Imagine uma pessoa entre 20 e 30 anos com essas três metas:

  • Fazer uma viagem para o exterior nas férias de fim do ano;
  • Comprar o primeiro carro;
  • Juntar dinheiro para a aposentadoria.

Consegue dizer qual desses objetivos deve acontecer primeiro? E qual exige mais tempo de preparo?

Aposto que pensou: viagem, depois carro e, por fim, aposentadoria. Acertei?

Essa é a lógica. Cada meta tem seu próprio prazo — e o mesmo vale para os investimentos. Cada tipo de aplicação financeira tem um tempo ideal para funcionar bem. É aí que entra o horizonte de investimento.

Neste conteúdo, você vai entender como alinhar o prazo de diferentes metas financeiras com o tempo certo de cada investimento. Quer descobrir como encontrar essa combinação ideal? Então vem comigo. Hoje vou responder:

  • O que é horizonte de investimento?
  • O que determina o prazo de cada horizonte de investimento?
  • Como escolher o mais adequado para cada objetivo?
  • Qual é o papel do perfil de risco nessa decisão?
  • E qual a relação entre liquidez e horizonte de investimento?

Vamos nessa?

O que é horizonte de investimentos?

Horizonte de investimento é o tempo que você pretende deixar o seu dinheiro aplicado antes de resgatá-lo. Esse prazo pode variar bastante — de alguns meses a décadas — dependendo do seu objetivo: fazer uma viagem, comprar um imóvel ou guardar dinheiro para a faculdade de um filho que acabou de nascer, por exemplo.

Fácil, né?

Entender o conceito até pode ser. Mas não se engane: na prática, saber determinar o prazo de tempo pode ser mais difícil do que parece.

 O desafio não é só fazer e seguir um bom planejamento financeiro, que contemple o tempo e os valores necessários para cada meta de forma realista. É preciso também saber escolher os investimentos que melhor combinam com esses objetivos — e isso envolve entender que cada produto tem um prazo ideal para ser mantido.

Como fazer isso? Não se preocupe. Voltarei a esse assunto mais adiante. Antes, porém, tem uma pergunta básica que precisa ser respondida primeiro:

O que determina cada prazo do horizonte de investimento?

O que define o prazo do horizonte de investimento é o objetivo financeiro que se deseja alcançar. Simples assim: antes de aplicar o dinheiro, é preciso saber por que e para quando ele será necessário.

Sem um objetivo claro, fica mais difícil manter o hábito de poupar — e pior: é fácil acabar escolhendo investimentos que não combinam com o prazo ou o risco da meta.

Cada objetivo tem um tempo ideal, assim como cada investimento. Para facilitar a escolha, os horizontes de tempo costumam ser divididos em três categorias: curto prazo, médio prazo e longo prazo.

Que tal conhecer cada um deles agora?

Curto prazo

Investimentos de curto prazo são aqueles pensados para até dois anos. Normalmente, servem para juntar dinheiro para metas como viagens, pequenas reformas, compras para a casa ou a formação da reserva de emergência.

Nesses casos, o ideal é escolher aplicações onde o dinheiro esteja sempre à mão — ou seja, de preferência, com liquidez diária — e que tenham o menor risco possível. Isso porque, com um prazo curto, não dá tempo de se recuperar de uma possível perda.

Alguns bons exemplos para esse tipo de objetivo são: LCI e LCA (que ainda têm a vantagem de serem isentas de imposto de renda), Tesouro Selic, Tesouro Prefixado e CDBs com liquidez diária.

Médio prazo

Investimentos de médio prazo são aqueles planejados para um horizonte de tempo entre 2 e 5 anos.  O objetivo pode ser trocar de carro, fazer uma pós-graduação, dar entrada num imóvel, abrir uma empresa, e assim por diante. São, em resumo, aqueles planos que ainda têm algum tempo pela frente, mas que também não estão tão longe assim.

Nesse caso, é preciso encontrar um equilíbrio entre crescimento e segurança. Como você ainda tem alguns anos até precisar do dinheiro, dá pra buscar investimentos com um potencial maior de rendimento e com riscos moderados. 

Alguns exemplos de investimentos interessantes para esse prazo incluem o Tesouro IPCA+, CDBs com vencimento mais longo, Fundos de Investimento de Renda Fixa e Fundos multimercados mais conservadores, para citar alguns.

Longo prazo

No longo prazo, entram os objetivos mais distantes — coisa de cinco anos pra frente. É o caso de juntar capital para a aposentadoria, garantir a faculdade dos filhos, comprar uma casa na praia, ou até conquistar a tão sonhada independência financeira.

Como falta muito para você precisar do dinheiro, é possível pensar em investimentos com maior potencial de crescimento — mesmo que estejam sujeitos a oscilações no caminho. Afinal, há tempo de sobra para se recuperar de eventuais pequenas perdas.

Nesse horizonte, vale a pena usar estratégias como o Buy and Hold — comprar boas ações e manter na carteira por vários anos. Também é uma boa ideia investir em ativos que geram renda passiva, como imóveis, Fundos de Investimento Imobiliário (FIIs), ações que pagam dividendos, fundos de ações e ETFs.

Entendeu o que são os horizontes de tempo de curto, médio e longo prazo? Então,  que tal uma pequena tabela comparativa para te ajudar a organizar e fixar toda essa informação?

Tipo de prazoHorizonte de tempoMetas comunsEstratégia principalNível de riscoLiquidez esperadaExemplos de investimento
Curto prazoAté 2 anosViagens, pequenas reformas, compras para a casa, reserva de emergênciaAlta liquidez e baixo risco. Foco na segurança do capitalBaixoAlta (idealmente diária)LCI, LCA, Tesouro Selic, Tesouro Prefixado, CDB com liquidez diária
Médio prazoDe 2 a 5 anosTrocar de carro, fazer uma pós, dar entrada num imóvel, abrir um negócioEquilíbrio entre crescimento e segurança. Riscos moderadosModeradoMédia (dias a semanas)Tesouro IPCA+, CDBs com prazos maiores, Fundos de Renda Fixa, Fundos Multimercados
Longo prazoMais de 5 anosAposentadoria, faculdade dos filhos, compra de imóvel, independência financeiraCrescimento no longo prazo com estratégias de Buy and Hold e geraçãoModerado a altoBaixa (meses ou mais)Ações, FIIs, imóveis, ETFs, fundos de ações, ações que pagam dividendos

Importante: o horizonte de tempo é algo pessoal. Nem todo mundo tem as mesmas metas, e tampouco as metas levam o mesmo tempo para todo mundo. Comprar um carro pode nem sequer estar nos meus planos, mas pode ser algo que para sicrano leve 5 anos e, para beltrano, bem mais ou bem menos.

Por isso, para que o horizonte de tempo realmente funcione e faça sentido, é indispensável ter um planejamento financeiro realista e adequado à sua realidade. Saiba quanto você ganha, quanto gasta e quanto pode guardar.

 Não ignore ainda que a vida é imprevisível. O planejamento não está escrito em pedra. Pode — e deve — ser revisto e ajustado de tempos em tempos, conforme novas situações apareçam.

Como determinar o melhor horizonte de investimento?

O horizonte de investimento é determinado pela sua meta financeira.
Em outras palavras: prazo e objetivo precisam andar juntos. Para isso, é importante saber quanto dinheiro você vai precisar para realizar determinado plano e em quanto tempo pretende juntar essa quantia — já considerando os possíveis retornos dos investimentos que pretende usar.

O mais importante é garantir que o dinheiro esteja disponível no momento certo, quando sua meta chegar. com isso claro, fica mais fácil escolher os investimentos certos e evitar armadilhas. por exemplo, se você quer viajar no próximo natal, não faz sentido aplicar em um título que só vence daqui a cinco anos.

Observação: uma carteira equilibrada deve ter ativos voltados para diferentes prazos — curto, médio e longo. Assim, você garante que sempre terá recursos disponíveis para realizar cada objetivo, sem pressa e sem sustos.

Quais são os perfis de risco?

Existem três perfis: conservador (prioriza segurança), moderado (busca equilíbrio entre risco e retorno) e arrojado (tolera mais riscos em troca de maiores ganhos). Cada perfil impacta a forma de investir.

Para montar um bom planejamento financeiro, não basta alinhar o prazo dos investimentos com suas metas. É preciso também que o risco dos produtos escolhidos combine com o perfil do investidor — isto é, ao seu grau de tolerância a riscos.

Afinal, nem todo mundo se sente confortável com oscilações no caminho, mesmo quando o objetivo está lá na frente — quando o prazo é longo. Por isso, conhecer seu perfil ajuda a escolher investimentos mais adequados à sua tolerância e evitar decisões impulsivas.

Bora conhecê-los em detalhes?

Conservador

Investidores com perfil conservador priorizam a proteção do patrimônio. São pessoas com baixa tolerância a riscos e que preferem segurança a qualquer custo.

Para esse perfil, os investimentos indicados são aqueles com baixo risco e alta liquidez, que oferecem mais tranquilidade, mesmo que a rentabilidade seja menor. Alguns exemplos incluem: o Tesouro Selic, CDBs de bancos grandes com liquidez diária e fundos de renda fixa.

Moderado

Investidores de perfil moderado buscam um equilíbrio entre segurança e rentabilidade. Ainda priorizam a proteção do patrimônio, mas estão dispostos a assumir algum risco, desde que o potencial de retorno compense.

Esse perfil costuma ter uma carteira dividida entre renda fixa e renda variável — mas nunca com maior exposição à renda variável. A ideia é investir em opções com potencial de crescimento, porém com risco controlado.

Exemplos comuns incluem: Tesouro IPCA+, CDBs com prazos mais longos, fundos multimercados e fundos de ações com perfil conservador.

Arrojado

Também chamados de investidores de perfil agressivo, são aqueles que preferem a rentabilidade, em detrimento da segurança. 

Investidores com perfil arrojado são mais tolerantes a riscos e oscilações. Estão preparados para enfrentar perdas temporárias em troca de ganhos maiores no longo prazo.

A carteira desse perfil tem maior exposição à renda variável, com investimentos como ações, fundos de ações, ETFs, fundos multimercados agressivos e fundos imobiliários (FIIs).

Cabe observar que o perfil de investidor não é algo subjetivo ou baseado em achismo. ele é definido a partir de um teste de suitability, feito pelo banco ou corretora. é um questionário simples e rápido, que avalia seus objetivos, tolerância ao risco e experiência com investimentos — tudo para garantir que as opções oferecidas estejam alinhadas com o seu perfil.

Qual é a relação entre a liquidez e o horizonte de investimento?

Ao investir, a liquidez e o horizonte de tempo estão — ou pelo menos deveriam estar — diretamente ligados. Isso porque a liquidez representa a facilidade com que um investimento pode ser transformado em dinheiro.

Por isso, é fundamental que a liquidez do investimento esteja alinhada ao prazo da meta. Caso contrário, quando chegar a hora de usar o dinheiro, o investidor pode enfrentar dificuldades para resgatar os recursos — ou até sofrer perdas por sair antes da hora.

Não à toa, para metas de curto prazo, o ideal são ativos com liquidez diária, que permitem o resgate imediato. Já para metas de longo prazo, a liquidez não precisa ser prioridade — afinal, o dinheiro pode (e deve) ficar investido por mais tempo.

Quer aprender mais sobre investimentos?

Deu para perceber como o horizonte de tempo faz toda a diferença  na hora de montar a carteira, né?  Mas ele está longe de ser o único fator importante, é preciso também entender os riscos, a liquidez, o potencial de retorno e conhecer bem os diferentes tipos de produtos financeiros. 

Por isso, se você gostou deste artigo, não pare por aqui. Continue seus estudos no nosso blog e no canal da TopInvest no YouTube. Em ambos, você encontra centenas de conteúdos didáticos para sanar todas as suas dúvidas sobre investimentos. 

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