Em alguns títulos do Tesouro Direto, há o que é chamado de “cupom”. Já ouviu falar? Basicamente, ele aumenta a rentabilidade de quem investe. Afinal, esse cupom são juros que um investidor deixa de receber na data de resgate.

Parece bom, certo? Contudo, de acordo com as necessidades dos seus futuros clientes, é preciso analisar bem os títulos com cupom. Além disso, é fundamental compreender que vantagens e desvantagens esses títulos trazem e como eles podem afetar as finanças dos seus clientes.

Vamos lá?

O que é um cupom de juros?

Indo direto ao ponto, um cupom de juros nada mais é do que uma parcela do rendimento de sua aplicação. Esta é, por sua vez, paga semestralmente de forma antecipada. Para que você compreenda melhor, me acompanhe nos exemplos a seguir.

Você faz a compra de um Tesouro Prefixado com vencimento em 2025. Esta aplicação, então, vai funcionar como um CDB.

Isso quer dizer que, até a data de vencimento (01/01/2025), você não recebe nada. No dia do vencimento, será creditado na sua conta o principal (valor aplicado) acrescido dos juros remuneratórios. Este é um exemplo de título SEM cupom.

Os títulos públicos em geral, inclusive, oferecem a opção de pagamento semestral de juros aos investidores.

Ao optar em investir no tesouro prefixado, com juros semestrais 2029, você vai receber semestralmente 4,88%. Ou seja, você tem um fluxo de recebimento de juros a cada seis meses e, no vencimento, você recebe o saldo do capital aplicado e dos juros.

A parcela de juros que é paga semestralmente nos títulos do tesouro varia de acordo com o título. Na NTN-B, que agora é chamado de Tesouro IPCA, os cupons são de 6% a.a (2,96% ao semestre). Para o Tesouro Prefixado, os juros semestrais são 10% a.a (ou 4,88% ao semestre).

Quais títulos públicos pagam cupom?

Depois dessa explicação, com certeza chega a dúvida. No Tesouro Direto, temos essas modalidades que pagam cupons:

  • NTN-B (Tesouro IPCA+ com juros semestrais);
  • NTN-F (Tesouro Prefixado com juros semestrais).

Já nos títulos privados, nós encontramos cupons em:

  • Debêntures;
  • Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI);
  • Certificados de Recebíveis de Agronegócio (CRA).

Quais as vantagens e desvantagens do cupom de títulos públicos?

Até aqui, você entendeu o que são cupons. Após esse entendimento, muita gente se pergunta quais, afinal, são as vantagens e desvantagens em torno desse assunto. No futuro, durante sua carreira, aliás, os clientes muito provavelmente se perguntarão o mesmo. 

Por isso, presta atenção:

Vantagens

A primeira vantagem do cupom é que o recebimento periódico dos juros cria a possibilidade de ter um fluxo de caixa. Sem a necessidade, aliás, de você vender o título ou parte dele para retirar dinheiro da aplicação. Este fluxo de caixa pode ser útil, por exemplo, para reinvestir o dinheiro em outro ativo, o que é interessante para quem utiliza a estratégia de alocação de ativos.

Para os aposentados, os cupons também podem ser fantásticos. Se você decidir viver de renda, será imprescindível que seus investimentos proporcionem um fluxo de caixa constante para que você possa pagar suas despesas. 

O Tesouro IPCA com vencimento longo e juros semestrais é excelente para uma situação como essa. É possível, então, investir em títulos com vencimento para 2050 mantendo o poder de compra do dinheiro e recebendo juros semestrais.

Se você ainda não está na fase da aposentadoria, mas pretende montar uma carteira de investimentos para viver de renda, o recebimento de juros semestrais também é uma ótima pedida.

Uma boa carteira previdenciária deve contar com variadas classes de ativos seguros, como imóveis, Fundos Imobiliários e Títulos Públicos com pagamento de juros semestrais. O que torna o nosso Tesouro IPCA e o TIPS (Treasury Inflation-Protected Securities que é o Tesouro IPCA americano) alternativas incríveis.

Desvantagens

A primeira má notícia é que esse benefício de receber de forma antecipada os juros não sai de graça. Quando você recebe os juros, o governo também recebe o imposto de renda de acordo com a tabela regressiva para aplicações de renda fixa.

Isso significa que, mesmo que o título vença somente em 5 anos, e você deixe o recurso aplicado por todo esse tempo, os primeiros recebimentos de juros serão tributados a uma alíquota maior de 22,50%, regredindo até 15%.

Por último, é importante ter consciência de que se você optar por receber os cupons para reinvestimento, o cenário econômico pode estar diferente do que era antes. Assim, talvez não seja possível encontrar as mesmas oportunidades.

Um grande exemplo disso é que em 2016 a taxa SELIC estava em 14,25% ao ano. Na época, era possível encontrar Títulos Prefixados pagando rendimentos de incríveis 16% ao ano. Com a mudança de cenário econômico, já não é possível encontrar rendimento de 12%.

O que são títulos zero cupom?

O próprio nome já diz tudo: são títulos que não pagam cupons. Dessa forma, o rendimento é um pouquinho diferente dos que vimos até então.

Nesses casos, os juros são pagos apenas no vencimento do título. Por consequência, o lucro do investidor está na diferença entre o valor pago na compra e no valor resgatado futuramente.

Quais são os riscos dos títulos com e sem cupom?

Nesse tópico, vale lembrar que os títulos que pagam comum são comumente de renda fixa. Portanto, oferecem baixo risco ao investidor. Isso, é claro, falando em termos de levar um calote com o investimento.

Porém, os títulos com cupons também têm seus riscos, olha só:

  • Tributação: ao usar cupons, você paga mais impostos do que pagaria se recebesse os lucros apenas no vencimento. Assim, os lucros serão menores;
  • Risco de mercado: quando o investimento é feito em um Título Prefixado, não tem como saber o que vai ser da Taxa Selic no momento da aplicação. Por isso, se tem o risco de mercado.

A duration é outro assunto que entra aqui. Em resumo, o conceito diz que, quanto maior for o tempo de investimento de um título, a demora para recebê-lo em acordo com os juros devidos também vai ser maior.

Em títulos com cupom, a duration do investimento é menor. Ou seja, esses títulos têm uma volatilidade menor no mercado.
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