Quem nunca ouviu falar em ações, não é mesmo? Produto símbolo da renda variável, esse investimento é tema recorrente no noticiário econômico, respingando mesmo em quem ainda não investe.
O que muita gente não sabe, porém, é que existem diferentes tipos de ações. As empresas podem emitir ações ordinárias e preferenciais. Algumas, como a Petrobras, inclusive, negociam ambos os tipos. Como cada uma concede direitos distintos aos acionistas, é essencial entender suas diferenças.
Se você ficou curioso ou já tinha essa dúvida, chegou a hora de esclarecer tudo sobre o assunto. Ao longo deste artigo, vou responder perguntas como:
- O que é uma ação ordinária?
- Quanto rende uma ação ordinária?
- O que é uma ação preferencial?
- Quanto rende uma ação preferencial?
- Quais as diferenças entre ações ordinárias e preferenciais?
- Quais as vantagens e desvantagens das ações ordinárias e preferenciais?
- É melhor comprar ações ordinárias ou preferenciais?
- Como comprar ações ordinárias e preferenciais?
- Qual o limite de emissão de ações preferenciais e ordinárias?
- Quais os outros tipos de ações?
Continue lendo e descubra tudo o que você precisa saber sobre os tipos de ações e como investir nelas!
O que é uma ação ordinária?
As ações ordinárias, também chamadas como ON (sigla para “Ordinária Nominativa”), são o tipo mais comum no mercado de ações. Esse tipo de papel é conhecido principalmente por conferir aos investidores o direito de voto nas assembleias da empresa.
Ao adquirir ações ordinárias, o investidor pode participar nas principais decisões corporativas da empresa, como a aprovação de balanços financeiros ou eleição de membros do conselho de administração.
Na prática, contudo, esse benefício acaba não sendo tão relevante para pequenos investidores. Isso porque, como cada ação adquirida dá direito a um voto, o peso das escolhas dos acionistas majoritários — grupo que detém mais de 50% das ações ordinárias da empresa —, normalmente, acaba sendo decisivo.
Outra singularidade das ações ordinárias é o direito ao tag along — em tradução direta, “ir junto” —, um mecanismo de proteção que garante aos acionistas minoritários o direito de vender suas ações junto com os controladores, caso o controle da empresa seja transferido. Com isso, os minoritários recebem pelo menos 80% do valor pago por ação ao grupo controlador, podendo chegar a 100% em algumas situações.
Para identificar se uma ação é ordinária, basta observar o ticker — o código de negociação usado na bolsa de valores. No Brasil, os tickers têm quatro letras, que representam a empresa, seguidas de um número, o qual indica justamente o tipo de ação. Para ações ordinárias, esse número é sempre “3”.
Alguns exemplos de tickers negociados na B3 (Brasil, Bolsa, Balcão — a bolsa de valores brasileira):
- ABEV3: ação ordinária da AMBEV;
- BBAS3: ação ordinária do Banco do Brasil;
- B3SA3: ação ordinária da B3;
- BRML3: ação ordinária do grupo brMalls;
- EMBR3: ação ordinária da Embraer;
- GGBR3: ação ordinária da Gerdau;
- ITUB3: ação ordinária do Itaú Unibanco;
- JBSS3: ação ordinária do frigorífico JBS;
- LREN3: ação ordinária da Lojas Renner;
- MGLU3: ação ordinária da Magazine Luiza;
- PETR3: ação ordinária da Petrobras;
- VALE3: ação ordinária da Vale.
Quanto rende uma ação ordinária?
Independentemente da categoria, a remuneração das ações se dá por meio de dividendos, que são um percentual do lucro líquido da companhia distribuída entre os acionistas.
Para as ações ordinárias, normalmente, essa parcela costuma ser inferior à reservada para os acionistas percentuais. Além disso, esse valor só é pago em caso de lucro da companhia.
Como o desempenho de uma empresa é imprevisível — ou seja, o lucro futuro não pode ser determinado com certeza —, também é impossível determinar exatamente quanto uma ação ordinária renderá.
É importante mencionar que, além dos dividendos, os acionistas podem obter lucro ao vender suas ações por um preço superior ao que pagaram originalmente. No entanto, esse rendimento também é incerto. A ação, vale lembrar, é um investimento de renda variável. Isso significa que seu preço varia conforme os movimentos do mercado: se a demanda é alta, o preço tende a subir; se há mais oferta de ações do que demanda, o preço pode cair.
Também conhecidas como PN (sigla para “Preferencial Nominativa”), as ações preferenciais são ações que concedem ao investidor prioridade no pagamento dos dividendos e no reembolso do capital em caso de liquidação da companhia emissora.
Assim, em caso de falência, esses investidores têm maior chance de reaver seu dinheiro, já que são pagos antes.
Outro ponto positivo é que, por serem mais atrativas para investidores que priorizam rendimento, as ações preferenciais costumam ter maior liquidez, ou seja, são mais fáceis de negociar no mercado.
Benefícios à parte, a principal desvantagem das PNs é que elas normalmente não dão direito ao voto em assembleias de acionistas. Logo, quem as possui não tem influência alguma sobre as decisões que podem impactar no futuro da empresa. Além disso, esse tipo de papel também não possui direito ao tag along.
As ações preferenciais são identificadas pelo ticker, com o número final “4”. Alguns exemplos:
- ABEV4: ação preferencial da AMBEV;
- BBAS4: ação preferencial do Banco do Brasil;
- B3SA4: ação preferencial da B3;
- BRML4: ação preferencial do grupo brMalls;
- EMBR4: ação preferencial da Embraer;
- GGBR4: ação preferencial da Gerdau;
- ITUB4: ação preferencial do Itaú Unibanco;
- JBSS4: ação preferencial do frigorífico JBS;
- LREN4: ação preferencial da Lojas Renner;
- MGLU4: ação preferencial da Magazine Luiza;
- PETR4: ação preferencial da Petrobras;
- VALE4: ação preferencial da Vale.
É válido mencionar que, em alguns casos, as ações preferenciais podem contar com uma cláusula que permite a conversão em ações ordinárias, o que pode ser vantajoso caso o direito de voto se torne relevante.
Além disso, outra particularidade das ações é que elas podem ser subdivididas em diferentes classes, como A e B, a depender das diferença nos direitos concedidos por cada um deles:
- Ações preferenciais classe A (PNA): geralmente concedem benefícios adicionais em comparação com outras categorias de ações preferenciais, como prioridade no pagamento de dividendos ou mesmo direito â votos em situações específicas;
- Ações preferenciais classe B (PNB): por outro lado, tendem a ter menos vantagens, como um pagamento de dividendos menor.
Quando há esse tipo de categorização entre ações preferenciais de uma mesma empresa, também ocorre mudança nos tickers: papéis de classe A são identificados pelo número 5; já os de classe B terminam com 6. Um exemplo de empresa com essa distinção é a Eletrobras, que além de ações ordinárias (ELET3) também negocia ações preferenciais classe A (ELET5) e classe B (ELET6).
As diferenças entre as classes estão detalhadas no estatuto social da empresa e podem variar conforme a companhia.
Quanto rende uma ação preferencial?
Titulares de ações preferenciais não apenas recebem os dividendos primeiro, como também têm direito a um percentual maior.
Em pagamentos de dividendos regulares — isto é, após o fechamento do exercício financeiro —, acionistas preferenciais têm direito a receber, ao menos, 10% a mais por papel do que os acionistas ordinários. Por exemplo, se uma empresa distribui R$ 0,50 de lucro por ação ON, deve pagar ao menos R$ 0,55 por ação PN.
Qual a diferença entre ações ordinárias e preferenciais?
De modo geral, os pontos contrastantes mais relevantes entre ações ordinárias e preferenciais, no viés do investidor, incluem:
- Direito ao voto;
- Prioridade na distribuição de dividendos;
- Reivindicação de ganhos em caso de liquidação da empresa;
- Liquidez no mercado.
Para deixar isso mais claro, explico na sequência cada um desses fatores:
Direito de voto
A principal característica das ações ordinárias é o direito ao voto nas assembleias da empresa, permitindo que o acionista participe de decisões importantes, como a eleição de membros do conselho de administração.
Por outro lado, as ações preferenciais não concedem esse direito. Assim, acionistas preferenciais ficam à mercê das decisões tomadas pelos acionistas ordinários, sem poder influenciar diretamente o futuro da companhia.
Distribuição de dividendos
Acionistas preferenciais, como o próprio nome indica, têm prioridade no recebimento dos dividendos. Ou seja, quem possui esse tipo de ação recebe sua parte dos lucros antes dos acionistas ordinários.
Além disso, as ações preferenciais garantem um pagamento mínimo de 10% a mais em dividendos em comparação com os papéis ordinários.
Reivindicação de ganhos
Em caso de liquidação da empresa, os acionistas preferenciais também têm a preferência quanto ao reembolso.
O risco dos acionistas ordinários, neste caso, é maior, já que podem acabar não recuperando o dinheiro investido, caso a empresa vá à falência e não tenha como restituir os investidores.
Liquidez
Embora não seja uma regra, as ações preferenciais geralmente apresentam maior liquidez em comparação às ordinárias, por serem mais atrativas para pequenos investidores.
Isso significa que elas são mais fáceis de negociar no mercado, pois despertam maior interesse entre a maioria dos investidores.
Quais as vantagens e desvantagens das ações ordinárias e preferenciais?
Assim como as ações ordinárias e as ações preferenciais possuem particularidades que as caracterizam e diferenciam, cada um desses papéis também tem prós e contras que devem ser considerados pelo investidor.
Para evidenciar isso, a seguir, destaco as principais vantagens e desvantagens de cada tipo de ação:
Vantagens das ações ordinárias
As ações ordinárias contam particularmente com duas vantagens principais, quando comparadas a outros tipos de ações. São elas:
- Direito ao voto: acionistas ordinários, caso possuam um número relevante de ações, podem influenciar decisões importantes da empresa, como a escolha de membros do conselho de administração;
- Tag along: esse mecanismo garante que, em caso de mudança no controle da empresa, o acionista possa vender suas participações por ao menos 80% do preço de mercado, recebendo as mesmas condições oferecidas aos controladores.
Desvantagens das ações ordinárias
Já quando comparadas com as ações preferenciais, as principais desvantagens das ações ordinárias são:
- Rendimentos menores: nem toda ação ordinária paga dividendos e, quando paga, esses valores geralmente são menores do que os pagos às ações preferenciais;
- Risco de crédito: em caso de falência da empresa, os titulares de ações ordinárias são os últimos a receber qualquer reembolso, aumentando o risco de perdas totais.
Vantagens das ações preferenciais
Preferidas normalmente pelos pequenos investidores, as ações preferenciais possuem diversas vantagens relevantes:
- Prioridade em pagamentos: a principal característica desse tipo de título é a preferência no pagamento de dividendos, garantindo que os acionistas preferenciais recebam antes dos demais;
- Preferência de reembolso: em caso de liquidação da empresa, esses investidores têm mais chances de recuperar parte do capital, já que recebem antes dos acionistas ordinários;
- Rendimentos maiores: acionistas preferenciais têm direito a receber, no mínimo, 10% mais dividendos por ação do que os acionistas ordinários;
- Maior liquidez: geralmente, as ações preferenciais são mais fáceis de negociar no mercado, uma vantagem para investidores que buscam flexibilidade.
Desvantagens das ações preferenciais
Apesar das vantagens, as ações preferenciais também possuem desvantagens notáveis:
- Sem direito a voto: os acionistas preferenciais não têm direito a voto nas assembleias da empresa, ficando à margem das decisões estratégicas;
- Ausência de tag along: caso a companhia seja adquirida por outra, não existe garantia de um valor mínimo de pagamento por ação, ao contrário das ações ordinárias;
- Risco de desvalorização em vendas: em cenários de aquisição da empresa, os investidores podem vender ações preferenciais para comprar ordinárias, o que pode causar desvalorização das preferenciais;
- Resgate pela empresa: algumas empresas têm o direito de resgatar as ações preferenciais a qualquer momento, o que pode privar os investidores de receber dividendos futuros ou de obter ganhos de capital adicionais.
Já sei: uma vez listadas as vantagens e desvantagens de cada um destes papéis, você deve estar se perguntando:
É melhor comprar ações ordinárias ou preferenciais?
Depende. Para saber qual tipo de ação vale mais a pena comprar, é preciso antes considerar o perfil e os objetivos individuais de cada investidor.
As ações ordinárias têm como principal vantagem o direito ao voto nas assembleias, permitindo influenciar no rumo da empresa, mas essa característica pode não ser tão relevante para investidores com participações menores.
Já as ações preferenciais oferecem preferência no pagamento de dividendos e no reembolso de capital em caso de liquidação da empresa. Essas características tornam esse tipo de ação mais atrativo para pequenos investidores ou para aqueles que buscam renda passiva, já que, além da prioridade nos pagamentos, os dividendos das ações preferenciais costumam ser maiores que os das ordinárias.
Como comprar ações ordinárias e preferenciais?
Para começar a investir em ações, sejam elas ordinárias ou preferenciais, é importante entender onde e como essas transações acontecem.
Em resumo, as ações podem ser adquiridas em três diferentes ambientes, que constituem o mercado de ações:
- Mercado primário;
- Mercado secundário;
- Mercado de balcão.
Cada um desses ambientes possui regras e características próprias. Mas não se preocupe. Para facilitar a compreensão, explico abaixo o que significam estes mercados, além de detalhar o passo a passo para investir em cada um deles:
1. Mercado Primário
O mercado primário é o ponto de partida das ações. Aqui é onde as empresas emitem suas ações pela primeira vez, geralmente por meio de uma oferta pública inicial (IPO).
Nesse ambiente, o investidor tem a oportunidade de adquirir ações diretamente com a companhia emissora antes de que eles comecem a ser negociados em outros mercados.
O passo a passo para investir no mercado primário é o seguinte:
- Abra uma conta em uma corretora de valores: para comprar ações é preciso primeiro abrir conta com uma corretora de valores, que é instituição financeira responsável por intermediar suas compras e vendas;
- Fique atento às ofertas públicas de ações (IPOs): acompanhe as notícias sobre IPOs, pois as empresas geralmente fazem um anúncio público quando irão lançar suas ações;
- Realize o pedido de reserva por meio do home broker: quando um IPO é anunciado, o investidor pode solicitar a reserva das ações diretamente no home broker — a plataforma de negociação da corretora. Isso manifesta seu interesse em adquirir as ações da empresa.
- Acompanhe a definição do preço das ações e, se for o caso, compre: após a reserva, o preço das ações será definido. Caso esteja satisfeito com o preço e as condições, o investidor pode concluir a compra das ações no home broker.
2. Mercado Secundário
Após a emissão das ações no mercado primário, esses papéis passam a ser negociados no mercado secundário. Esse é o mercado mais comum, onde os investidores compram e vendem ações entre si.
Ou seja, nesse ambiente, as ações já não são vendidas diretamente pelas empresas, mas pelos próprios acionistas.
Para comprar ações no mercado secundário é só fazer o seguinte:
- Abra uma conta em uma corretora de valores: assim como no mercado primário, é preciso uma conta em uma corretora para acessar o mercado secundário e realizar suas negociações;
- Realize transferências para sua conta de investimentos: após abrir a conta, deposite valores nela para ter recursos para comprar ações. A transferência pode ser feita por meio de TED ou outros meios oferecidos pela corretora;
- Acesse o home broker e busque as ações desejadas: na plataforma, o investidor pode pesquisar as ações que deseja comprar. É possível usar filtros para encontrar papéis de empresas específicas ou para analisar os preços de mercado;
- Emita a ordem de compra: ao encontrar a ação desejada, indique a quantidade e o preço máximo que está disposto a pagar. A ordem será executada quando o preço atingir o valor definido ou houver um vendedor disponível;
- Acompanhe o desempenho de suas ações: após a compra, acompanhe o desempenho das ações. Isso pode ser feito por meio de relatórios fornecidos pela corretora ou por meio de plataformas especializadas.
3. Mercado de Balcão
O mercado de balcão é uma alternativa fora da bolsa de valores, onde são negociados ativos de empresas menores ou com menos regulação. Ele tem um formato mais informal, e as transações geralmente acontecem diretamente entre as partes.
Embora o mercado de balcão envolva mais risco, ele pode ser interessante para investidores que buscam empresas com alto potencial de crescimento, mas também maior volatilidade.
O passo a passo para investir no mercado de balcão é o seguinte:
- Abra uma conta em uma corretora que atue no balcão: nem todas as corretoras oferecem acesso ao mercado de balcão, então é importante escolher uma que tenha essa opção;
- Acesse a plataforma de negociação: nela, você encontrará as ações e outros ativos disponíveis para compra;
- Selecione as ações e emita ordens de compra: após encontrar as ações que deseja comprar, é só emitir a ordem de compra da mesma forma que no mercado secundário.
Outras formas de investir em ações
Além da compra direta de ações nos mercados primário, secundário e de balcão, existem outras formas de se expor ao mercado de ações, que podem ser vantajosas dependendo de sua estratégia e perfil de investidor:
- Clubes de investimento: grupos de investidores que reúnem recursos para investir coletivamente em ações, com gestão compartilhada;
- Fundos de Investimento (FIs): fundos geridos por profissionais, onde é possível investir em ações junto com outros investidores, sem precisar escolher os papéis individualmente;
- ETFs: também chamados de fundos de índice, são fundos que replicam a performance de um indicador de ações específico como o Ibovespa, oferecendo uma forma prática de investir em um conjunto de ações;
- Opções de Ações: contratos que dão ao investidor o direito de comprar ou vender ações a um preço pré-estabelecido no futuro, com foco em aproveitamento de movimentos de curto prazo.
Qual o limite de emissão de ações preferenciais e ordinárias?
Você lembra que, no início, mencionei que as ações ordinárias são mais comuns do que as preferenciais? Isso não acontece por acaso. A legislação brasileira determina que o número de ações preferenciais não pode superar 50% do total de papéis emitidos. Enquanto isso, não há um limite específico para a emissão de ações ordinárias.
Essa regra está prevista na Lei nº 6.404/1976, que regula as Sociedades por Ações no Brasil.
Quais os outros tipos de ações?
A categorização das ações não se limita aos tipos relacionados com a divisão de capital da empresa, conforme visto até aqui. Apenas para citar um exemplo, elas também podem ser classificadas, por exemplo, pelo potencial de rendimento ou grau de risco.
Por isso, por mais que uma classificação não tenha necessariamente relação com as outras, é comum que o investidor acabe se deparando com outras nomenclaturas. Como introdução, na sequência explico algumas das mais comuns:
Units
As units são pacotes compostos por diferentes tipos de ações, geralmente uma combinação de ações ordinárias (ON) e preferenciais (PN). Por exemplo, uma unit pode conter 5 ações ON e 10 ações PN, ou outras proporções definidas pela empresa emissora.
Elas oferecem aos investidores acesso a direitos e benefícios de ambos os tipos de ações em uma única negociação, facilitando a diversificação sem a necessidade de adquirir cada tipo de ação separadamente.
O preço de uma unit costuma ser a soma dos valores das ações que a compõem, e sua negociação é sempre integral. Isso significa que, ao adquirir uma unit, não é possível vender separadamente as ações ordinárias ou preferenciais que a constituem.
Um ponto importante: as units são identificadas pelo número “11” no código de negociação, o mesmo usado por Fundos de Investimento Imobiliários (FIIs) e ETFs, o que exige atenção por parte do investidor ao realizar suas operações.
Golden share
As golden shares, também conhecidas como ações especiais, recebem esse nome devido à sua natureza única e privilegiada. Elas conferem ao titular — geralmente o governo ou uma entidade estatal — poderes especiais na empresa, mesmo que possuam uma participação minoritária no capital social.
Esses poderes podem incluir o veto em decisões estratégicas, como mudanças na estrutura societária, alienação de ativos importantes ou alterações no controle acionário. Isso garante que interesses estratégicos, normalmente relacionados à economia ou à segurança nacional, sejam preservados.
No Brasil, as golden shares são mais comuns em empresas que passaram por processos de privatização, como a Embraer e a Petrobras. Dessa forma, o governo mantém certa influência sobre decisões críticas, mesmo após a transferência de propriedade para o setor privado.
Esse modelo é utilizado em diversos países para proteger setores considerados essenciais ou estratégicos para o desenvolvimento nacional.
Ações nominativas
As ações nominativas são todas aquelas registradas em nome de seus titulares nos livros da companhia emissora. Isso significa que a transferência desses papéis só pode ser realizada mediante um registro formal, o que proporciona um maior controle sobre quem são os acionistas da empresa.
Antes de 1990, era possível ter ações que não eram vinculadas ao nome e CPF do investidor, o que gerava maior anonimato e, em alguns casos, facilitava práticas como fraudes e sonegação de impostos. No entanto, com as mudanças introduzidas a partir dessa data, todas as ações passaram a ser nominativas, com o objetivo de aumentar a segurança e a transparência no mercado de capitais.
Hoje, além do registro da negociação na Bolsa de Valores do Brasil (B3), a identificação dos acionistas também é feita no Livro de Registro de Ações Nominativas da própria empresa.
Ações escriturais
As ações escriturais são aquelas que não possuem certificados físicos, sendo registradas eletronicamente por instituições financeiras autorizadas.
Esse formato é mais seguro e prático, já que elimina o risco de perda ou falsificação dos papéis.
Ações blue chip
Embora não seja uma denominação oficial, o termo blue chip é amplamente utilizado no mercado financeiro para se referir às ações de empresas consolidadas, com grande valor de mercado e forte reputação.
Essas empresas são conhecidas por oferecerem estabilidade financeira e retornos consistentes ao longo do tempo, o que as torna atraentes para investidores buscando menor risco. Exemplos clássicos de ações blue chip incluem gigantes como a Coca-Cola, a Microsoft e a Unilever.
O termo “blue chip” tem origem no poker, onde as fichas azuis são as mais valiosas do jogo, simbolizando a ideia de segurança e alta qualidade
Mid caps
As mid caps estão um degrau abaixo das blue chips e representam empresas de porte médio, com valor de mercado intermediário.
Elas costumam oferecer um equilíbrio entre estabilidade e potencial de crescimento, sendo uma opção interessante para investidores que buscam diversificação com um nível moderado de risco.
Small caps
Logo abaixo das mid caps, encontramos as small caps, que são ações de empresas menores, com valor de mercado baixo.
Embora apresentem maior volatilidade e risco, essas ações oferecem um potencial de valorização considerável, atraindo investidores dispostos a assumir mais risco em troca de possíveis retornos elevados. Essas empresas costumam ter mais espaço para crescer, mas também enfrentam mais desafios no caminho.
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