Você sabe o que é e para que serve um banco, né? 

Parece até uma pergunta boba — afinal, todos usamos um no dia a dia. É onde guardamos dinheiro, fazemos transferências, pedimos empréstimos. O dicionário Priberam define como “estabelecimento para transações pecuniárias”, ou seja, um local onde circula o dinheiro.

Mas será que sabemos mesmo? Pouca gente se dá conta de que existem vários tipos de bancos, com funções bem diferentes entre si. Você saberia dizer o que distingue um banco comercial de um banco de investimento? Ou para que serve um banco de desenvolvimento? E mais: em qual dessas categorias se enquadra o banco onde você tem conta?

Se ficou na dúvida, este artigo é para você.

Aqui, explico — de forma clara e objetiva — quais são os principais tipos de bancos, o que caracteriza cada um deles e como funcionam na prática. Ao final, você vai entender:

  • Quais são os diferentes tipos de bancos;
  • O que são bancos comerciais;
  • O que são bancos de investimento;
  • O que são bancos múltiplos;
  • O que são bancos de desenvolvimento;
  • Quais são as diferenças entre os tipos de bancos;
  • Quais são os tipos de bancos digitais.

Bora nessa?

Quais são os diferentes tipos de bancos?

Os bancos são classificados de acordo com as atividades e os serviços que oferecem. Ao contrário do que muita gente imagina, nem todos abrem conta corrente ou recebem depósitos de cheques, por exemplo. Isso porque cada tipo de banco desempenha funções específicas e atende a propósitos distintos.

De forma geral, as principais categorias incluem:

  • Bancos comerciais;
  • Bancos de investimento;
  • Bancos de desenvolvimento;
  • Bancos múltiplos.

Ficou querendo saber o que faz cada um deles? A seguir, explico as características e finalidades de cada tipo. 

O que são bancos comerciais?

Os bancos comerciais são aqueles que todo mundo conhece. Tratam-se de instituições financeiras que oferecem os serviços bancários mais comuns, como: poupança, empréstimos, pagamentos de contas, depósitos à vista, entre outros. Em resumo, todos aqueles serviços do dia a dia que as pessoas no geral estão habituadas a usar.

Entre todos esses serviços, vale destacar que os bancos comerciais são os únicos autorizados a oferecer conta corrente e talão de cheques — um ponto que os diferencia de outras categorias.

Segundo o Banco Central (Bacen), a função desses bancos é fornecer recursos para o comércio, a indústria, os prestadores de serviços e também para a população em geral. Ou seja, são instituições que atuam como intermediárias entre quem poupa e quem precisa de crédito.

Mas, afinal, que bancos são esses? Entre eles, estão nomes bem conhecidos, como:

  • Banco Bradesco;
  • Banco cooperativo Sicredi;
  • Banco do Brasil;
  • Banco HSBC;
  • Banco Inter;
  • Caixa Econômica Federal;
  • Crefisa;
  • Itaú.

Já adianto que todos os bancos da lista acima, com exceção da Crefisa, vão aparecer, logo mais, como exemplos de bancos múltiplos. 

Para ter uma ideia, segundo relatório do Bacen atualizado em 2024, 143 dos 163 bancos comerciais ativos no Brasil também são classificados como bancos múltiplos.

O que são bancos de investimentos?

O próprio nome já dá uma boa pista: bancos de investimento são instituições financeiras voltadas à captação e alocação de recursos para financiar projetos e operações de médio e longo prazo.

Seu papel principal é atuar como intermediários entre empresas que precisam captar dinheiro e investidores dispostos a aplicar seus recursos — muitas vezes por meio da emissão de títulos, ações e debêntures.

 Além disso, esses bancos também podem conceder crédito para empresas, especialmente em operações estruturadas, fusões, aquisições e reestruturações financeiras.

Entre os bancos de investimento mais conhecidos no país estão:

  • Banco Alfa;
  • Banco Bradesco;
  • BTG Pactual;
  • Itaú;
  • JP Morgan Chase.

Como você deve ter notado, muitos desses nomes também apareceram na lista de bancos comerciais. Isso acontece porque algumas instituições acumulam funções, atuando tanto com os serviços típicos dos bancos comerciais quanto com as atividades especializadas dos bancos de investimento.

Atenção: é importante não confundir bancos de investimento com corretoras de valores. Veja só:

  • Bancos de investimento: autorizados a funcionar pelo Banco Central, atuam em operações financeiras de grande porte, voltadas a empresas e investidores institucionais;
  • Corretoras de valores: são autorizadas pela CVM (Comissão de Valores Mobiliários), e intermediam a compra e venda de ativos no mercado, sendo voltadas principalmente ao investidor pessoa física.

O que são bancos múltiplos?

Bancos múltiplos, já diz o nome, são aqueles que oferecem dois ou mais tipos de carteiras financeiras — como a comercial, de investimento, crédito imobiliário, crédito, financiamento e investimento (a chamada “carteira de financiamento”), entre outras.

Na prática, isso significa que um banco múltiplo pode, por exemplo, oferecer ao mesmo tempo serviços típicos de bancos comerciais e de bancos de investimento, entre outros.

Entre os exemplos mais conhecidos de bancos múltiplos no Brasil estão:

  • Caixa Econômica Federal;
  • Banco do Brasil;
  • Bradesco;
  • Itaú;
  • Santander.

Importante: para ser classificada como banco múltiplo, a instituição precisa operar com duas ou mais carteiras, sendo que uma delas deve obrigatoriamente ser a comercial ou a de investimento.

O que são bancos de desenvolvimento?

Os bancos de desenvolvimento são instituições financeiras voltadas a financiar projetos de impacto econômico e social.

Em geral, são instituições públicas, ligadas ao governo federal ou estadual, e oferecem linhas de crédito específicas para apoiar:

  • Grandes obras de infraestrutura (como estradas, saneamento básico e energia);
  • Programas de habitação, educação e saúde;
  • Incentivos à inovação e ao desenvolvimento tecnológico;
  • Apoio a micro, pequenas e médias empresas;
  • Projetos de sustentabilidade e proteção ambiental.

No Brasil, os dois principais bancos de desenvolvimento são:

  • Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES): tem por função apoiar o desenvolvimento do  país, por meio da oferta de crédito e financiamento a projetos de médio e longo, em áreas como:
    • Infraestrutura: financiamento de obras nas áreas de transporte, saneamento, energia e mobilidade urbana;
    • Inovação e sustentabilidade: apoio a projetos de tecnologia, pesquisa, energia limpa e eficiência energética;
    • Indústria e agronegócio: incentivo à modernização, expansão ou internacionalização de empresas nacionais;
    • Educação e cultura: fomento a projetos educacionais, culturais e de economia criativa;
    • Exportação: financiamento à exportação de bens e serviços nacionais;
    • Micro, pequenas e médias empresas (MPMEs): crédito facilitado para capital de giro, aquisição de máquinas e modernização;
    • Desenvolvimento regional: apoio a projetos em regiões menos desenvolvidas, para redução de desigualdades.
  • Caixa Econômica Federal: atua no financiamento de habitação popular e na execução de políticas públicas e programas sociais, como o FGTS, Minha Casa Minha Vida e o Bolsa Família. Administra ainda ass Loterias no Brasil.

Distinto dos bancos tradicionais, que buscam prioritariamente o lucro, os bancos de desenvolvimento atuam com foco em interesse público, buscando reduzir desigualdades regionais, promover o crescimento sustentável e melhorar a qualidade de vida da população.

Quais são as diferenças entre os tipos de bancos?

O que distingue um tipo de banco de outro são, essencialmente, as atividades que estão autorizados a exercer — ou seja, suas carteiras de operação.

Agora que você já conhece as funções de cada um, vale a pena revisar e comparar lado a lado essas diferenças. A tabela a seguir resume, de forma prática, o que torna cada tipo de banco único. Dá só uma olhada:

Tipo de bancoO que sãoFinalidade principalServiços típicosExemplos
Banco comercialInstituições financeiras que oferecem serviços bancários básicosAtender o público em geral e empresas com soluções financeiras do dia a diaConta corrente, poupança, cartões, pagamentos, cheques, transferências, empréstimosItaú, Bradesco, Caixa, Banco do Brasil, Inter
Banco de investimentoInstituições especializadas em grandes operações financeiras e de mercado de capitaisFomentar operações financeiras e investimentos de médio a longo prazoEmissão de ações e títulos de dívida, fusões e aquisições, financiamento de projetos, assessoria financeiraBTG Pactual, JP Morgan, Banco Alfa
Banco múltiploBancos que reúnem duas ou mais carteiras (comercial, investimento, crédito, entre outras)Oferecer diversos tipos de serviços financeiros integradosCombinação de serviços comerciais, de investimento e/ou outras carteirasBradesco, Itaú, Banco do Brasil, Santander
Banco de desenvolvimentoInstituições que atuam com o financiamento de projetos sociais e estruturaisFinanciar projetos de impacto social e setores estratégicos da economiaSuporte e financiamento de programas e políticas habitacionais, educacionais, e de infraestruturaBNDES, Caixa Econômica Federal

Quais são os tipos de bancos digitais?

Entre os enfoques possíveis estão o jurídico, funcional ou de modelo de negócio

Abaixo explico cada um deles:

Pela licença concedida pelo Banco Central

Essa é a classificação regulatória mais importante. Define o que a instituição pode ou não fazer:

  • Bancos múltiplos ou comerciais com operação digital: são instituições com licença plena, mas que operam exclusivamente online. Podem oferecer conta corrente, crédito, investimentos, câmbio, entre outros. Exemplos: Banco Inter e Nubank;
  • Instituições de pagamento (IP): são fintechs autorizadas a oferecer contas digitais, mas que não podem emprestar com recursos próprios, a menos que tenham parceria com um banco. Exemplos: PicPay e Mercado Pago.

Pelo modelo de negócios

Essa é uma classificação de mercado, bastante usada em relatórios e estudos:

  • Neobanks: são bancos 100% digitais, geralmente com experiência de usuário moderna, foco em tecnologia e custos baixos. Alguns têm licença bancária, outros operam como IP. Exemplos: Nubank, Inter e C6 Bank;
  • Challenger banks: semelhantes aos neobanks, mas com uma proposta mais disruptiva, desafiando diretamente os bancos tradicionais com novos modelos de crédito, tarifas zero, entre outros. Exemplos: Cora, Linker, Celcoin;
  • Banking as a Service (BaaS): plataformas que oferecem infraestrutura bancária para outras empresas criarem produtos financeiros (cartões, contas, empréstimos). Exemplos: Dock, FitBank, Celcoin;
  • Bancos digitais de nicho: são instituições financeiras digitais com foco em segmentos específicos como: pequenas empresas, autônomos, estudantes, entre outros. Exemplos Linker (empresas), Agi (aposentados).

Pela estrutura de capital

Por fim, é possível ainda classificar os bancos digitais de acordo com sua origem:

  • Independentes: startups nativas digitais, como a Nubank;
  • Filiais digitais de bancos tradicionais: criados por grandes bancos para atuar no digital, como a Next (Bradesco) e o Digio (BB).
  • Plataformas internacionais: bancos globais que operam digitalmente, como o Revolut e a Wise.

Aqui, cabe ainda explicar a diferença entre dois termos que costumam causar certa confusão: bancos digitais e fintechs. Embora complementar, não significam a mesma coisa:

  • Bancos digitais: instituições financeiras que oferecem serviços típicos de um banco tradicional, mas sem agências físicas. Para funcionar como banco, precisam de autorização do Banco Central;
  • Fintechs: empresas que usam tecnologia para oferecer soluções financeiras. Atuam em áreas como pagamentos, crédito, seguros, câmbio e investimentos. Nem todas são bancos — muitas operam como instituições de pagamento ou plataformas especializadas.

Portanto, é correto dizer que todo banco digital é uma fintech, mas nem toda fintech é um banco digital.

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