Segundo a Anbima, 36% da população brasileira está investindo em produtos financeiros. Esse percentual se refere ao ano de 2022 e representa um aumento de 5% em relação ao ano anterior. Imagine só: estamos falando de cerca de 60 milhões de investidores no país.

Como a expectativa é de que, para 2023 e para os próximos anos, esse número aumente novamente, na mesma proporção (ou até mais), creio que este seja o momento ideal para que você, interessado no mercado financeiro ou profissional dessa carreira, aprenda um pouco mais sobre mercado primário e mercado secundário.

Afinal, tão importante quanto compreender o que cada ativo em si representa, é fundamental conhecer seus ambientes de negociação. Por isso, neste artigo você vai aprender:

  • O que são os mercados primário e secundário;
  • Como ambos funcionam;
  • Quais as diferenças entre um e outro;
  • Quais ativos são negociados neste mercado.

Vem comigo?

O que são os mercados primário e secundário?

Os mercados primário e secundário são ambientes de negociação do mercado financeiro, onde são negociados valores mobiliários de renda fixa ou variável — ações e títulos do Tesouro Direto, por exemplo.

Ambos não são opostos. Muito pelo contrário: são complementares, já que desempenham funções distintas dentro deste setor. Enquanto o primário serve para que empresas e entidades possam captar recursos, o secundário cumpre o papel de possibilitar que os ativos emitidos por essas empresas e entidades sejam continuamente negociados, dessa vez entre investidores.

Este segundo, aliás, é primordial para que os ativos possam ter mais liquidez, o que é um benefício para quem aplica recursos neles. De qualquer forma, ambos os conceitos de mercado primário e secundário se tornam mais claros quando olhamos para cada um individualmente. Por isso, siga comigo!

O que é mercado primário e como funciona?

Como o nome indica, o mercado primário é o ambiente no qual ocorre a primeira negociação de um ativo. Nessa dinâmica, o emissor desse papel o vende diretamente para o investidor. Como o processo é, então, assim direto, os recursos captados vão imediatamente para a empresa ou instituição financeira em questão.

Esse tipo de negociação inicia quando uma emissora realiza uma IPO ou um follow-on na Bolsa de Valores. Entenda a diferença:

  • IPO (Oferta Pública Inicial): ocorre quando uma companhia faz a sua estreia no mercado de capitais. Ou seja, ela abre o seu capital com o objetivo de captar recursos, permitindo que investidores adquiram esses títulos disponibilizados;
  • Follow-on: após ter lançado uma IPO, uma mesma empresa pode retornar ao mercado de capitais para uma nova tentativa de captação de recursos. As razões para tal podem ser várias, como necessidade de mais fundos para financiar um projeto ou reduzir o grau de endividamento. 

Apesar de o mercado primário ser frequentemente mencionado para tratar de ações, a verdade é que títulos de renda fixa e variável podem ser negociados neste ambiente.

Renda fixa

Quando uma empresa precisa captar recursos, pode fazer uma Oferta Pública Inicial de títulos de renda fixa, ou quaisquer papéis específicos. Como você já sabe, estes ativos são disponibilizados diretamente da instituição para os investidores, por isso os fundos reunidos vão imediatamente para o caixa da empresa emissora.

Da parte dos investidores, estes podem acessar títulos de renda fixa do mercado primário com a ajuda de corretoras de valores e distribuidoras de títulos. Para isso, devem demonstrar sua intenção de compra. Este processo, aliás, pode ter sua mecânica alterada de acordo com o tipo de oferta em questão: ICVM 400 ou ICVM 476. Presta atenção na diferença:

  • ICVM 400: estas ofertas destinam-se ao público geral. Por esse motivo, as exigências em relação à documentação necessária da empresa são mais rígidas — um recurso para proteger os investidores. Como é de se imaginar, a gama de interessados nesse caso é muito maior e, consequentemente, os valores de emissão também podem ser maiores, assim como a alocação se torna melhor pulverizada;
  • ICVM 476: conhecidas também como “ofertas restritas”, o público aqui se restringe ao profissional. Ao contrário da ICVM 400, o processo de fornecimento da documentação é muito mais rápido e acessível. O número de investidores que têm acesso a esses ativos é bem restrito (daí o nome “oferta restrita”) e os riscos assumidos tendem a ser maiores — assim como também podem ser altos os retornos.

A título de curiosidade, vale mencionar aqui as quatro etapas de uma Oferta Pública Inicial:

  • Originação;
  • Estruturação;
  • Distribuição;
  • Reserva;
  • Liquidação.

Neste esquema, apenas no momento da distribuição é que um investidor interessado é apresentado aos produtos de investimento em questão. Nessa etapa, terá em mãos todas as informações necessárias sobre o ativo, a fim de embasar a sua decisão de aplicação.

Renda variável

A renda variável também é absolutamente possível de ser negociada no mercado primário, como tão frequentemente acontece com as ações. Nesse caso, assim como no caso da renda fixa, empresas podem abrir o seu capital na Bolsa, por meio de IPOs ou follow-on.

Nesse contexto, de oferta inicial, a empresa emissora basicamente abre o seu capital. Dessa forma, investidores interessados podem adquirir pequenas frações de seu patrimônio (as ações) e lucrar (ou não) a partir de sua valorização no mercado.

Instituições que desejam comercializar produtos de investimento no mercado primário o fazem com o auxílio de instituições financeiras intermediárias, como os bancos de investimento. Assim, os investidores podem novamente demonstrar intenções de compra para, futuramente, caso a oferta seja bem sucedida, esses interessados finalmente recebem as ações adquiridas. 

Outra vez, vale o reforço de que o capital reunido dessa forma vai diretamente para a empresa emissora. Tal qual acontece com a renda variável, esse processo também pode ser feito por meio de ofertas públicas ou restritas.

Essas duas opções, inclusive, apresentam vantagens e desvantagens para as empresas emissoras — você já sabe, por exemplo, que a estruturação de uma IPO pode ser mais custosa para o público geral. Além disso, a complexidade dos projetos e dos processos operacionais, o momento macroeconômico do país e até mesmo o horizonte de tempo que se demanda para levantar os recursos necessários devem ser levados em consideração aqui.

O que é mercado secundário e como funciona?

No mercado secundário, os ativos que inicialmente estrearam no mercado primário podem ser renegociados. Desta vez, no entanto, as transações acontecem entre os investidores que possuem o título e aqueles que desejam comprá-los. Em outras palavras, o dinheiro movimentado nessas operações não vai para as empresas emissoras.

Por estarem nesse segundo mercado, as taxas e os preços dos papéis podem não ser os mesmos daqueles apresentados no momento da primeira emissão. As razões para essa variação podem ser várias, como a exposição a riscos variados, como o de liquidez (escassez de recursos para transformar o ativo em dinheiro) ou de mercado (variações de preço de mercado, assim como movimentações imprevisíveis).

Renda fixa

A negociação de ativos de renda fixa no mercado secundário também requer a presença de intermediários financeiros. Dessa forma, o investidor interessado em adquirir esses papéis precisa apenas abrir uma conta em uma corretora de valores e escolher as opções que mais lhe convêm. 

Esse tipo de aquisição é comumente realizado de forma online e, hoje em dia, qualquer pessoa pode facilmente começar a negociar ativos no mercado secundário a partir de um aplicativo. 

Nesse contexto, a precificação dos papéis de renda fixa pode ser afetada de diferentes formas, já que a negociação acontece unicamente entre investidores. Alguns desses fatores são:

  • Alterações na taxa de juros;
  • Riscos relacionados ao emissor;
  • Prazo restante até o vencimento;
  • Oferta e demanda do mercado;
  • Cenário econômico e político.

Quando a taxa Selic cai, por exemplo, a inflação tende a subir. Do ponto de vista dos investidores, essa baixa pode ser ruim, já que afetará diretamente a rentabilidade de ativos de renda fixa — o Tesouro Direto, por exemplo. Nesse tipo de contexto, aliás, muitos olhos se voltam à renda variável.

Renda variável

Até aqui, você já aprendeu que, no mercado primário, um investidor pode adquirir uma ação assim que ela é lançada na Bolsa. Dessa forma, os recursos captados vão diretamente para a empresa emissora

Quem compra uma ação, o faz por acreditar que este papel pode valorizar com o tempo, considerando o potencial de tal empresa. Correto? Imagine, agora, que esse investidor do mercado primário tenha decidido que a melhor decisão é vender essa ação para aplicar seu patrimônio em outros ativos.

Para isso, deverá repassar a ação para outro investidor. Assim, quem recebe o dinheiro pela venda é o proprietário do papel, e não a empresa emissora

Neste ambiente, novamente temos a variação dos preços das ações. Como esta modalidade de investimento se trata de renda variável, naturalmente a volatilidade é muito maior, assim como os possíveis retornos.

No mercado secundário, então, estes são os fatores que podem alterar o preço de um ativo de renda variável

  • Desempenho da empresa emissora;
  • Eventos corporativos (fusões, aquisições, mudanças no corpo administrativo etc.);
  • Desempenho do setor desta empresa;
  • Cenários políticos e econômicos;
  • Notícias relevantes e de grande impacto ao setor específico (ou ao país);
  • Tendências e crescimento futuro;
  • Expectativas dos investidores;
  • Oferta e demanda.

Resumidamente, a sensibilidade desses ativos é uma característica bem marcante da renda variável no mercado secundário — por isso esse tipo de estratégia é recomendado para perfis de investidor moderado, arrojado ou agressivo. 

Quais as diferenças entre mercado primário e secundário?

A principal diferença entre o mercado primário e o secundário é que, no primeiro, a negociação de ativos acontece entre empresas e investidores, enquanto no segundo a compra e a venda é feita apenas entre investidores

Lembre-se: ambos os mercados são complementares, não opostos. Aliás, para te ajudar a visualizar melhor as características de cada um, eu criei essa tabela:

Mercado primárioMercado secundário
Títulos estreantes no ambiente de negociação, ofertados pela primeira vezNegociação de ativos financeiros que já existiam
A operação ocorre entre o investidor e a instituição emissoraA operação ocorre apenas entre investidores
Os recursos captados vão para o caixa da instituição emissora O recurso obtido com a venda vai para o investidor que possuía o papel e o vendeu
A precificação passa por um processo específico, como o de leilão ou bookbuildingA precificação é baseada principalmente nas movimentações do mercado, como pela lei da oferta e demanda
Há presença de intermediários financeiros como bancos de investimentos e corretorasHá presença de intermediários financeiros como corretoras, Bolsa de Valores e outros meios de negociação
O principal objetivo é reunir fundos para financiar projetos da instituição emissora O principal objetivo é permitir que os investidores negociem ativos com maior liquidez

No tópico sobre a precificação, eu citei um termo que talvez não seja familiar para você: bookbuilding. Esse mecanismo é o seguinte: quando uma empresa lança uma IPO, passa por um processo cujo objetivo é definir o seu valor mais justo. Assim, considera, entre outros fatores, o interesse do mercado financeiro em adquirir esses ativos. O nome desse processo é bookbuilding.

Qual é a importância desses mercados?

De um lado, temos o mercado primário como fundamental para que instituições financeiras e empresas possam captar recursos por meio da emissão de títulos. Para os investidores, esta é uma chance de ter acesso a opções inéditas de investimento. O mercado secundário, por sua vez, beneficia principalmente os investidores que buscam liquidez antecipada e rentabilidade atrativa.

Novamente, acredito que visualizar ambos os ambientes de negociação de forma individual pode te ajudar a compreender a amplitude de seus papéis para o mercado financeiro. Portanto, olha só:

Mercado primário

Com a possibilidade de lançar ativos no mercado de investimentos, uma empresa tem a chance de reunir recursos e fundos valiosos para as suas atividades e operações. Dessa forma, o mercado primário e sua consequente captação de recursos das organizações emissoras trazem alguns benefícios generalizados. Olha só:

  • Desenvolvimento econômico: quando empresas crescem e prosperam, o valor de suas ações sobem. Esse efeito não beneficia somente seus acionistas, é claro, mas também serve para fomentar o consumo e o crescimento econômico de forma geral;
  • Geração de empregos: naturalmente, uma empresa em pleno crescimento tem a capacidade de gerar mais empregos, sejam estes diretos ou indiretos;
  • Maior transparência para o mercado: todas as empresas de capital aberto têm a obrigação de divulgar informações financeiras e de suas atividades não somente aos seus acionistas, mas ao público geral também. Dessa forma, temos uma prestação de contas mais transparente, o que aumenta a confiança dos investidores e a segurança do mercado.

Mercado secundário

Nem todos os investidores têm acesso às IPOs, o que torna o mercado secundário bastante importante para que mais pessoas tenham acesso a diferentes ativos de renda fixa e variável. 

Na prática, como já mencionei, os investidores podem desfrutar de maior liquidez, facilitando operações de compra e venda de papéis. Esse benefício cai muito bem para alguém que deseja se desfazer dos títulos que comprou, ou que decidiu aproveitar oportunidades de investimento melhores.

Ainda para os investidores, temos os preços competitivos. Com a influência do mercado afetando seus custos, por exemplo, é possível avaliar melhor o quanto eles valem. Por consequência, as negociações se tornam mais assertivas.

Por outro lado, no que diz respeito ao setor financeiro como um todo, o mercado secundário também é importante, por estas razões:

  • Transparência: este é um benefício compartilhado com o mercado primário. Aqui, temos novamente a obrigação legal que as empresas têm de divulgar suas informações financeiras ao público, tornando este mercado muito mais confiável e seguro para os investidores. Assim, quanto mais pessoas investindo, melhor o seu funcionamento;
  • Alocação eficiente de capital: é no mercado secundário que os investidores têm a chance de realocar seu patrimônio em diferentes empresas e setores, a depender do quão promissores eles são. Dessa forma, este capital acaba contribuindo para o desenvolvimento econômico do país;
  • Captação extra de recursos: é por causa do mercado secundário que instituições emissoras têm a chance de emitir novos títulos, a fim de reunir mais recursos para expansão e financiamento de projetos, por exemplo. Novamente, então, temos o benefício do crescimento econômico generalizado, que fomenta, entre outros aspectos, a geração de empregos.

Como investir no mercado primário e secundário?

O processo de investimento é diferente para o mercado primário e o secundário. Comum a ambos, no entanto, é o fato de que é necessária a presença de uma intermediária financeira. Isso porque pessoas físicas não têm autorização para operar na Bolsa de Valores. Logo, uma corretora, por exemplo, é indispensável. 

A forma como se deve investir em cada um é a seguinte:

  • Mercado primário: o investidor pode comprar a ação ou o título específico antes que este seja listado na Bolsa de Valores. Para isso, precisa do intermédio de um banco de investimento, ou corretora de valores;
    • Por fim, é necessário passar pelo processo de subscrição dos títulos, que é quando o investidor receberá, ainda, informações mais específicas sobre os papéis que está demonstrando interesse. Novamente, a intermediação é necessária;
    •  Outra forma de investir no mercado primário é por meio de fundos de investimento. A depender de sua configuração, o gestor pode adquirir ativos neste mercado. Fundos de private equity e venture capital, por exemplo, alocam recursos em papéis não listados. 
  • Mercado secundário: o acesso aos ativos do mercado secundário é muito mais fácil. Para isso, basta que o investidor tenha uma conta em uma corretora de valores. Hoje em dia, aliás, muitos bancos já oferecem plataformas de investimento próprias, nas quais seus clientes podem encontrar ativos específicos no mesmo aplicativo onde gerenciam contas correntes e cartões de crédito. Nas corretoras, vale lembrar, é possível negociar tanto títulos de renda fixa quanto variável.

Quais ativos são negociados no mercado primário e secundário?

Ativos de renda fixa e variável podem ser negociados tanto no mercado primário, quanto no secundário. Ações, CDBs, Debêntures, Fundos Imobiliários e ativos do Tesouro Direto são alguns dos exemplos mais populares.

Pronto para recapitular alguns conceitos e entender o funcionamento de cada um deles?

Ações

Ações são pequenas frações do capital de uma empresa, disponibilizadas para que esta possa captar recursos que financiem seus projetos e suas atividades. Os investidores que as adquirem, então, podem lucrar (ou não) com a influência do mercado financeiro e outros fatores sobre o seu preço. Algumas ações, vale lembrar, pagam dividendos, que são uma parcela do lucro líquido dessas organizações, destinada aos acionistas.

No mercado primário, um investidor consegue demonstrar intenção de compra sobre uma ação antes que ela seja listada na Bolsa de Valores, no momento de seu lançamento. O valor aplicado no título vai, então, diretamente para a empresa. Já no mercado secundário, investidores compram e vendem entre si ações já existentes.

CDBs

Os Certificados de Depósitos Bancários são títulos de renda fixa, emitidos por bancos. Quem os adquire está basicamente “emprestando dinheiro” para essas instituições financeiras. Em troca, recebem o valor corrigido com o acréscimo de uma taxa de juros que pode ser fixa ou variável. 

A dinâmica dos CBDs nos mercados primário e secundário é a mesma dos demais títulos: se adquiridos no primário, a relação é direta entre investidor e emissor. Além disso, tem liquidez menor e passa por um processo diferente de precificação, já que é apenas no mercado secundário que fatores externos podem influenciar no preço de um ativo.

Debêntures

Aqui, temos ativos que são títulos de dívidas emitidos por empresas de médio ou grande porte. Nesse caso, o recurso captado vai para esta organização emissora, retornando ao investidor com o acréscimo de juros — considerando uma taxa acordada no início da transação. Essa, aliás, é uma modalidade de renda fixa.

Novamente, temos a mecânica de sempre: as empresas em questão só captam recursos reunidos por meio do mercado primário. No secundário, o dinheiro é movimentado apenas entre os investidores que compram e vendem estes papéis.

Tesouro Direto

Ao adquirir um título do Tesouro Direto, o investidor está emprestando seu dinheiro ao Governo Federal. Estes recursos são direcionados para a manutenção de vários setores do Brasil: educação, saúde, transporte etc.

Esse é um investimento de renda fixa e conta com opções de rentabilidade prefixada (os lucros exatos são conhecidos no momento da aplicação) e pós-fixada (os lucros futuros serão corrigidos de acordo com algum índice, geralmente o IPCA).

O Tesouro, aliás, é uma das opções mais buscadas por investidores iniciantes ou de perfil conservador. Como a garantia da devolução do dinheiro fica a critério do Governo Federal, esses papéis são bastante seguros — a possibilidade de um calote, por exemplo, é extremamente improvável.

Fundos de investimento

Os fundos de investimento são aplicações coletivas, nas quais um gestor reúne as contribuições de todos os cotistas para aplicar em ativos diversos, que podem ter categorias específicas, a depender do que estiver combinado no contrato (fundos de renda variável, cambial, renda fixa etc.).

Há fundos disponíveis tanto para quem deseja buscar oportunidades no mercado primário, quanto no secundário. Como eu já mencionei, os voltados para private equity e venture capital são opções que alocam recursos em ativos ainda não listados na Bolsa de Valores.

Vale mais a pena comprar do mercado primário ou secundário?

Uma vez que se tratam de ambientes distintos de negociação, a decisão sobre qual mercado é mais promissor, primário ou secundário, cabe ao investidor — já que este naturalmente terá objetivos e expectativas próprios.

Para te ajudar nessa avaliação, eu trouxe alguns dos prós e contras mais relevantes de cada mercado. 

Sobre o mercado primário, então, temos esses fatores:

  • Os ativos podem apresentar taxas mais atrativas;
  • É possível ter maior participação no processo de precificação;
  • O financiamento das empresas emissoras escolhidas é direto;
  • Não é possível resgatar antecipadamente o valor aplicado;
  • É possível, apenas, negociá-los novamente.

É por conta de seus pontos negativos, aliás — como impossibilidade de resgate, por exemplo, que do mercado primário surgiu o mercado secundário. Neste último, alguns pontos importantes a serem observados são:

  • A compra e venda de ativos dispõe de maior liquidez, sendo, então, mais ágil;
  • A negociação dos papéis é mais flexível, já que os investidores podem escolher quando comprá-los ou vendê-los;
  • É possível fazer uma busca maior por preços atrativos, já que a precificação deste mercado depende bastante das movimentações do mercado;
  • Os preços podem ser considerados sempre como atualizados, uma vez que refletem, entre outros fatores, a influência da lei de oferta e demanda.

Novamente, eu reforço que a decisão sobre qual mercado é melhor é algo bastante individual. É por esse tipo de dilema, aliás, que a demanda por profissionais qualificados no mercado financeiro tem crescido tanto. Afinal, com tantos pormenores a se considerar, é compreensível que, cada vez mais, investidores tenham buscado por um auxílio sólido, que os garanta as melhores oportunidade de aplicação.

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Comentários

Vanessa Lopes Santos - 24/09/2019

Qual a importância do mercado primário e mercado secundário para o mercado de capitais?

Kleber Stumpf - 25/09/2019

Olá Vanessa, tudo certo? Resumidamente: Mercado primário: capitalizar a empresa que está abrindo capital. Ou seja, o investidor compra ações e esse dinheiro vai direto para o caixa da empresa que está fazendo IPO (Initial Public Offering ou Oferta Pública Inicial). Mercado secundário: liquidez no mercado. Isso possibilita que os investidores consigam transformar seus ativos em capital de forma mais rápida. Pensa se toda vez que alguém quer vender suas ações, somente a empresa pode comprar e ela está com o dinheiro aplicado em seu crescimento e não pode te comprar? Como solução, surge o mercado secundário para dar liquidez (maior velocidade em transformar um ativo ou bem em dinheiro). Certo? ;) Visite meu canal no YouTube! Adquira nosso curso completo para as provas da CPA 10. Siga a gnt no Instagram e não esqueça de compartilhar nosso conteúdo para que possamos continuar com a educação financeira gratuita. Tenha acesso aos materiais de estudos da TopInvest Um abraço, Kléber Stumpf

Erika - 22/10/2023

Ótimo artigo, parabéns!