A taxa Selic é, com certeza, um dos termos mais populares do mercado financeiro – até mesmo para quem nem faz parte dele ativamente. Nas notícias, por exemplo, é bem comum que a ouçamos ser mencionada. 

Contudo, quem conhece o setor mais a fundo, precisa saber que há dois tipos de Selic: a Meta e a Over. Já ouviu falar? Vem comigo que eu te explico melhor.

Taxa Selic Meta

Quando lemos ou ouvimos nos noticiários algo sobre a Selic, é sempre sobre a Meta. Em resumo, esta é a taxa básica de juros do nosso país, aquela que faz os demais juros praticados aumentarem ou diminuírem. 

Os exemplos já são bem conhecidos: as taxas cobradas por um empréstimo ou a rentabilidade de um ativo podem ser afetadas pela Meta. Bem simples, né? Também podemos defini-la como uma taxa que serve de base na hora de precificar produtos e serviços.

Como é definida a taxa Selic Meta?

No que diz respeito à definição da taxa, temos o Conselho Monetário Nacional (CMN) e o Comitê de Política Monetária do Banco Central (COPOM) envolvidos.

O CMN é quem vai definir, de tempos em tempos, qual a meta de inflação para o país. Já o COPOM, por sua vez, terá a responsabilidade de determinar qual vai ser a Taxa Selic Meta do momento, de forma a influenciar o nosso consumo e crédito, tornando ambos mais baratos ou mais caros.

Essa definição da taxa, aliás, é realizada de 45 em 45 dias, no qual o comitê avalia se vai baixar seu valor, aumentar ou deixar como está.

Qual a importância da Selic Meta?

Como é a taxa básica de juros do Brasil, é compreensível que esta seja o instrumento de política monetária mais importante que o Banco Central utiliza para controlar a inflação. Afinal, é ela que vai servir de base para os preços e juros do resto do país.

Quando a Selic Meta está alta, significa que o Banco Central está tentando controlar uma inflação que também subiu muito. Por esse motivo, efetua-se essa investida para desacelerar a economia através do aumento dos preços. Os produtos, portanto, ficarão mais caros e será mais difícil conseguir empréstimos e outros tipos de crédito – estratégias para que os brasileiros consumam menos.

No que tange aos investimentos atrelados à Selic, o seu aumento significa que a rentabilidade desses títulos também será maior.

A queda da Selic, por outro lado, indica uma necessidade de aquecer a economia, uma vez que a inflação está muito baixa. Por consequência, o crédito se tornará mais barato e o consumo mais acessível. O câmbio também é afetado, já que investidores internacionais passam a injetar menos dinheiro em nossa economia. 

Para os investidores, o efeito é contrário ao da Selic alta: os títulos atrelados a esse indicador apresentarão uma rentabilidade menor.

Taxa Selic Over

Enquanto a Selic Meta representa um parâmetro, a Selic Over é o que acontece no mercado na prática. Em outras palavras, ela é uma média das operações realizadas pelas instituições financeiras.

Sua nomenclatura “over” vem de “overnight” que, no âmbito financeiro, define uma aplicação feita em um dia, para resgate no próximo. Esse nome indica, então, seu funcionamento. 

Como funciona a Selic Over?

Primeiramente, temos os bancos que realizam empréstimos e outras transações diariamente. Isso acontece para manter o fluxo de caixa em dia, por exemplo. 

Essas transações, por sua vez, devem ser lastreadas por títulos públicos. Por isso, utilizam a Selic como parâmetro, a fim de ditar os rumos de uma negociação que, como você já aprendeu, acontece no overnight.

Como a Selic Over é definida?

Para entendermos a forma como a Selic Over é definida, é preciso, antes, compreender a diferença entre a taxa Selic e a infraestrutura Selic. Presta atenção:

  • Taxa Selic: como vimos, é a taxa básica de juros. Seu aumento ou diminuição, por consequência, impacta diretamente não somente os investimentos, mas também o nosso bolso, uma vez que altera preços e crédito;
  • Infraestrutura Selic: aqui, por outro lado, temos um sistema eletrônico. Este é responsável por efetivar não somente a custódia, mas também o registro de todas as transações realizadas – como as negociações de muitos títulos do Tesouro Nacional.

É nesse sistema digital, portanto, que se gera a Selic Over. Já que negociações de títulos acontecem nesse ambiente, é nele que se pondera a taxa média que está sendo cobrada entre todas as operações que os bancos realizam.

O que é a taxa Selic Over em relação ao CDI?

A título de refrescar sua memória: você sabe o que é o Certificado de Depósito Interbancário (CDI)? Em poucas palavras, é um título de curto prazo, emitido pelos bancos para captação ou aplicação de recursos.

Na prática, Selic Over e CDI podem até ser similares, mas algumas diferenças básicas devem ser observadas. Enquanto a Over é uma responsabilidade pública, o CDI tem a ver unicamente com instituições privadas, por exemplo. 

A diferença do “público e privado” é notada também na efetivação de empréstimos: enquanto a Selic existe para bancos com títulos públicos, o CDI atende aos privados. Há também que se mencionar o fato de que a taxa básica de juros é algo que afeta a economia como um todo, enquanto o outro costuma render cerca de 0,2% a menos que esse indicador.

Investidores sabem que alguns títulos estão atrelados ao CDI, e aqui entra a relação entre esses dois indicadores. Afinal, se a Selic Over afeta todas as outras taxas do país, é natural que ela afete também o CDI – e ter em mente esse fato é fundamental na hora de traçar uma estratégia de investimento.

A taxa Selic cai na prova!

Por isso é tão importante compreender de forma completa, e não apenas ter uma noção básica de seu funcionamento e importância. 

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