O novo modelo de certificações da Anbima trouxe uma mudança interessante: agora, as qualificações são feitas com base nas atividades dos profissionais. Se o seu foco é mais técnico, por exemplo, há um selo específico para isso — a C-Pro I. Se for mais voltado para o relacionamento com o cliente, então a C-Pro R seria a ideal.
Neste artigo, separei tudo o que você precisa saber sobre a C-Pro I — a certificação que vai te abrir portas mais técnicas em bancos. Olha só o que você vai aprender por aqui:
- O que é C-Pro I;
- Quais atividades posso exercer com a C-Pro I;
- Quando a C-Pro I vai entrar;
- O que muda na C-Pro I Anbima;
- O que vai cair na C-Pro I;
- Qual o custo da prova e da atualização anual a partir de 2026;
- Como a nova C-Pro I impacta as certificações;
- Como a C-Pro I impacta o mercado financeiro;
- Como se preparar para a nova prova.
No fim, deixei uma dica de curso preparatório para você conquistar logo suas novas certificações da Anbima. Bora?
O que é C-Pro I?
A C-Pro I é uma das certificações da nova trilha da Anbima, voltada para profissionais com perfil mais técnico, que desejam trabalhar com produtos de investimentos e suas estruturas.
De um profissional com esse selo, espera-se uma visão técnica bastante detalhada, indispensável para assessorar investimentos, montar portfólios, e trabalhar em conjunto com aqueles certificados pela CPA e pela C-Pro R.
Atenção: a CPA é pré-requisito obrigatório para obter a C-Pro I.
Quais atividades posso exercer com a C-Pro I?
Com a C-Pro I, um profissional pode atuar com:
- Análise de perfil de risco dos clientes;
- Estruturação carteiras recomendadas;
- Prestação de orientações baseadas em um entendimento profundo sobre portfólios;
- Compartilhamento de informações analíticas sobre investimentos e riscos associados.
Quando a C-Pro I vai entrar?
A C-Pro I, assim como toda a nova trilha de certificações da Anbima, começa a valer a partir de janeiro de 2026. Esse mesmo mês marca a extinção dos antigos selos — ou seja, CPA-10, CPA-20 e CEA vão deixar de existir.
Em 2026, então, quem ainda não tem nenhuma certificação, deve prestar as novas provas da entidade. Aqueles que já possuíam algum selo Anbima válido em 2025 podem migrar para as novas, desde que concluam as microcertificações de transição disponíveis na plataforma Anbima Edu.
Se esse for o seu caso, saiba que a lógica de migração é a seguinte:
- Quem tem CPA-10: pode migrar para a CPA;
- Quem tem CPA-20: primeiro migra para a CPA e, depois, pode migrar para a C Pro-R;
- Quem tem CEA: primeiro migra para a CPA e, depois, para a C Pro-R e a C Pro-I.
Qual o prazo para concluir a migração para C-Pro I?
Você tem até dezembro de 2026 para concluir sua migração de certificações na plataforma Anbima Edu.
Até lá, se você tem CPA-10, CPA-20 ou CEA, pode exercer normalmente suas atividades profissionais, já que estará sob o status de “em transição”. No entanto, se não fizer a transição até o fim do prazo, as consequências serão negativas — e é disso que vou falar agora.
O que acontece se não migrar para C-Pro I até o fim de 2026?
Se você não finalizar seu processo de transição (microcertificações + ativação da atualização anual) até o fim de 2026, vai tecnicamente ficar sem nenhuma certificação. Logo, precisará se inscrever nos exames e refazer as provas no novo formato da Anbima.
Atenção: para realizar a migração, é preciso manter suas certificações atuais válidas até 2025. A partir de janeiro de 2026, as antigas CPA-10, CPA-20 e CEA deixarão de existir.
O que muda na C-Pro I ANBIMA?
Uma das maiores mudanças na nova trilha da Anbima é que, agora, as certificações são desenvolvidas com base nas atividades dos profissionais, e não mais em cargos ou segmentos — algo que eleva o nível exigido e aproxima mais a certificação da prática real do mercado.
No caso da C-Pro I, o resultado é uma qualificação mais técnica, focada na recomendação de investimentos, na adequação de produtos ao perfil do cliente, em uma análise mais profunda das soluções disponíveis e no suporte especializado às áreas comerciais.
Outra grande mudança é a necessidade de atualização anual — bem diferente do que acontecia antes, já que esse processo era feito entre 3 e 5 anos. Agora, todos os anos é necessário passar por microcertificações para manter a C-Pro I ativa. Essa, inclusive, é uma forma de garantir que uma pessoa certificada estará sempre atualizada com as práticas do mercado financeiro.
A CPA é pré-requisito para obter a C-Pro I?
Sim, é obrigatório ter a CPA para poder partir para a C-Pro I. Essa exigência agora existe porque, com a reestruturação, a CPA funciona como uma porta de entrada para o profissional, já que serve para atestar o domínio de conhecimentos básicos sobre produtos financeiros e de investimento.
Mesmo aqueles que já possuem alguma das certificações da Anbima (CPA-10, CPA-20 e CEA) precisam migrar primeiro para a CPA e somente depois passar para o selo correspondente à sua qualificação atual.
O assessment é obrigatório e conta para aprovação na C-Pro I?
O assessment é um formulário que todo profissional deverá responder ao criar um perfil na Anbima Edu. Como é apenas uma metodologia complementar à certificação, não conta para a aprovação.
Essa ferramenta se trata de um meio de mapear habilidades comportamentais dos profissionais, por meio de um sistema de autoavaliação. Nesse caso, o objetivo não é dar uma nota, mas sim oferecer um diagnóstico completo sobre essas competências e fomentar o desenvolvimento contínuo.
O que vai cair na C-Pro I?
O exame da C-Pro I é dividido em quatro blocos gerais de conhecimento:
- Produtos de investimentos;
- Investimentos alternativos, digitais e no exterior;
- Previdência complementar;
- Gestão de risco, análise de carteiras e indicadores de performance.
Abaixo, listo cada um dos subtópicos que serão cobrados dentro destes temas.
Produtos de investimentos
No primeiro bloco da prova, temos:
- Fundos de investimento;
- Resolução CVM 175: outros tipos de fundos de investimento e demais anexos da Resolução;
- Clubes de investimento;
- Carteira administrada;
- Tributação;
- Código Anbima de administração e gestão de recursos de terceiros;
- Instrumentos de renda fixa;
- Renda variável;
- Derivativos;
- Certificado de Operações Estruturadas (COE);
- Tributação para pessoas físicas residentes no Brasil;
- Negociação, liquidação e custódia;
- Demais fundos de investimento.
Investimentos alternativos, digitais e no exterior
Aqui, o que você pode esperar das questões é o seguinte:
- Introdução aos investimentos alternativos;
- Private equity;
- Crédito privado;
- FIDCs (Fundos de Investimento em Direitos Creditórios);
- Fundos de investimento em cotas de Fundos de Investimento em Direitos Creditórios;
- Investimentos imobiliários;
- Fiagros;
- Commodities;
- Instrumentos de investimento no exterior;
- Criptoativos;
- Estruturação e comercialização de fundos de investimento alternativos.
Previdência complementar
Em termos de previdência, a cobrança será sobre:
- Agentes de regulamentação da previdência complementar e legislação vigente;
- Principais características da previdência privada;
- Produto de Vida Gerador de Benefício Livre (VGBL);
- Produto do Plano Gerador de Benefício Livre (PGBL);
- Nova Resolução 463 e 464/24 – Decisão de renda;
- Tábua atuarial ou biométrica e excedente financeiro;
- Tipos de rendas e benefícios;
- Regimes de tributação;
- Classificação Anbima – renda fixa, balanceado, multimercado, ação – Diferentes níveis de risco;
- Rentabilidade dos planos de previdência;
- Regras para composição dos fundos previdenciários;
- Desacumulação;
- Previdência complementar corporativa.
Gestão de risco, análise de carteiras e indicadores de performance
Neste bloco, o que cai no exame é:
- Risco, retorno e mercado;
- Seleção de carteira e modelo de Markowitz;
- Modelo de precificação de ativos – CAMP;
- Alocação de ativos;
- Gestão de riscos em fundos de investimento e carteiras administradas;
- Rebalanceamento de uma carteira de ativos;
- Otimização de investimentos nas diversas classes de ativos em função do perfil de investidor;
- Atualização da API;
- Administração e gerenciamento de risco.
Qual o custo da prova e da atualização anual a partir de 2026?
A taxa de inscrição para a C-Pro I Anbima é de R$500. Para atualizar o selo, o valor é de R$325 (ou de R$30, caso a renovação seja feita por meio de uma instituição).
Aqueles que possuírem mais de uma certificação Anbima pagam um valor de atualização único anual de R$325.
Como a nova C-Pro I impacta as certificações?
A criação da C-Pro I reorganiza a estrutura de certificações da Anbima, já que substitui o antigo modelo baseado em selos como a CEA e a CPA-20 por uma trilha mais lógica e alinhada às funções reais do mercado.
Na prática, ela representa o “degrau técnico” da nova jornada do profissional de investimentos, ficando acima da CPA e abaixo da C-Pro R, com foco claro em quem atua na recomendação e na análise mais aprofundada de produtos.
O impacto maior é que a certificação deixa de ser apenas um requisito formal e passa a refletir competências específicas: conhecimento técnico mais robusto, capacidade analítica, visão de suitability e domínio da oferta de soluções ao cliente.
Ao dividir a trilha dessa forma, por atividades e não por senioridade ou hierarquia, a Anbima torna o processo mais coerente, reduz sobreposição entre certificações antigas e cria um caminho mais estruturado para evolução na carreira dentro da distribuição de investimentos.
Como a C-Pro I impacta o mercado financeiro?
A C-Pro I chega para redefinir o padrão técnico do profissional que atua na recomendação de investimentos. Enquanto a CPA eleva a base da qualificação, a C-Pro I aprofunda o nível de exigência e cria um novo patamar de competência dentro da distribuição.
Na prática, esse selo te posiciona não apenas como alguém que conhece produtos, mas como alguém capaz de analisar cenários distintos e complexos, entender o perfil do cliente com precisão e transformar isso em recomendações responsáveis e alinhadas às normas e legislação correspondentes.
Sob a ótica das instituições financeiras, a C-Pro I vem para formar times mais preparados tecnicamente e mais aderentes ao que o mercado exige hoje: capacidade analítica, domínio de suitability, visão de risco, argumentação sólida e postura ética.
Como a nova trilha da ANBIMA é construída com base nas atividades reais exercidas pelo profissional, a C-Pro I reduz ruídos entre o que é cobrado na certificação e o que acontece no dia a dia. O resultado é um profissional mais pronto para atuar em ambientes complexos.
Além disso, a C-Pro I acompanha as mudanças estruturais da nova trilha:
- Foco em atividades, não em cargos: ela certifica exatamente o que o profissional faz — recomendar, analisar e orientar — criando uma trilha mais coerente e evitando sobreposição com certificações antigas como a CEA.
- Ênfase crescente em habilidades comportamentais: embora não seja uma prova focada em “soft skills”, ela integra o novo modelo da Anbima, que busca validar competências como comunicação clara, gestão de conflitos e tomada de decisão responsável.
- Atualização contínua por meio de microcertificações: essa dinâmica assegura que quem carrega o selo se mantém tecnicamente atualizado e alinhado às melhores práticas do mercado continuamente;
- Alinhamento com padrões internacionais: a construção da nova trilha, incluindo a C-Pro I, segue benchmarks globais. Aqui, o objetivo foi aproximar o Brasil de modelos usados nos maiores centros financeiros.
Como se preparar para a nova prova?
Como a nova C-Pro I está fresca no mercado financeiro, sua melhor escolha é contar com um bom curso preparatório para passar de primeira na prova.
Por aqui, já estamos preparados para te preparar para o exame, com materiais atualizados e em concordância com o novo estilo da Anbima. Nesse momento de transição, a gente te ajuda: dá uma olhada no curso preparatório para C-Pro I da Top e conquiste a sua certificação!
Perguntas frequentes sobre C-Pro I
Não deixe nenhuma dúvida para trás: veja as respostas para as perguntas mais frequentes sobre a C-Pro I.
Qual certificação vai substituir a CEA?
Quem tem a CEA pode migrar primeiro para a CPA e, depois, para a C Pro-R e para a C Pro I. Como a CEA era a certificação que dava ao profissional o título de especialista em investimentos, é necessária a junção dos dois selos (técnico + relacionamento) para ser um equivalente à anterior.
Vale a pena fazer CPA-20 ou CEA ainda em 2025 para migrar para C-Pro I?
A decisão pode valer a pena se a sua ideia é posteriormente migrar para os modelos novos, por meio das microcertificações da Anbima. No entanto, vale lembrar que você tem até dezembro de 2026 para finalizar a migração, já que neste mesmo ano o modelo antigo deixará de existir.
Preciso fazer nova prova para obter a C-Pro I na transição?
Não, o que você deve fazer é concluir as microcertificações correspondentes na plataforma Anbima Edu — esse é o processo oficial de quem vai migrar do modelo antigo para o novo.
Posso continuar trabalhando com certificação em transição durante 2026?
Sim, pois o status da sua certificação será de “em transição”. No entanto, para não perder suas qualificações e ter que prestar novas provas, é obrigatório finalizar a transição até dezembro de 2026.
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