Já ouviu falar sobre o Capital Asset Pricing Model (CAPM)? Ou, em bom português, Modelo de Precificação de Ativos Financeiros. Dentre todo o conteúdo que você aprende por aqui, este é, definitivamente, um dos que você verá com uma frequência massiva ao longo da sua carreira.

Pense comigo: que aspecto deixa qualquer investidor com o pé atrás antes de aplicar seu patrimônio em um ativo? Isso mesmo, o risco financeiro. Para driblar esse obstáculo, ou melhor, para minimizar seus impactos, nós precisamos aprender a medir sua dimensão – e é para isso que o CAPM existe.

Vamos aprender mais sobre?

O que é CAPM?

O Modelo de Precificação de Ativos Financeiros é um método de análise entre o risco e o retorno de determinado ativo.

Através de um cálculo específico – que você vai aprender daqui a pouco – é possível encontrar o equilíbrio entre o risco e a rentabilidade do investimento. Por consequência, a sua precificação se torna mais precisa e efetiva. O CAPM é capaz de mensurar, inclusive, até os riscos menos previsíveis, como eu vou explicar mais adiante.

A título de curiosidade, essa metodologia não é somente útil no âmbito de um investimento, mas também na identificação do valor de um projeto, por exemplo.

Qual o objetivo do CAPM?

O principal objetivo do CAPM é a precificação de um ativo, por meio da comparação de seus riscos e retornos

Esse meio de encontrar o “verdadeiro” valor de um título, digamos assim, é bastante utilizado para decisões mais ousadas, nas quais um desequilíbrio entre esses dois fatores que fazem parte do cálculo podem causar prejuízos maiores. 

Qual a diferença entre WACC e CAPM?

Enquanto o CAPM é um modelo utilizado para precificar um ativo e estimar seus retornos, o WACC (Custo Médio Ponderado do Capital) é uma taxa de desconto desenvolvida para descobrir o preço de uma empresa na Bolsa de Valores.

Na metodologia proposta pelo WACC, consideramos todos os custos que financiaram o capital de determinada empresa – até o seu próprio, como as ações. 

Como resultado, você encontrará uma porcentagem indicando o retorno mínimo necessário para que esta empresa cumpra com suas obrigações e converta seu capital em ativos. Na prática, quanto maior a porcentagem, menos atrativa essa empresa deve ser para os investidores.

Quais são os pressupostos do CAPM?

Para investigar a relação entre o risco e o retorno de um ativo, o CAPM faz uso de suposições sobre os investidores e seu comportamento, bem como de fundamentos do mercado e de distribuições de risco e retorno.

Assim, temos quatro pressupostos principais. Estes consideram que:

  1. liquidez para compra e venda dos ativos;
  2. Não há taxa de transação;
  3. As informações sobre o ativo estão disponíveis de forma igualitária entre todos os participantes do mercado;
  4. O risco é eliminado a partir da diversificação de uma carteira de investimentos.

Consegue identificar as inconsistências desses pressupostos? O 3º, por exemplo, não considera que talvez nem todos os investidores terão acesso às mesmas informações que os demais. Já o 4º item fala sobre eliminação de risco: uma carteira diversificada tem, de fato, o poder de minimizar riscos, contudo, nesse mercado, eliminar um risco de forma completa não é uma realidade.

Esta última observação, inclusive, tem a ver com isso aqui:

Teoria do Portfólio

Essa teoria é bastante simples, já que se baseia no princípio de que a diversificação de uma carteira a torna mais segura. Como eu disse, afirmar que o risco é completamente eliminado não é exatamente certo. Porém, a técnica minimiza muito as chances de o investidor sofrer algum grande prejuízo.

A Teoria do Portfólio prevê que:

  • Modelos de otimização da carteira sejam auxiliares;
  • Estes modelos devam mensurar as dimensões de risco e retorno dos ativos;
  • As decisões sobre a carteira sejam tomadas a partir desta análise.

CAPM e índice Beta

Dentre todas as informações nas quais o CAPM se baseia para definir a relação entre o risco e o retorno de um ativo, encontra-se o índice Beta. Você o conhece? Em resumo, ele serve para calcular a sensibilidade de um ativo específico dentro de uma carteira.

Em outras palavras, estima as dimensões de uma possível variação – como acontece com as ações da Bolsa de Valores, por exemplo.

Como o CAPM existe primordialmente para que um investidor saiba com quais riscos está realmente lidando, é fundamental que o Beta seja parte do cálculo e da investigação. Afinal, o índice é, ao mesmo tempo, uma medida do risco e um investimento em potencial – e ambos são fatores que alteram a performance de uma carteira.

O Beta, inclusive, está atrelado à investigação do CAPM sobre os riscos não-diversificáveis. Como assim? Você vai entender agora:

Quais os riscos do CAPM?

Para se chegar a um resultado, o CAPM considera que uma operação financeira apresenta dois tipos principais de riscos. São eles:

Risco diversificável

O risco diversificável é aquele que um investidor pode detectar e minimizar, desde que utilize expertise, estratégias e indicadores para tal. A Teoria do Portfólio, inclusive, entra nesse conceito como um método de prevenção dos riscos diversificáveis.

Risco não diversificável

Esse risco diz respeito aos imprevistos incontroláveis que podem afetar um ativo. Fenômenos da natureza, mudanças no cenário político e oscilações em geral do mercado – como acontece tantas vezes com a taxa de juros, por exemplo – são exemplos dessa categoria. 

O risco não diversificável também é conhecido como risco sistêmico ou sistemático.

Aqui, eu quero retomar o que eu mencionei lá no começo sobre a capacidade do CAPM de lidar até mesmo com riscos não diversificáveis. Ou seja, a partir de sua fórmula, é possível tentar avaliar até mesmo aqueles riscos que não são mitigados com a aplicação da Teoria do Portfólio.

Como fazer CAPM?

O cálculo do CAPM tem a finalidade de mostrar ao investidor que a rentabilidade esperada deve ser, é claro, maior do que os riscos aos quais ele estará exposto ao investir.

Sem mais delongas, vamos dar uma olhada na fórmula do CAPM.

CAPM fórmula

A fórmula do CAPM é a seguinte:

ERi = Rf + βi (ERm – Rf)

Os componentes em questão são:

  • ERi: Retorno Esperado do Investimento (sua sigla significa, em inglês, Expected Return of Investiment);
  • Rf: Taxa Livre de Risco (Risk-free rate) – ou seja, o valor que a aplicação teria ao longo do tempo sem nenhum risco envolvido. Está geralmente ligado à Selic e basicamente serve para observarmos qual seria o retorno mínimo esperado;
  • βi: Coeficiente Beta – recapitulando: o valor que se refere ao risco não-diversificável da operação;
  • ERm: Retorno Esperado do Mercado (Expected Return of Market);
  • (ERm – Rf): Prêmio de Risco de Mercado – enquanto o resto da equação aponta para o valor do dinheiro ao longo do tempo, livre de imprevistos, aqui temos a parte que expressa o risco da aplicação.

Exemplo do cálculo de CAPM

Tudo fica mais fácil de entender com um exemplo, certo? Por isso, neste aqui, vamos considerar que 3,5%, o beta em 1,5 e a taxa de remuneração do mercado seja de 15%. Na fórmula, esses valores ficam assim:

ERi = 0,035 + 1,5 x (0,15 – 0,035)

ERi = 0,035 + 1,5 x 0,105

ERi = 0,035 + 0,1575

ERi = 0,207

Ao transformarmos esse resultado em uma porcentagem, o investidor terá um retorno de 20%, considerando os aspectos estabelecidos.

Esse conteúdo foi útil para a sua carreira?

Então, eu tenho certeza que você vai curtir estender a sua jornada de aprendizado e dar uma olhada no canal da TopInvest no YouTube. Assim como você aprendeu sobre CAPM nesse artigo, por lá também há muito conteúdo gratuito e que vai fazer a diferença na sua vida profissional!

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Comentários

Tânia Cardoso - 22/09/2023

Excelente explicação.