Por que empresas abrem o capital na bolsa de valores ou emitem títulos? E por que pessoas investem? De um lado, temos companhias em busca de recursos para financiar seu crescimento e operações. Do outro, investidores aplicam dinheiro em diferentes ativos para proteger e aumentar o patrimônio. O que está no centro disso tudo, conectando ambas as partes? O mercado de capitais.
Enquanto ambiente que viabiliza todas essas operações, temos no mercado de capitais um mecanismo de extrema importância para o desenvolvimento do Brasil, uma vez que atua como um estimulador ao hábito de poupar e ao investimento produtivo. Além disso, fomenta a expansão de empresas — em resumo, temos aqui uma das principais engrenagens da economia do país.
Esse é um olhar bastante superficial sobre esse mercado e, mesmo assim, tenho certeza de que você já pegou o recado: esse assunto é tema de prova. Mais do que isso, é o tipo de conceito que, enquanto profissional das finanças, você precisa dominar para exercer qualquer função.
Topa aprender tudo sobre o tema? Siga comigo para descobrir:
- O que é o mercado de capitais;
- Como funciona o mercado de capitais;
- Quais são os principais instrumentos de participação no mercado de capitais;
- Quais instituições participam desse mercado;
- Qual é a importância do mercado de capitais;
- Qual é a diferença entre mercado de ações e mercado de capitais;
- Como investir no mercado de capitais.
Vamos lá?
O que é o mercado de capitais?
O mercado de capitais é o ambiente no qual empresas, instituições e até governos captam recursos de investidores para financiar projetos ou expandir as operações. Assim, serve para conectar quem precisa de capital com quem deseja alocar os próprios recursos em busca de retorno.
Isso é colocado em prática por meio da emissão e negociação de títulos e ativos, como ações e debêntures. Por exemplo, quando uma empresa abre capital e emite ações, ela está vendendo uma parte de si mesma em troca de dinheiro para investir no crescimento. Já o investidor, ao comprar essas ações, passa a ter participação nos resultados da empresa e a chance de lucrar com a valorização dos papéis.
Como funciona o mercado de capitais?
Para conectar emissores de títulos e investidores, o mercado de capitais é estruturado em dois ambientes complementares: o mercado primário e o secundário. Ambos viabilizam diferentes etapas da emissão e negociação de ativos, e servem para manter o dinamismo e a liquidez das operações.
Vamos entender melhor cada um deles?
Mercado primário
Esse mercado é o ambiente no qual as empresas emitem novos títulos e valores mobiliários pela primeira vez. Aqui, fundos de investimentos, empresas de capital aberto e fechado, emissores de renda fixa e até o Tesouro Nacional podem participar e fazer suas emissões.
Quanto às negociações, estas acontecem diretamente entre a empresa e o investidor. Logo, os recursos captados vão unicamente para o caixa de quem disponibilizou os títulos e ativos.
Mercado secundário
No mercado secundário, os investidores negociam ativos entre si. Logo, o dinheiro de uma venda não vai para a empresa emissora, mas sim para a pessoa que está adquirindo a posição.
Lembre-se: aqui, o preço dos ativos varia para cima ou para baixo de acordo com uma série de fatores (desempenho da emissora, taxa de juros, cenário econômico etc.). Inclusive, o próprio interesse dos investidores por determinada ação, por exemplo, pode interferir no valor do papel.
Quais são os principais instrumentos de participação no mercado de capitais?
Os principais instrumentos de participação, ou seja, títulos e ativos disponíveis no mercado de capitais são:
- Ações: são uma fração do capital social de uma empresa. Quem as adquire, tem o direito de participar dos lucros e, em alguns casos, das decisões societárias também;
- Debêntures: títulos de dívida emitidos por empresas privadas que oferecem aos investidores uma remuneração em troca do empréstimo de recursos. Embora pertençam à classe da renda fixa, apresentam risco e complexidade mais elevados;
- Fundos de Investimento: reúnem recursos de diversos investidores para aplicação coletiva em ativos variados, sob gestão profissional. A composição do portfólio vai depender do objetivo de cada Fundo;
- Certificados de Recebíveis (CRI e CRA): são títulos de renda fixa, lastreados em recebíveis dos setores imobiliário (CRI) e do agronegócio (CRA);
- BDRs (Brazilian Depositary Receipts): com esses títulos, investidores podem aplicar em empresas estrangeiras a partir do Brasil, por meio de certificados que representam ações emitidas no exterior;
- ETFs (Exchange-Traded Funds): aqui temos Fundos negociados em bolsa que replicam índices de mercado, como o Ibovespa ou o S&P 500.
Quais instituições participam desse mercado?
No mercado de capitais, há instituições que viabilizam a negociação de ativos e outras que fiscalizam essas atividades. Bancos, corretoras, a Bolsa de Valores e a CVM são alguns dos principais integrantes deste mecanismo.
Vem comigo entender melhor a função de cada uma a seguir.
CMV
A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) é uma autarquia vinculada ao Ministério da Economia, cujas principais funções são proteger os investidores, zelar pela transparência e pelo bom funcionamento do mercado de valores mobiliários, como seu nome indica.
Em termos mais práticos, o que a CVM faz é o seguinte:
- Exigir que empresas divulguem informações relevantes e transparentes ao público, como balanços financeiros e relatórios de desempenho;
- Estabelecer normas que devem ser seguidas pelos participantes do mercado, como bolsas de valores, investidores e corretoras;
- Monitorar as atividades do mercado de capitais, para assegurar que práticas irregulares sejam punidas, como uso de informações privilegiadas e manipulação de preços;
- Garantir a divulgação de informações claras e precisas sobre investimentos, para que investidores possam tomar decisões embasadas sobre seus recursos, e para que sejam tratados de forma justa pelo mercado.
Bolsa de valores
Bolsas de valores existem pelo mundo todo e servem para conectar entidades e investidores e viabilizar operações de compra e venda de títulos e ativos — ações, títulos de renda fixa, commodities, entre outros. No Brasil, nossa bolsa é a B3.
Além dessa função geral de intermediária, também cabe à B3 administrar todo o sistema de registro, o que engloba depósitos, negociação, compensação e liquidação de operações.
Corretores de valores mobiliários
As corretoras de valores são intermediárias no processo de compra e venda de ativos financeiros. Ou seja, oferecem plataformas (chamadas de home broker) para que investidores possam realizar operações de forma prática e acessível.
Também é dever das consultoras disponibilizar informações completas e transparentes sobre ativos, cotações, análises e notícias, para auxiliar os clientes na hora de tomar suas decisões.
Bancos e fintechs
Bancos e fintechs também atuam como intermediários, pois facilitam o acesso de empresas e investidores a esse ambiente.
Na prática, essas instituições estruturam, distribuem e operam ativos como ações, debêntures e cotas de fundos. Muitas ainda oferecem plataformas e serviços que conectam quem precisa de recursos com quem quer investir, bastante similares às disponibilizadas por corretoras.
Qual é a importância do mercado de capitais?
Enquanto parte do Sistema Financeiro Nacional, o mercado de capitais é uma peça fundamental em termos de estímulo ao hábito de poupar, à gestão de riscos e à alocação eficiente de recursos. É, portanto, uma espécie de protagonista quando o assunto é desenvolvimento social e crescimento econômico.
A lógica por trás dessas afirmações é a seguinte: quando pessoas ou instituições investem, estão em busca de alocação eficiente e custos mais vantajosos. Consequentemente, a procura eleva a liquidez da economia e torna os prazos das aplicações mais favoráveis.
Para atrair mais investidores, o mercado de capitais exige mais governança corporativa e transparência nas informações divulgadas pelas empresas emissoras de títulos. Assim, os investimentos aumentam e o crescimento econômico (mais emprego, mais renda etc.) é estimulado.
Qual é a diferença entre mercado de ações e mercado de capitais?
Enquanto o mercado de capitais é um conceito amplo que abrange todos os ambientes nos quais ocorrem negociações de ativos financeiros, o mercado de ações é uma parte específica dentro dele, voltado exclusivamente à negociação de ações.
Lembre que o mercado de capitais tem como objetivo conectar empresas que precisam de recursos com investidores que desejam rentabilizar seu dinheiro. Assim, todo mercado de ações faz parte do mercado de capitais, mas nem todo mercado de capitais se resume às ações.
Como investir no mercado de capitais?
Para investir no mercado de capitais, o passo a passo é o seguinte:
- Abrir conta em uma plataforma de investimentos: pode ser uma corretora, ou um banco que ofereça esse tipo de serviço;
- Explore os títulos e ativos disponíveis: antes de tomar uma decisão, avalie prazos, custos, taxas de juros, objetivos e grau de risco;
- Informe quanto deseja investir no ativo: depois de fazer a sua escolha, informe a quantia que pretende investir. Aqui, o preço varia de acordo com a aplicação;
- Finalize a ordem de compra: quando a operação for concluída, o seu investimento já aparecerá no seu portfólio.
Importante: esse é um passo a passo bastante técnico e simplificado de como investir no mercado de capitais. No entanto, o processo também requer a importantíssima tarefa de se educar financeiramente antes de sair aplicando o seu dinheiro por aí. Afinal, uma carteira eficiente é aquela que está alinhada aos seus objetivos, expectativas e grau de tolerância ao risco. Entendido?
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Perguntas frequentes sobre mercado de capitais
Ainda tem dúvidas sobre o assunto? Respondi as perguntas mais frequentes sobre o mercado de capitais!
Quais são os 4 tipos de mercado?
Os quatro principais tipos de mercado financeiro são:
- Mercado monetário: movimenta ativos de curto prazo e alta liquidez, como títulos públicos;
- Mercado de crédito: é onde ocorrem empréstimos e financiamentos entre instituições e pessoas físicas ou jurídicas;
- Mercado de capitais: negocia ações, debêntures e outros instrumentos de médio e longo prazo;
- Mercado de câmbio: viabiliza a compra e venda de moedas estrangeiras.
O que faz quem trabalha com mercado de capitais?
Um profissional do mercado de capitais pode atuar em diversas frentes, a depender da especialização em questão. É possível trabalhar, por exemplo, com consultoria e assessoria, análise de ativos, recomendação de investimentos, gestão de patrimônio, entre muitas outras funções.
Quem regula o mercado de capitais?
No Brasil, o principal órgão regulador é a CVM (Comissão de Valores Mobiliários), responsável por fiscalizar, normatizar e garantir a transparência e o bom funcionamento do mercado. Outros órgãos como o Banco Central e a B3 também têm papéis importantes em termos de regulação.
Quem pode participar do mercado de capitais?
Qualquer pessoa ou empresa pode participar do mercado de capitais, desde que tenha conta em uma instituição autorizada, como corretoras ou bancos de investimento. É, portanto, um ambiente aberto tanto para investidores iniciantes quanto para profissionais.
Comentários
Sou aluno do 4 ano de Relações internacionais, ao encontrar esta matéria, fiquei muito feliz e achei muito interessante pois que compreendi de facto e espero continuar a pesquisar matéria relativa ao Mercado de capitais. Estou muito grato.
Bom dia Cristóvão, tudo bem? Muito obrigado pelo feedback!! Visite meu canal no YouTube! Adquira nosso curso completo para as provas da CURSO. Tenha acesso a todas as questões comentadas do Simulados TopInvest! Siga a gnt no Instagram e não esqueça de compartilhar nosso conteúdo para que possamos continuar com a educação financeira gratuita. Tenha acesso aos materiais de estudos da TopInvest Abraço!
Parabéns a topinvest! Matéria super bem colocada e objetiva. Uma ótima contribuição ao desenvolvimento do mercado de capitais brasileiro.