Quem quer ingressar na carreira bancária precisa conhecer os códigos de conduta da Anbima.
Criados para fortalecer o mercado financeiro — e cobrados em certificações como a CPA-10, CPA-20 e CEA — esses códigos orientam a atuação da maioria das instituições financeiras e profissionais do mercado.
Trata-se, portanto, de um conhecimento indispensável e parte da rotina de quem deseja trabalhar em bancos, corretoras e outras instituições do setor.
Então, já sabe: esse é daqueles artigos que não dá para pular. Fica comigo, porque hoje vou te explicar:
- O que é Anbima e para que serve;
- O que são os Códigos Anbima;
- Quais são esses códigos;
- Quem é obrigado a segui-los;
- Qual é o dever das instituições participantes.
Não é o assunto mais divertido, eu sei — mas entender os Códigos Anbima é indispensável. Vem comigo que eu vou simplificar!
O que é ANBIMA e para que serve?
Acrônimo de Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais, a Anbima é um órgão autorregulador do mercado de capitais dentro do Sistema Financeiro Nacional (SFN).
Entidade privada e sem fins lucrativos, a Anbima representa bancos, gestoras, corretoras e distribuidoras de valores. Ela define códigos de conduta e boas práticas que seus associados seguem voluntariamente, fiscaliza o cumprimento dessas regras e aplica sanções quando necessário.
Além disso, é responsável por certificações profissionais como CPA-10, CPA-20, CEA e CGA, que comprovam a qualificação de profissionais para atuar em diferentes áreas do mercado financeiro.
O que são os Códigos ANBIMA?
Os Códigos Anbima são documentos que reúnem princípios de boas práticas, definindo padrões de conduta para instituições financeiras e seus colaboradores. Em outras palavras, indicam o que é esperado e o que não é aceitável no dia a dia do mercado de capitais.
Eles funcionam como orientações práticas para decisões rotineiras, ajudando a promover integridade e confiança no mercado.
Como a Anbima é uma entidade privada, seus códigos não têm força de lei e não normatizam o mercado. São procedimentos internos para os associados, que contribuem para a qualidade da informação aos investidores e demais participantes.
Importante: o papel dos códigos é complementar às normas O papel dos códigos é complementar às normas da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), do Banco Central e da Conselho Monetário Nacional (CMN). Ou seja, eles não se sobrepõem à regulação: em caso de conflito, prevalece a norma oficial.
Quais os códigos ANBIMA?
Existem diferentes códigos Anbima, cada um voltado a orientar as boas práticas em atividades específicas do mercado financeiro. Entre os mais relevantes estão:
- Código de Administração e Gestão de Recursos de Terceiros;
- Código de Negociação de Instrumentos Financeiros;
- Código de Atividades Conveniadas;
- Código de Distribuição de Produtos de Investimento;
- Código de Ofertas Públicas;
- Código de Processos;
- Código de Serviços Qualificados;
- Código de Conduta Ética.
Cada um desses códigos é elaborado por comissões temáticas de representação. As propostas partem dos próprios profissionais das instituições associadas que discutem, definem e se comprometem a colocar em prática as regras do mercado.
Código de Administração e Gestão de Recursos de Terceiros
Código que estabelece os princípios e normas de conduta que orientam como instituições financeiras devem administrar fundos de investimento e carteiras de terceiros. Aplica-se a todos os associados da ANBIMA que gerenciam recursos de investidores.
Entre os principais pontos estão:
- Práticas de conduta e governança;
- Gestão de risco;
- Avaliação de ativos;
- Supervisão de terceiros;
- Fundos de investimento;
- Modalidades de investimento;
- Transparência;
- Investimentos sustentáveis.
Código de Negociação de Instrumentos Financeiros
Estabelece normas para a negociação de títulos e valores mobiliários de renda fixa, derivativos de balcão e ofertas públicas de Certificados de Operações Estruturadas (COE). Também padroniza o envio de preços e taxas indicativas para a Anbima.
Aplica-se a bancos, corretoras, distribuidoras, sociedades financeiras e demais instituições associadas que negociam instrumentos financeiros.
Entre os principais temas estão:
- Controles internos e compliance;
- Segurança das informações confidenciais e sigilo;
- Segurança cibernética;
- Gestão de riscos;
- Qualificação dos operadores envolvidos;
- Regras para negociação pessoal de instrumentos financeiros pelos operadores;
- Registro de negociações;
- Organismos de supervisão internos.
Código de Atividades Conveniadas
Esse código tem por objetivo permitir que as normas de autorregulação sejam utilizadas em parceria com órgãos reguladores, como na padronização do registro de ofertas públicas e na aplicação de penalidades.
Aplica-se às instituições aderentes aos códigos da Anbima que realizam ofertas públicas, administram carteiras, distribuem produtos de investimento ou desejam adotar regimes de autorregulação reconhecidos por meio desses acordos.
Entre os principais pontos estão:
- Registro automático de ofertas públicas;
- Pedido de registro de coordenadores de ofertas públicas;
- Análise reservada de ofertas públicas;
- Precificação de ativos da carteira dos fundos;
- Distribuição de cotas de fundos de investimento;
- Aderência das carteiras aos regulamentos dos fundos;
- Aplicação de penalidades e celebração de termos de compromisso em caso de descumprimento.
Código de Distribuição de Produtos de Investimento
Define princípios para a distribuição de produtos de investimento, com o objetivo de promover a transparência com investidores e padronizar procedimentos.
Vale para todas as instituições financeiras associadas que distribuem produtos de investimento, inclusive por canais digitais.
Entre os pontos abordados, estão:
- Transparência sobre remuneração do distribuidor;
- Processo de “Conheça Seu Cliente” e adequação do produto (suitability);
- Regras para canais digitais e divulgação eletrônica de informações;
- Extrato trimestral para investidores com dados consolidados de remuneração.
Código de Ofertas Públicas
Define normas e procedimentos para a estruturação, coordenação e distribuição de ofertas públicas de valores mobiliários. Tem como objetivo proteger investidores, garantir transparência e qualidade, além de padronizar processos.
Aplica-se às instituições participantes que atuam como coordenadores, agentes fiduciários, agentes de notas, securitizadoras e gestores/administradores fiduciários.
Principais temas abordados:
- Princípios de conduta (ética, transparência, veracidade);
- Regras específicas para ofertas de renda fixa, renda variável, securitização e fundos;
- Publicidade e materiais de oferta;
- Registro das ofertas junto à Anbima;
- Penalidades em caso de descumprimento.
Código de Processos
Estabelece procedimentos para conduzir investigações, instauração e julgamento de processos por descumprimento dos códigos de autorregulação da Anbima — garantindo às instituições participantes amplo direito à defesa e agilidade nos julgamentos.
Aplica-se a todas as instituições associadas ou aderentes aos Códigos Anbima e ao Código de Ética.
Entre os pontos de destaque estão:
- Procedimento para apuração de irregularidades (denúncias e investigações);
- Processo formal de autorregulação (PAI → julgamento);
- Direitos e deveres do interessado (ampla defesa, contraditório, sigilo);
- Penalidades previstas (advertência, multa, proibição de usar selo ANBIMA, desligamento;
- Prazos processuais, comunicação e confidencialidade.
Código de Serviços Qualificados
Estabelece regras de conduta e procedimentos para as atividades de custódia, controladoria, escrituração e representação de investidores não residentes.
Entre os temas abordados, vale destacar:
- Princípios gerais de conduta;
- Atividades de custódia, controladoria e escrituração;
- Representação de investidores não residentes;
- Registro de direitos creditórios;
- Publicidade e envio de informações à ANBIMA;
- Taxas e penalidades.
Código de Conduta Ética
O Código de Ética da Anbima estabelece os padrões morais que devem ser seguidos pelas instituições participantes e pelos profissionais que atuam — ou pretendem atuar — com a distribuição de produtos de investimento.
Tem por mote assegurar condutas profissionais íntegras e transparentes no mercado financeiro e de capitais, promovendo a confiança dos investidores e fortalecendo o mercado financeiro.
Aplica-se a todas instituições associadas ou aderentes aos Códigos Anbima e seus colaboradores.
Os principais temas abordados incluem:
- Princípios gerais de conduta;
- Associação e adesão ao Código;
- Regras e procedimentos internos;
- Composição e atribuições do Conselho de Ética;
- Instauração, condução e julgamento de processos éticos;
- Penalidades por descumprimento;
- Procedimentos de conciliação de conflitos entre associadas.
Novo código de conduta da Anbima
Em 2024, a Anbima publicou o novo Código de Conduta Ética voltado tanto para candidatos às certificações quanto para profissionais já certificados.
Embora o caráter punitivo só entre em vigor a partir de 2026, os princípios e regras estabelecidos já são cobrados nos exames CPA-10, CPA-20 e CEA.
O documento está estruturado em duas grandes partes:
- Nove princípios éticos;
- Regras de conduta geral, aplicáveis a:
- Pessoas candidatas;
- Profissionais certificados com CPA-10, CPA-20 e CEA;
- Profissionais certificados com CGA e/ou CGE.
Códigos revogados
Para acompanhar as transformações do mercado financeiro, os Códigos da Anbima estão sujeitos a revisões constantes. Isso significa que podem surgir novos documentos — como o recente Código de Conduta Ética — ou que códigos antigos sejam revogados, ou mesmo integrados a outros.
Quem se prepara para os exames da Anbima precisa ficar atento a essas mudanças. Assim, evita perder tempo estudando normas já superadas. Nesse sentido, é importante conhecer também os códigos que foram descontinuados:
- Código de Certificação: descontinuado em janeiro de 2025. Suas regras foram incorporadas aos Códigos de Administração e Gestão de Recursos de Terceiros e de Distribuição de Produtos de Investimento;
- Código Private Banking: descontinuado em 2018, substituído pelo Código de Distribuição de Produtos de Investimento;
- Código do Novo Mercado de Renda Fixa: descontinuado em 2025;
- Código de Fundos de Investimento: descontinuado em 2018, substituído pelo Código de Administração e Gestão de Recursos de Terceiros;
- Código de Gestão de Patrimônio: descontinuado em 2018, também substituído pelo Código de Administração de Recursos de Terceiros.
- Código de Varejo: descontinuado em 2018, substituído pelo Código de Distribuição de Produtos de Investimento.
Quem é obrigado a seguir o código ANBIMA?
A adesão das empresas de investimento aos códigos da ANBIMA é voluntária. No entanto, os profissionais certificados pela Associação (ou em processo de certificação) estão sujeitos a cumprir os Códigos de Conduta aplicáveis às suas certificações.
O cumprimento do código funciona como um selo de credibilidade. Ele comprova que a empresa ou o profissional estão sendo supervisionados e comprometidos com boas práticas de mercado, transparência no relacionamento com investidores e integridade do sistema financeiro.
Por isso, para quem investe, vale sempre verificar se a instituição à qual o profissional ou a empresa estão vinculados realmente segue essas normas.
Até setembro de 2025, os números eram os seguintes: 1.580 instituições aderidas (sendo 322 associadas) e 412.754 profissionais certificados vinculados. A lista é mantida pela própria Anbima e está disponível para consulta pública.
Qual o dever das instituições participantes?
As instituições que aderem aos códigos de autorregulação da Anbima se comprometem a seguir as boas práticas estabelecidas para suas áreas de atuação.
Não é necessário ser uma empresa associada para aderir. No entanto, ao se tornar associada, além de cumprir os códigos, a instituição passa a participar ativamente das discussões e da elaboração de novas práticas de mercado.
Isso pode ser feito por meio de comitês representativos ou pelo direito a voto na Assembleia Geral (cada instituição tem um voto, independentemente do porte).
Se preparando para um exame Anbima?
Nem precisa dizer: quem estuda para as certificações precisa dominar os códigos de conduta. O novo Código de Ética, por exemplo, já está sendo cobrado nos exames CPA-10, CPA-20 e CEA.
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Comentários
Ola, boa tarde. Vocês possuem simulado de certificação Febraran FBB 300
Boa noite Djalma, Ainda não. Mas adorei a sugestão e iremos implementar em breve. Não deixe de participar do nosso fórum, lá você pode interagir com outros usuários e criar e responder dúvidas: https://topinvest.com.br/forums Curta nossa página no facebook https://www.facebook.com/TopInvestBrasil e compartilhar nosso conteúdo para que possamos continuar com a educação financeira gratuita. Um abraço, Equipe TopInvest
Olá, bom dia gostaria de saber se existe alguma regulamentação/lei ou artigo ambima que defina que se um consultor de investimentos desenquadrar a carteira de um investidor isso poderá acarretar a perda de sua certificação (CPA-20 /CEA)
Boa tarde Fernanda, tudo bem? Até hoje nunca tinha visto nada sobre o assunto. A sua dúvida me deixou bastante curioso a respeito desta situação e fiz uma extensa pesquisa. Em nenhum local existe qualquer informação sobre este assunto, portanto não irá acarretar a perda da certificação porque não existem normas. Quaisquer outras dúvidas, fico sempre a disposição. Visite meu canal no YouTube! Adquira nosso curso completo da para as provas da ANBIMA. Quaisquer dúvidas estou sempre a disposição, ;) Visite meu canal no YouTube! Adquira nosso curso completo da para as provas da ANBIMA. Curta nossa página no facebook e não esqueça de compartilhar nosso conteúdo para que possamos continuar com a educação financeira gratuita. Um abraço, Kléber Stumpf
A anbima pode criar normas impedindo o investidor com perfil moderado de comprar e vender acoes na bolsa.
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