Apesar de cada investidor ter uma jornada única no que diz respeito ao seu aprendizado sobre o mercado financeiro e às suas escolhas na hora de alocar seu patrimônio em algum ativo, uma evolução de trajetória é comum à maioria: o início na renda fixa e os posteriores primeiros passos na renda variável — essa modalidade que, apesar dos riscos maiores, também traz retornos mais atrativos.

Nessa linha do tempo, as Blue Chips costumam ser protagonistas. Nomeadas dessa forma em referência às fichas mais valiosas nos jogos de poker, estou falando das maiores empresas de capital aberto na Bolsa de Valores. Isso mesmo: aquelas gigantes, cujos nomes todos nós conhecemos — Petrobras, Gerdau, Coca-Cola…

Dado o seu altíssimo valor de mercado e sólida estrutura, não são somente os investidores de perfil moderado que demonstram interesses nesses papéis: o bom desempenho também pode vir muito a calhar até mesmo para os mais experientes e agressivos.

Se você ainda não tinha sequer ouvido falar sobre o termo Blue Chips, é hora de aprender. Neste artigo, eu vou te mostrar:

  • O que são Blue Chips;
  • Qual o seu valor de mercado;
  • Principais exemplos nacionais e internacionais;
  • Como elas se diferenciam das Small Caps;
  • Dicas para escolher os melhores títulos dessa categoria.

Vamos lá?

O que são ações Blue Chips?

As Blue Chips são empresas de grande porte, cujo capital é aberto e disponível para negociação na Bolsa de Valores. Essas companhias têm grande valor de mercado e, por isso, também oferecem alto grau de liquidez e bom nível de estabilidade, especialmente se comparadas a outros tipos de ações.

Normalmente, o capital aberto dessas empresas também é informalmente chamado de “aplicações de primeira linha”. A razão é clara: uma vez que são imensamente buscadas por diferentes perfis de investidores e são bastante líquidas, é comum que elas protagonizem recordes de negociação na Bolsa de Valores.

Em resumo, as Blue Chips são definidas primordialmente por causa destas características:

  • Finanças saudáveis e crescentes: empresas de grande porte também são aquelas cuja posição no seu respectivo mercado é bastante sólida. Seu crescimento, por exemplo, deve ser estável também. Ao atender essas demandas, uma companhia garante a confiança do mercado financeiro e dos investidores, já que esses são fortes sinais da possibilidade de lucro consistente;
  • Boa gestão: sem esse aspecto, é compreensivelmente impossível que uma empresa chegue a se tornar uma Blue Chip. Assim, as que se enquadram nessa categoria contam com a liderança de profissionais qualificados e com o estabelecimento de boas decisões estratégicas em seu histórico. Quando se desfruta de boa gestão, uma empresa também se adapta mais facilmente às movimentações do mercado, novamente trazendo constância para seus acionistas;
  • Relação transparente com os acionistas: Blue Chips também caracterizam-se pelo fornecimento constante e claro de informações relevantes sobre suas atividades e operações. Desempenho, estratégias e caixa são alguns dos tópicos que obrigatoriamente devem constar nessas divulgações. A transparência, inclusive, é um dos vários fatores que são bem-vistos pelo mercado financeiro, no que tange à confiança dos investidores;
  • Distribuição de lucros: além de serem conhecidas pelos bons e constantes lucros, as Blue Chips também caracterizam-se pela justa e atrativa distribuição de dividendos aos seus acionistas. Para garantir, é possível checar seu histórico de pagamentos, a fim de checar se todos os seus compromissos estão sendo cumpridos de forma regular;
  • Liquidez de negociação: o alto grau de liquidez é uma das características mais marcantes das Blue Chips. Ou seja, seus títulos devem ser facilmente encontrados para compra e também facilmente vendidos. Para os investidores, essa também é uma grande vantagem, já que facilita o processo de manter ou se desfazer de posições rapidamente, sem grandes prejuízos. Novamente, esse é um aspecto que serve para reforçar a confiança do mercado e dos investidores na empresa em questão.

O que são ações de primeira linha?

Ações de primeira linha são apenas outra forma de se referir aos títulos emitidos pelas empresas de grande porte, chamadas de Blue Chips. Ou seja, é uma ação com grande volume de negociações diárias e alto grau de liquidez. Em geral, além disso, também são ações de primeira linha aquelas que fazem parte do Índice Bovespa.

Apesar dessa definição bastante específica, vale lembrar que empresas não são oficialmente classificadas como Blue Chips. Essa categorização é meramente especulativa. Em outras palavras, se forma a partir de análises de especialistas sobre o comportamento das ações.  

Qual é o valor de mercado de uma Blue Chip?

Por não ser um meio de categorização oficial de empresas, não existe um valor determinado para classificar uma empresa como Blue Chip. Dessa forma, uma vez que o termo se refere a companhias de grande porte e alto valor de mercado, geralmente esse título é “concedido” àquelas cujo valor é bilionário.

No Brasil, as Blue Chips mais populares geralmente são grandes bancos e empresas de commodities — como Petrobras e Vale. Nos Estados Unidos, por sua vez, temos gigantes conhecidas internacionalmente, como a Amazon, a Apple ou a Google. Esses exemplos, aliás, são bastante representativos, já que servem para nos mostrar que o tamanho de uma Blue Chip não segue um padrão universal e pode variar de país para país.

Para descobrir o valor de mercado de uma empresa, tudo o que o investidor deve fazer é multiplicar o preço de sua ação pelo número de títulos disponíveis para negociação.

Qual é a diferença entre ações Blue Chips e Small Caps?

Enquanto as Blue Chips são empresas com alto valor de mercado e procuradas de forma massiva na Bolsa de Valores, as Small Caps são companhias de menor porte, que ainda estão em fase de expansão

Como as Small Caps são menos demandadas — ao contrário das Blue Chips — seu grau de liquidez é bem menor e pode ser que o investidor não encontre tantos relatórios de análise sobre seus desempenhos, como encontraria se estivesse em busca de informações sobre a Petrobras, por exemplo. 

Arezzo, Movida, Petz e Hering são algumas das Small Caps mais populares no Brasil. Embora naturalmente não apresentem o desempenho constante e o crescimento sólido típico das Blue Chips, estas empresas menores podem ser bastante úteis para os investidores com objetivos de longo prazo.

Afinal, ao contrário de uma gigante que já tem o seu espaço muito bem consolidado entre o seu público, as Small Caps ainda têm muito território para conquistar e expandir suas atividades. Dessa forma, o retorno possível ao investir em uma ação desse tipo pode ser bem alto e repentino

Como é de praxe na renda variável, os investimentos com maiores chances de retorno são também os que representam maiores riscos. Nesse caso, temos as Small Caps como emissoras de títulos mais sensíveis às oscilações do mercado, especialmente no curto prazo. Por isso, enquanto o papel é mantido no portfólio do investidor, é possível que seus preços sofram drásticas variações constantemente.

As Blue Chips também estão sujeitas aos caprichos do mercado, é claro — especialmente porque também são, obviamente, papéis de renda variável. Contudo, como se tratam de empresas sólidas, não somente performam de forma mais linear e com menos “surpresas” para o investidor, como também contam com um número bem maior de pesquisas e projeções públicas para que seus acionistas possam observar de perto seu desempenho.

Para você visualizar melhor a diferença entre Small Caps e Blue Chips, dá uma olhada nessa tabela comparativa:

Small CapsBlue Chips
Possibilidade de excelentes rendimentos, embora repentinosExcelentes rendimentos e pagamento de dividendos
Empresas de baixo valor de mercadoEmpresas de alto valor de mercado
Bom horizonte de valorizaçãoStatus consolidado e crescimento constante
Bastante volátil e sensível às oscilações do mercadoOscilações menos intensas e menor volatilidade
Baixo grau de liquidezAlto grau de liquidez
Desempenho corporativo ainda em desenvolvimentoBoa governança corporativa
Alto risco financeiro em comparação com outras açõesRisco financeiro mais moderado, limitando-se ao nível típico da renda variável

Quais são as principais Blue Chips e como identificá-las?

Antes de tudo, é preciso reforçar que o termo Blue Chip não é uma categoria oficial. Ou seja, nenhuma instituição financeira é responsável por criar ou vistoriar essa lista. Essa classificação, na verdade, tem caráter meramente especulativo, servindo apenas para identificarmos quais são as empresas mais valiosas da B3 em  determinado momento.

O primeiro passo para reconhecer uma Blue Chip é quase que intuitivo. Ou seja, essa empresa deverá ser de grande porte e suas finanças devem ser extremamente estáveis. Essas características, aliás, são bem comuns entre nomes líderes em sua área de atuação. 

Ao atender a estes “requisitos”, é possível dizer que as ações dessa companhia são mais seguras em comparação às demais, uma vez que — entre outros fatores — as chances de falência ou de perda massiva de valor de mercado são bem menores.

Outra forma de identificar uma Blue Chip é por meio do seu valor de mercado. Para encontrá-lo, lembre-se do cálculo:

Valor de mercado = preço da ação x quantidade de ações da empresa 

Em geral, empresas listadas como Blue Chips costumam ser bilionárias. Assim, o resultado desta fórmula é uma boa maneira de identificar uma companhia como tal.

Vale lembrar, ainda, que organizações de capital aberto devem obrigatoriamente publicar periodicamente relatórios a respeito de suas atividades e sua participação na Bolsa. Esse tipo de informação, então, também pode ser uma boa fonte de análise para o investidor que deseja ter títulos de uma das gigantes do mercado em seu portfólio.

Aqui, listo para você algumas das Blue Chips mais populares no Brasil, divididas por setor de atuação.

Petróleo, elétrica, mineração e siderurgia

Não é nenhuma novidade que estes setores costumam estar no topo quando se trata de ações e empresas mais valiosas do mercado financeiro, especialmente porque estamos falando de indústrias bem importantes para a economia global, protagonistas em inúmeras negociações estratégicas.

O fornecimento de matéria-prima é um fator-chave para muitos outros mercados — construção, automotivo, tecnologia e por aí vai. A demanda por petróleo, electricidade e minerais, por exemplo, será sempre uma constante. Por consequência, essas empresas seguem firmes e fortes no quesito valorização.

Para os investidores, então, alguns dos nomes que normalmente são sinônimos de retorno estável e atrativo são:

  • Petrobras (PETR4);
  • Cemig (CMIG4);
  • Vale (VALE3);
  • Eletrobrás (ELET3);
  • Gerdau (GGBR4);
  • CSN (CSNA3);
  • Usiminas (USIM5).

Bancos e instituições financeiras

É inegável que bancos e outras instituições do setor sejam obviamente gigantes do mercado financeiro. Afinal de contas, todos nós utilizamos seus serviços — cada vez mais, inclusive, se considerarmos que estamos na era do digital banking. Também não é nem sequer necessário ser um especialista em finanças para ter alguma noção da quantidade exorbitante de dinheiro movimentada em suas operações.

Dadas todas essas características, temos, então, instituições sólidas, estáveis e de gigantesco valor de mercado. Em outras palavras, instituições cujas ações se enquadram na categoria das Blue Chips. Dá uma olhada em alguns exemplos:

  • Bradesco (BBDC4);
  • Itaú Unibanco (ITUB4);
  • Banco do Brasil (BBAS3);
  • Santander (SANB11);
  • B3 (B3SA3).

Indústria de alimentos

Uma vez que a alimentação é uma necessidade básica da população, também é natural que empresas desta indústria tenham demanda constante sobre seus produtos. Dentro desse conceito, aliás, podemos ter carnes, processados, laticínios, grãos e até bebidas.

Historicamente, essas empresas têm se mantido estáveis — afinal, necessidades básicas costumam ter grande saída independente do momento econômico. Embora alguns títulos de setores específicos desta indústria possam oscilar com mais frequência do que outros, ainda é possível citar algumas de suas companhias como inegáveis Blue Chips:

  • Ambev (ABEV3);
  • BRF S.A. (BRFS3);
  • JBS (JBSS3).

Lojas

Primeiramente, temos o fato de que o comércio varejista tem a vantagem de vender diretamente para o consumidor final, o que aumenta a demanda por seus produtos. Além disso, são estabelecimentos que, normalmente, têm boas chances de expansão em seus setores de atuação, principalmente com o auxílio da tecnologia (as compras online com certeza aumentaram muito as receitas de várias lojas).

Por mais que, nesta indústria, a concorrência e as tendências de consumo possam fazer esse tipo de ação variar de formas mais específicas, temos grandes exemplos de Blue Chips para analisar:

  • Lojas Renner (LREN3);
  • Magazine Luiza (MGLU3);
  • Via Varejo S.A. (VVAR3).

Transporte

Empresas de transporte não somente lucram com pessoas físicas, mas também existem para movimentar serviços e mercadorias em escala global. Assim, conectando cidades, estados e países geograficamente distantes, a indústria serve como uma excelente facilitadora do comércio e do turismo, e também da integração econômica.

Nesse sentido, companhias do ramo costumam ter boas perspectivas de crescimento e de busca por demanda, tornando-as, então, em Blue Chips, como essas aqui:

  • Rumo S.A. (RAIL3);
  • Azul (AZUL4).

É impossível falar de Blue Chips sem mencionar as gigantes do mercado internacional. Eu tenho certeza que você conhece alguns desses nomes:

  • Coca-Cola;
  • Procter & Gamble;
  • Exxon Mobil;
  • PepsiCo;
  • McCormick & Company;
  • Unilever;
  • Johnson & Johnson.

Nessa lista, temos multinacionais gigantescas, presentes em vários países e responsáveis pela produção e distribuição de produtos e serviços diversos. Com valores de mercado bilionários (inclusive em dólares), não é difícil compreender porque são consideradas como Blue Chips, afinal, quantos produtos destas marcas você usa, consome ou simplesmente encontra nas lojas no seu dia a dia? Tenho certeza de que são inúmeros!

Para o investidor que almeja alocar seu patrimônio fora do país, inclusive, vale muito a pena ficar de olho nessas marcas e em suas ações.

Qual é a importância das Blue Chips para o mercado financeiro?

Mais do que serem títulos promissores para os investidores, as Blue Chips são importantes para o mercado financeiro principalmente por serem capazes de influenciar o desfecho de muitas negociações. Isso acontece devido ao Índice Bovespa (principal índice da B3). Por ser composto por várias ações tidas como Blue Chips, se o preço de uma cair, por exemplo, o Índice provavelmente cairá também.

Por conta dessa relação, é comum que, quando o Índice Bovespa sofre alguma oscilação, a origem do movimento está na oscilação de alguma grande empresa brasileira — a Petrobras, por exemplo. Blue Chips, então, têm o poder de influenciar o Índice.

Além desse papel, estas ações valiosas também afetam o mercado financeiro dessas maneiras:

  • Movimentação de mercado: uma vez que têm alto grau de liquidez e pagam bons dividendos, as Blue Chips são imensamente buscadas pelos investidores, até mesmo pelos mais iniciantes. Consequentemente, esta grande demanda faz com que o mercado financeiro permaneça sempre em movimento e ganhando constantemente a confiança do público;
  • Ferramentas de análise da Bolsa: também por conta de sua alta liquidez, as Blue Chips acabam servindo como uma espécie de “termômetro da Bolsa”. Dessa forma, quem tem interesse em aplicar em títulos de renda variável, definitivamente vale a pena manter os olhos voltados para essas gigantes.

Quais são as vantagens e riscos de investir em Blue Chips?

Assim como qualquer outro título de renda variável, as ações das Blue Chips podem apresentar, ao mesmo tempo, vantagens e riscos — assim, cabe ao investidor analisar seus objetivos e perfil para tomar a melhor decisão no que diz respeito à relação entre risco e retorno.

  Para começar, vejamos algumas vantagens de investir em Blue Chips:

  • Segurança: empresas consolidadas no mercado geralmente têm excelente governança corporativa e concentram suas atividades em setores mais clássicos e tradicionais, digamos assim. Por não serem produtos ou serviços tão inovadores assim, estão menos sujeitos a possíveis oscilações. Além disso, no que diz respeito exclusivamente ao desempenho financeiro dessas companhias, temos graus de endividamento bem mais baixo e balanço bastante sólido, o que funciona como um mecanismo de proteção contra crises;
  • Baixa volatilidade: as ações das Blue Chips são listadas e precificadas todos os dias na Bolsa de Valores. Além disso, por serem empresas consolidadas, seu desempenho quase nunca é motivo de surpresa para o mercado ou para seus investidores. Assim, seus títulos dificilmente sofrem altas ou quedas muito expressivas ou bruscas. Lembre-se, porém, que estamos falando de renda variável, e naturalmente algum acontecimento de maior escala pode afetar, sim, as Blue Chips, por mais que eles sejam inegavelmente menos frequentes;
  • Boa previsibilidade de resultados: ao contrário das suas antagonistas (as Small Caps), as Blue Chips são amplamente acompanhadas pelo mercado e não são poucos os relatórios de casas de research, por exemplo, que rastreiam suas movimentações. Por esse motivo, aquele investidor mais contido que não quer ter a sua aplicação oscilando muito pode encontrar nessas empresas opções mais previsíveis de ações.

Agora, permita-me listar alguns riscos inerentes às ações de Blue Chips:

  • Rentabilidade menor: como as Blue Chips são empresas que já cresceram e conquistaram seu espaço, dificilmente suas ações terão uma alta muito expressiva. A lógica é a de sempre — risco menor, retorno menor também. Um investidor mais interessado em rendimentos maiores pode encontrar em Small Caps opções mais atrativas, por exemplo, onde o risco será maior, mas o potencial de rentabilidade também;
  • Dependência econômica: por serem tão maduras e estarem tão estreitamente conectadas ao mercado financeiro (influenciando até no seu índice), as atividades econômicas de um país podem prejudicar os seus rendimentos. Para você entender a relação, pense em um cenário de crise generalizada. Em uma situação assim, é difícil que uma Blue Chip tenha um momento de alta expressiva. Empresas menores, no entanto, podem se destacar até mesmo nesses casos, dependendo de suas atividades específicas e do setor onde atuam.

Dicas para escolher a melhor ação Blue Chips na Bovespa

Um hábito pode te ajudar a escolher as melhores ações Blue Chips para investir: acompanhar as notícias relacionadas a essas empresas, seus relatórios de desempenho e até mesmo fóruns de discussões.

Como eu já mencionei, empresas de grande porte geralmente contam com a grande vantagem de serem fáceis de monitorar, uma vez que estão sempre em alta e sempre no radar das casas de research e demais investidores. 

Por essa razão, decidir a melhor opção de ativo para adquirir não somente depende do perfil do investidor em questão, como também do momento dessa companhia.

Ao longo do tempo, é recomendável que a empresa permaneça sob análise, é claro. Isto é, com o passar dos meses e com as possíveis flutuações que podem ocorrer, a ação pode até mesmo deixar de fazer sentido na estratégia de uma carteira de investimentos.

Como investir em Blue Chips com segurança?

No fim, as ações de Blue Chips podem até ser mais seguras que as demais, porém ainda são papéis de renda variável. Ou seja, apresentam riscos maiores do que os títulos de renda fixa e não são recomendadas para perfis conservadores.

No entanto, para o investidor que deseja finalmente alcançar lucros maiores, algumas dicas de segurança são essenciais para que este não saia no prejuízo.

Diversifique os investimentos

A recomendação é tão frequente que já virou clichê: não deixe todos ovos em um cesto só. Ou seja, um investidor não deve concentrar todas as suas aplicações de renda variável em apenas uma Blue Chips, ou sequer manter 100% dos recursos de sua carteira em renda variável.

Investir em diferentes setores da Bolsa de Valores (exportação, varejo, commodities) e manter uma porcentagem do portfólio em renda fixa são estratégias clássicas e bastante eficazes não somente para evitar um prejuízo expressivo, como também para potencializar o lucro total da carteira

Dessa forma, se alguma movimentação do mercado impactar um de seus títulos, os demais cumprirão o papel de manter o patrimônio seguro.

Estude os papéis com atenção

Antes de escolher uma Blue Chip, dedique um tempo para analisar as possíveis alternativas. Considere, também — como sempre — o perfil do investidor. Afinal, se estivermos falando de alguém cujos objetivos são de longo prazo, a melhor opção seria optar por uma Blue Chip cujas fundações estão bem sólidas, ou cujo setor de atuação conte com perspectivas otimistas para o futuro.

Por mais que empresas de grande porte em geral sejam mais seguras que as menores, é inegável que cada indústria terá seus próprios pormenores a serem analisados. Por isso, para investimentos seguros, esse tempo de análise é crucial.

Opte pelos fundos

Fundos de investimento são modalidades coletivas de aplicação, onde um gestor profissional reúne os aportes de todos os cotistas e os distribui entre ativos distintos, a depender da estratégia estabelecida em contrato. Em fundos de ações (compostos de, no mínimo, 80% de títulos em ações e 20% geralmente em renda fixa), é comum que as Blue Chips sejam as principais escolhas na hora de compor a carteira de ativos.

Para descobrir a melhor opção de fundo, o mais importante é ler com atenção os detalhes de sua estrutura e todos os tópicos elencados em contrato. Nesse documento é possível saber exatamente quais empresas são escolhidas e qual estratégia é adotada.

Invista em ETFs

ETF é a sigla em inglês para exchange traded fund. Nessa modalidade, temos fundos que reproduzem a carteira de algum índice. Suas cotas são negociadas na Bolsa de Valores, como se fossem ações.

Muitos ETFs são baseados no Índice Bovespa. Dessa forma, replicam sua composição, o que geralmente significa que o investidor poderá alocar seus recursos em uma porção de Blue Chips, tudo em uma única operação, em vez de aplicar em cada ação separadamente.

Vale a pena investir em Blue Chips?

Absolutamente! Por mais que a decisão final dependa de uma série de fatores específicos de cada investidor, as Blue Chips são empresas cujas ações na Bolsa são mais seguras e estáveis que as demais. Dessa forma, servem tanto aos propósitos dos mais iniciantes, quanto daqueles cujo perfil é mais agressivo, mas que assim mesmo mantém no portfólio alguns títulos mais tradicionais e seguros para servir de base para suas estratégias.

Antes de tomar qualquer decisão, porém, é extremamente importante que o investidor esteja ciente que as Blue Chips são papéis de renda variável, e não são recomendadas para perfis conservadores. Também é importante que cada escolha de aporte seja bem embasada, para ter certeza de que a empresa em questão é a opção mais pertinente para o momento.

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Comentários

José Salvino Filho - 17/10/2023

Aprendi muita coisa através da BLUE Chips. Excelente artigo. Gostaria de aprender a montar uma carteira de investimento sozinho.