como sua carreira não se restringe a isso e que muitas outras instituições têm buscado por profissionais com essa certificação também.

Quanto ganha um Analista CNPI?

O salário de um Analista CNPI é bastante alto, com ganhos entre R$13.000,00 e R$27.000,00, de acordo com o guia salarial da consultoria de carreira Robert Half International

Esses valores, no entanto, podem variar de acordo com alguns fatores, tais como experiência profissional, instituição, região do país e cargo específico. De maneira geral, posições mais iniciantes (analista júnioranalistas júnior, por exemplo), recebem cerca de R$5.000,00 mensais, enquanto vagas de nível sênior ultrapassam facilmente os R$25.000,00.

Analista CNPI pode operar na Bolsa?

Pode! No entanto, há algumas regras para tal. Por exemplo: o Analista CNPI não pode negociar (comprar ou vender) valores mobiliários que sejam objetos de suas análises (nem para terceiros, nem para si próprio) durante o período de 6 meses a partir da divulgação do relatório em questão, ou até a divulgação de um novo documento sobre o mesmo ativo.

Outra restrição é que se o profissional tiver negociado qualquer ativo nos últimos 30 dias, não poderá incluí-lo como objeto de análise em um relatório ao longo desse prazo. 

Esses são alguns tópicos de cunho ético da profissão e existem para evitar que pessoas influentes, por exemplo, manipulem negociações e o mercado financeiro. 

Quantos CNPI tem no Brasil?

Em 2023, foram registrados apenas 1577 profissionais CNPIs no Brasil. Repito que esse é um número bastante pequeno quando comparado ao total de investidores no país registrados nos relatórios divulgados neste mesmo ano: cerca de 60 milhões.

Essa comparação traz de volta a já mencionada alta demanda por profissionais do tipo, uma vez que o mercado de investimentos tem crescido a todo o vapor e há muito espaço para aqueles que desejam obter uma certificação como essa, de alto prestígio, e iniciar uma carreira promissora e que segue sendo uma tendência para o futuro.

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Perguntas frequentes sobre CNPI

Quais são as graduações de nível superior necessárias?

Bacharelados, licenciaturas e cursos técnicos de qualquer área, desde que sejam ministrados por uma instituição reconhecida pelo MEC.

Qual é a relação do CNPI com o credenciamento na Apimec?

Para exercer a profissão de Analista CNPI, o profissional deve antes se credenciar junto à Apimec. O credenciamento inclui o pagamento trimestral de uma taxa de R$270.

Qual é a vantagem de se contratar um profissional CNPI?

O empregador que contratar um profissional CNPI terá em sua empresa ou instituição alguém oficialmente apto tecnicamente para exercer suas funções no mercado de investimentos, e que está submetido a um rigoroso Código de Conduta.

Existe ordem de realização dos exames CNPI?

Não! O candidato pode realizar qualquer um dos módulos primeiro. Também não necessariamente precisa agendar dois exames no mesmo dia.

Posso agendar as provas CNPI na mesma data?

Sim, desde que haja disponibilidade para tal e desde que o candidato selecione horários diferentes para cada exame. 

Posso realizar os exames antes da conclusão do curso superior?

Pode! A exigência da comprovação do curso superior (nível de graduação) só será feita no momento de solicitação da certificação CNPI.

Quanto custa para tirar o CNPI?

O preço varia de acordo com o módulo:

  • Conteúdo Brasileiro (CB): R$551,25 para associados Apimec e R$735 para não-associados;
  • Conteúdo Global 1 (CB1): R$689,25 para associados Apimec e R$919 para não-associados;
  • Conteúdo Técnico 1 (CT1): R$689,25 para associados Apimec e R$919 para não-associados.

Existe prazo para conclusão dos exames?

Sim! Após ser aprovado no primeiro exame, o candidato terá 12 meses para ser aprovado em outro. Se perder o prazo, será necessário se inscrever e realizar as provas novamente.

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Comentários

Anderson - 03/04/2021

Onde está a apostila gratuita?

Gabriel da TopInevst - 05/04/2021

Bom dia Anderson, tudo bem? Não temos a apostila ou curso do CNPI, neste momento o curso está em construção.