De pagamentos em moeda estrangeira até os pormenores de importações e exportações, o mercado de câmbio é o protagonista de uma parte bem significativa do funcionamento da economia e das finanças.

Mais do que apenas a diferença de preço entre o real brasileiro e uma outra moeda, por exemplo, a estrutura do câmbio é complexa, apresenta estratégias e mecanismos específicos, importantes principalmente para aqueles que desejam utilizar esse mercado para realizar aplicações e multiplicar o seu patrimônio, ou para profissionais que desejam compreender a fundo esse braço do setor financeiro brasileiro e mundial.

Quer entender como o mercado de câmbio funciona, quem o regula e quais são seus principais agentes e operações? Então, continua comigo!

O que é o mercado de câmbio?

O mercado de câmbio é o ambiente no qual moedas estrangeiras são compradas e vendidas. Essas operações são viabilizadas por meio das divisas, que são um conjunto de regras cambiais a serem seguidas tanto por vendedores, quanto por compradores.

Em outras palavras, essas divisas são o processo de conversão para que determinada quantia de dinheiro possa ser utilizada em outro país. Outro mecanismo fundamental dessa estrutura é a taxa de câmbio, que é a diferença de preço entre uma moeda e outra.

Como não se imprimem euros no Brasil, por exemplo, qualquer pessoa que deseja viajar para um país da Europa ou realizar uma aplicação nessa moeda precisa recorrer ao mercado de câmbio. Além disso, ainda que o câmbio não seja físico – que não haja presença de notas de papel, o processo é o mesmo, já que a transação (a compra de um título em dólar, vamos imaginar) é submetida às divisas e às taxas de câmbio de qualquer forma.

Como é formado o mercado de câmbio?

A formação do mercado de câmbio se dá por meio de dois ambientes: o mercado primário e o mercado secundário. Neles, temos as atividades dos investidores, que podem aplicar tanto em títulos de renda fixa, quanto de renda variável

Dá uma olhada na diferença entre cada um desses ambientes:

Mercado primário

É nesse mercado que acontecem as entradas e saídas de moeda estrangeira do país. Esse fluxo é, aliás, o mais corriqueiro entre ambos, uma vez que é onde pessoas como eu e você podemos acessá-lo.

Em outras palavras, o mercado primário é o que possibilita as transações feitas por viajantes, por exemplo, que precisam trocar reais por moedas de outros países, ou configurarem seu cartões de crédito para uso internacional. Operações que envolvem importação e exportação também se enquadram aqui.

Mercado secundário

Este também é chamado de interbancário. Afinal, é onde essas instituições financeiras negociam as moedas entre si. 

Uma vez que o dinheiro passa diretamente de um banco para outro, a movimentação não é registrada como um fluxo de entrada e saída de moeda estrangeira do Brasil. É importante lembrar, ainda, que para realizar essas transações, a instituição deve ser autorizada pelo Banco Central a operar com câmbio.

Quem regula o mercado de câmbio no Brasil?

O Banco Central (Bacen) e o Conselho Monetário Nacional (CMN) são os principais responsáveis por regular e supervisionar o mercado de câmbio brasileiro. Em conjunto, estabelecem a política cambial do país, além de garantirem que as demais instituições financeiras do país a estão seguindo devidamente.

Ao ter poder sobre determinar essa política cambial, o Bacen pode, basicamente, influenciar o preço que uma moeda estrangeira terá no Brasil. Como o Brasil adotou a política do câmbio em 1999, essa influência do banco é mais branda, servindo principalmente para evitar oscilações muito drásticas.

Mundialmente falando, inclusive, esse mecanismo político é estruturado pelo Banco de Compensações Internacionais, composto por mais de 60 bancos centrais.

Voltando ao nosso país, para que uma instituição financeira sequer possa atuar no mercado de câmbio, é preciso que o Bacen a autorize. Somente assim podem começar a operar com moedas estrangeiras em transações como compra e venda, pagamentos e investimentos. Bancos de investimento, de desenvolvimento, de câmbio e agências de fomento são algumas das entidades que precisam dessa autorização.

Como funciona o mercado de câmbio?

Primeiramente, temos a mecânica fundamental do mercado de câmbio, que acontece em pares. Ou seja, no momento em que uma moeda é cedida, a outra é imediatamente cedida – se, neste exato momento, você comprar dólares, por exemplo, os receberá assim que fornecer a quantia equivalente em reais.

Ademais, seu funcionamento é caracterizado por uma dinâmica descentralizada e eletrônica. Na prática, isso aponta para o fato de que a negociação é feita entre vendedores e compradores, de forma quase direta, uma vez que a única interferência entre ambos os agentes é feita por uma instituição financeira autorizada.

No que tange a este mercado, é também impossível explicar como a sua estrutura se movimenta sem mencionar a política cambial que o rege.

O que é política cambial?

A política cambial é um conjunto de ações, práticas e orientações empreendidas pelas autoridades de determinado país com o objetivo de equilibrar a economia nacional e controlar a entrada e a saída de moedas de seu território. Em termos mais simples, é uma tentativa de adequar a taxa de câmbio ao presente momento econômico.

A razão de existir dessas tentativas é a necessidade de evitar que esta taxa sofra com grandes volatilidades. Em um cenário fictício onde a política cambial não existisse, teríamos uma infinidade de Pessoas Físicas e Jurídicas sendo prejudicadas. Ao mesmo tempo, dívidas atreladas ao dólar – algo comum até mesmo ao próprio Governo – facilmente sairiam de controle. Ou seja: amenizar essas oscilações é crucial para a economia.

Como a política cambial influencia o mercado de câmbio?

A partir da política cambial, pode-se proteger a taxa de câmbio para que essa não sofra nenhuma variação muito abrupta e significativa. Por meio de diretrizes e instrumentos econômicos, portanto, as operações – as divisas – são controladas. No Brasil, por exemplo, a ferramenta principal é o câmbio flutuante, onde o preço da moeda nacional oscila livremente, variando de acordo com o mercado – sobre este assunto, porém, vamos entender melhor mais adiante.

Como uma determinada moeda pode valorizar ou desvalorizar em relação a outras por motivos que são, em sua maioria, principalmente macroeconômicos e oriundos de fatores externos, o controle da entrada e saída de dólares no país, por exemplo, é uma forma que governos adotam para que os interesses de um cenário econômico específico sejam supridos.

Mantendo as variações em proporções amenas, a política cambial evita principalmente uma desvalorização extrema de produtos, ativos e até mesmo, no nosso caso, do real brasileiro. 

Para que essa política cambial seja empreendida, como eu mencionei, são precisos alguns instrumentos econômicos. Aqui, os chamamos de regimes cambiais.

Quais os tipos de regimes cambiais?

Os principais regimes cambiais são: câmbio fixo, câmbio flutuante e câmbio atrelado. Resumidamente, cada um engloba um conjunto de acordos governamentais, que determinam como se darão as negociações financeiras entre diferentes países.

Vamos entender os pormenores de cada um:

Câmbio Fixo

Nesse caso, o valor de determinada moeda nacional terá como referência permanente o valor de uma moeda estrangeira

Dessa forma, para evitar oscilações, os bancos centrais de países que utilizam essa política devem comprar e vender sua própria moeda no mercado de câmbio, sempre em troca do câmbio ao qual estas entidades estão atreladas. Essa dinâmica, inclusive, exige que a nação tenha um estoque massivo da moeda estrangeira usada como referência.

Dentre as vantagens dessa política cambial, posso citar:

  • Estabilidade no preço da moeda: quando a moeda nacional tem uma relação comercial muito forte com a estrangeira, utilizar essa política evita grandes e repentinas oscilações no seu preço;
  • Estímulo ao investimento estrangeiro no país: como o preço do câmbio é estável, investidores se sentirão mais seguros em aplicar recursos neste país;
  • Fomento às exportações: novamente, a moeda estável favorece as relações comerciais entre importadores e exportadores, já que o preço do câmbio estará assegurado;
  • Contenção da inflação: com as exportações e importações favorecidas, os preços neste país tenderão a ser mais estáveis também.

Ao mesmo tempo, também há desvantagens nessa equação, é claro:

  • Consequências de estocar moeda estrangeira: caso o estoque de moeda estrangeira não seja suficiente, haveria um déficit comercial no país. Isso, então, forçaria o então governo a desvalorizar sua moeda, aumentando, consequentemente, o custo de importações e a inflação. Daí em diante, teríamos um efeito dominó onde o consumo, a produção industrial e o investimento internacional seriam amplamente desestimulados;
  • Escassez de recursos frente às crises: na falta de moedas estrangeiras, como você acabou de aprender, seria impossível qualquer outra ação do governo que não a desvalorização da moeda nacional. Isso, por consequência, causaria uma venda colossal e abrupta da moeda deste país, que não teria moeda estrangeira suficiente para tamanha oferta. O resultado seria, portanto, um colapso.

Câmbio Flutuante

Neste modelo, o governo não realiza nenhuma interferência para controlar o preço da moeda. A taxa de câmbio, portanto, fica a critério da lei de oferta e demanda.

Dessa forma, é muito improvável que aconteça uma tamanha catástrofe econômica como seria imaginável em um regime de câmbio fixo. Ao mesmo tempo, há o problema de lidar com desvalorizações muito grandes da moeda que, por consequência, causariam desestímulo das exportações e aumento da inflação.

Outras vantagens e desvantagens desse tipo de câmbio podem ser melhor observadas em uma comparação entre estes dois regimes vistos até agora:

  • Política monetária: apesar de nenhum dos dois apresentar uma política monetária muito concreta, o câmbio flutuante conta com possíveis intervenções por parte do governo, que pode operar compras e vendas da moeda estrangeiras a fim de reduzir as oscilações da taxa cambial;
  • Índice de confiança: alguns investidores podem preferir a segurança do câmbio fixo, uma vez que, no câmbio flutuante, o valor real e o risco do país são fatores que podem fazer a taxa oscilar;
  • Contenção da inflação: você já sabe que, se no câmbio fixo tudo correr bem, a força da moeda nacional, mantida através de um método superficial, manterá a inflação sob controle. No câmbio flutuante, por sua vez, é preciso dispor de outros instrumentos econômicos para tal.

Câmbio Híbrido ou Atrelado

Como o próprio nome indica, temos uma espécie de meio termo entre o câmbio fixo e o flutuante. Este é, aliás, conhecido também como banda cambial.

A dinâmica é a seguinte: a taxa cambial pode flutuar, porém, o banco central do país em questão deverá determinar um limite para essa flutuação. Assim, sempre que este for ultrapassado – para baixo do mínimo ou acima do máximo – as autoridades monetárias deverão intervir.

Qual é o regime de câmbio do Brasil?

No Brasil, temos um regime de câmbio popularmente chamado de câmbio flutuante sujo.

Essa denominação se dá pois, após as flutuações iniciais ocorridas devido à implantação desse regime em 1999, as autoridades decidiram que não abririam mão de realizar intervenções sempre que a volatilidade estivesse intensa demais.

É por isso que, no começo desse artigo, eu mencionei sobre como o câmbio flutuante é o regime atual do Brasil, ao mesmo tempo que o Banco Central não se abstém de possíveis intervenções. Em resumo, o governo basicamente adotou uma flexibilidade julgada como necessária para preservar a autonomia do Bacen com relação aos objetivos internos da política econômica brasileira. 

Quais os principais agentes no mercado cambial?

Os agentes do mercado cambial brasileiro e, claro, em outros países também, resumem-se a bancos centrais, instituições financeiras e correspondentes cambiais. Resumidamente, suas responsabilidades visam garantir a segurança e eficiência de todas as transações realizadas.

Vem comigo entender as atribuições de cada agente no caso do Brasil.

Banco Central

Sua função primordial é a regulamentação do processo de compra e venda de moedas estrangeiras em solo brasileiro – ou qualquer outra transação internacional. Ademais, também autoriza instituições financeiras a operarem no mercado de câmbio, como ainda fiscaliza seus processos. 

Como você já sabe, o Bacen ainda tem o poder de intervir na política cambial do país sempre que julgar necessário.

Instituições financeiras

Uma variedade de instituições financeiras podem trabalhar com moedas estrangeiras, desde que, é claro, estejam autorizadas pelo Bacen para tal. As principais atualmente são:

  • Bancos múltiplos;
  • Bancos de desenvolvimento;
  • Bancos comerciais;
  • Bancos de câmbio;
  • Bancos de investimento;
  • Casas de câmbio;
  • Caixas econômicas;
  • Sociedades de crédito.

Uma vez que recebem este aval, todas estas podem oferecer serviços como compra e venda de moedas estrangeiras, realização de pagamentos e oferta de ativos. É possível, inclusive, conferir em seu site todas as instituições autorizadas pelo Banco Central a operar no mercado de câmbio.

Correspondentes cambiais

Estas instituções são como facilitadoras do mercado de câmbio. Atuando como uma espécie de extensão dos bancos, elas trazem mais opções para trocas cambiais e até mesmo taxas mais atrativas

Os processos são tão seguros e transparentes quanto aqueles empreendidos por corretoras e outras entidades, com a bem-vinda diferença de trazer mais comodismo para os clientes – viajantes, por exemplo, frequentemente recorrem a elas para trocar seus reais. Embora, é claro, também ofereçam outros serviços além dos relacionados ao turismo, como o fechamento de câmbio para importações e exportações.

Também é possível conferir a lista de correspondentes cambiais autorizadas pelo Banco Central no site da instituição.

Quais operações são realizadas no mercado de câmbio?

O mercado de câmbio é vasto e vai além das operações para fins de turismo. Em resumo, há diferentes categorias para remessas, exportações, importações, entre outros. Dentre as mais frequentes, temos:

  • Remessas internacionais: transferências enviadas de um país a outro por meio de instituições financeiras;
  • Hedge cambial: mecanismo de proteção para amenizar as oscilações deste mercado. Aqui, temos a “trava de câmbio” (congelamento do preço para uma operação futura), “fundos cambiais” (80% dos recursos do fundo serão aplicados em moeda estrangeira) e “Contrato a Termo de Moeda” (congelamento do preço sem entrega de moeda física);
  • Monetização para criadores de conteúdo: utilizado principalmente por plataformas como o YouTube, que pagam seus criadores de conteúdo em suas devidas moedas;
  • Adiantamentos sobre Contratos de Câmbio (ACC): antecipação do valor da venda de um produto que só será entregue no futuro, para que o câmbio seja congelado;
  • Adiantamentos sobre Cambiais Entregues (ACE): semelhante ao ACC, com a diferença de que, neste caso, o adiantamento é feito durante a negociação ou após o envio das mercadorias;
  • Câmbio para importações e exportações: modalidade exclusive para empresas que comercializam bens e serviços ou pagam dívidas com moedas estrangeiras;
  • Câmbio futuro: a taxa de câmbio é fixada no momento em que o contrato é firmado e não oscila no futuro;
  • Câmbio pronto: compra ou venda de moeda estrangeira com liquidação para ser feita em até dois dias úteis. Este previne o risco de crédito e possibilita a prática de taxas mais atrativas;
  • Câmbio para turismo: compra de moeda estrangeira para fins turísticos, que pode ser feita a partir da troca de moedas físicas, ou do uso de cartões internacionais.

Quais são as naturezas das operações de câmbio?

Em todo contrato de câmbio, independente da operação a ser realizada, é preciso informar sua natureza – ou seja, esclarecer quais os motivos para tal transação. 

De acordo com a Circular nº 3690/2013 do Banco Central, as principais naturezas de câmbio são:

  • Viagens internacionais;
  • Seguros (de vida, transporte, diretos etc.);
  • Transferências unilaterais (manutenção de residentes no exterior);
  • Transportes (aéreo, marítimo, rodoviário etc.);
  • Comércio exterior (importação e exportação);
  • Operações para liquidação pronta e futura nacionais e internacionais (arbitragens);
  • Serviços operacionais e técnicos;
  • Ações e fundos de investimentos;
  • Formas de entrega de moeda estrangeira (cartões de crédito, pré-pagos, dinheiro em espécie etc.).

O que é a taxa cambial?

A taxa cambial é o preço de uma moeda em relação a outra. Se U$1 estiver valendo R$5, vamos supor, então este último será a taxa praticada caso alguém deseje realizar uma operação que envolva dólares e reais.

A composição dessa taxa varia de acordo com fatores múltiplos, como decisões políticas, oscilações econômicas, taxa de juros, inflação, fluxo de capital, entre outros. 

Na prática, e para colocar esse assunto em termos simples, se o fluxo de determinada moeda estrangeira no Brasil é alto, por exemplo, nosso real será valorizado. Já se o contrário acontecer e o fluxo de saída de capitais prevalecer, então o real tem o efeito oposto, o de se desvalorizar. 

A taxa de câmbio é apresentada de duas formas. Olha só:

  • Taxa cambial direta: é quando a taxa informa o valor da moeda estrangeira em comparação com a nacional. Ou seja: 5,00 USD = 1,00 BRL;
  • Taxa cambial indireta: a taxa informa o valor da moeda nacional em comparação com a estrangeira. Exemplo: 1,00 BRL = 0,21 USD.

Como você pode observar, nas relações de câmbio, as moedas estarão sempre acompanhadas de um código específico. Neste mercado, as principais costumam ser:

  • BRL: reais brasileiros;
  • USD: dólares americanos;
  • EUR: euro;
  • GBP: libras esterlinas;
  • JPY: iene japonês;
  • CNY: renminbi (yuan) chinês;
  • UYU: peso uruguaio.

Quem pode operar no mercado de câmbio?

Corretoras e correspondentes de câmbio e bancos, por exemplo, são instituições que podem operar neste mercado, desde que autorizadas pelo Banco Central. No que tange aos investidores, por sua vez, tanto Pessoas Físicas quanto Pessoas Jurídicas podem efetuar qualquer operação com moeda estrangeira, de qualquer natureza e sem limite de valor.

Essa também é uma resolução do Bacen. A instituição, aliás, ainda designa que estes investimentos são possíveis desde que intermediados por um agente autorizado a operar no mercado de câmbio e desde que, obviamente, a transação seja completamente legal.

Como operar no Mercado de Câmbio?

O mercado de câmbio tem sido uma opção popular entre investidores, que buscam aproveitar a oscilação de moedas estrangeiras para proteger ou multiplicar seu patrimônio. É comum, por exemplo, que em tempos de inflação alta, outras moedas sejam procuradas a fim de garantir que seus recursos não se desvalorizem.

Para além da simples compra ou venda de dólares, euros, libras e afins, este mercado conta com diversas opções de investimentos, com dinâmicas e riscos específicos. 

Fundos Cambiais

Os Fundos Cambiais devem aplicar, de acordo com a Anbima, pelo menos 80% de seus recursos em moedas estrangeiras. O restante, por sua vez, será utilizado conforme o contrato em questão, e pode até incluir estratégias mais conservadoras, com aplicações em renda fixa, por exemplo.

A dinâmica desta modalidade é a seguinte: cada cotista investirá sua parte em reais brasileiros. O gestor desse fundo, então, reunirá o capital total a fim de encontrar as oportunidades mais rentáveis que envolvam moedas estrangeiras.

Nesse caso, a relação entre lucro e risco é bem clara: a variação da taxa cambial pode fazer os cotistas multiplicarem seus ganhos, ou perdê-los. Tudo isso vai depender, então, do período pelo qual o capital permanecerá aplicado e de como o mercado de câmbio deve se comportar nesse tempo.

Minicontratos de Câmbio

Os minicontratos de câmbio funcionam de forma similar ao contrato futuro normal. Ou seja, um investidor pode garantir um contrato a fim de congelar determinada cotação. A mecânica dessa modalidade é feita por pontos, onde cada ponto custa R$10,00. Assim, um contrato de 5000 pontos custará R$50.000.

A maior diferença entre minicontratos e suas versões cheias é que, nesse caso, é possível realizar aplicações menores, já que os contratos completos podem considerar quantias bem altas. 

Os ganhos ou perdas dessa modalidade funcionam assim: caso a moeda em questão valorize, o investidor receberá o seu capital aplicado de forma corrigida. Se desvalorizar, deverá pagar pela diferença – o que não chega a ser uma grande perda, já que a cotação inicial foi, de qualquer forma, garantida.

FOREX – Foreign Exchange

Foreign Exchange significa simplesmente “mercado de câmbio”. O investimento aqui é, portanto, nada mais do que o ato de comprar e vender moedas estrangeiras apostando na sua valorização ou desvalorização.

Apesar de ser um dos mercados com maior grau de liquidez do mundo, há de se mencionar que, no Brasil, nenhuma instituição financeira está autorizada a oferecer aplicações no FOREX. Isto é, esta prática não está regulamentada. Por essa razão, seus investidores buscam realizar esse tipo de operação apenas fora do país.

Consequentemente, os riscos assumidos são altíssimos. Considerando que nenhuma instituição brasileira vá supervisionar a operação, o investidor se tornará suscetível às regras tributárias de cada país utilizado para tal.

Mercado Paralelo do Câmbio

O mercado paralelo é onde um investidor pode trocar reais brasileiros por moedas estrangeiras em ambientes que não fazem parte dos canais autorizados pelo Banco Central. Neste contexto, o “dólar paralelo” é um dos mais populares.

Ao contrário da conversão legalizada, aqui a troca é feita com moedas físicas. A cotação é estabelecida pelos próprios envolvidos, que utilizam a taxa cambial oficial apenas como base para chegar a um valor que pareça atrativo para ambos os lados.

Na estrutura do mercado paralelo de câmbio temos corretoras ilegais e agentes individuais – hoje conhecidos como doleiros, dados os grandes escândalos que volta e meia surgem nos noticiários. 

Qual o horário do mercado de câmbio?

O mercado de câmbio permanece aberto 24h, durante 5 dias por semana. Assim, pode compreender quase todos os fusos horários, uma vez que sua abertura se dá no domingo, com o início das operações asiáticas, e termina na sexta-feira, com o encerramento do mercado dos Estados Unidos.

Nesse período, as horas mais produtivas são aquelas que compreendem a abertura do mercado de Londres (8h GMT) e o fechamento do mercado dos Estados Unidos (22h GMT). Entre 13h (GMT) e 16h (GMT), as operações dos EUA sobrepõem aquelas da capital inglesa, assim, temos um momento mais ativo de negociações. No que tange às transações diurnas, vale a pena ficar de olho nos mercados de Londres, Estados Unidos e demais mercados asiáticos.

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