Por mais amplo que seja o setor financeiro, é fato que o mercado bancário ainda está nos planos de carreira de muitos profissionais por aí. A preferência é bem compreensível: temos, aqui, um mercado no qual a remuneração pode ser muito boa, os planos de carreira são muitos e a experiência adquirida é extremamente ampla e valiosa.

Para muita gente, porém, os detalhes e a forma como fazer parte deste mercado ainda são como mistérios a serem decifrados. Se identifica? Então, continua comigo neste artigo pois eu te trouxe algumas tendências e detalhes sobre a dinâmica destas instituições.

O que é o mercado bancário?

Parece uma pergunta óbvia, não é? Contudo, o mercado bancário é mais complexo do que tudo aquilo que todas as pessoas sabem de alguma forma.

Primeiramente, temos o fato de que este nicho é o responsável por basicamente toda a oferta de crédito no Brasil. Ademais, desempenha um papel determinante na estipulação da taxa de juros que chega até a população.

Para você ter noção da complexidade desse mercado, uma das consequências de sua competitividade é a semelhança entre a taxa Selic e a taxa praticada com o consumidor.

Por outro lado, temos ainda o Banco Central, que é, entre outros deveres, responsável por fiscalizar e definir boas práticas não somente aos bancos comerciais – que prestam atendimento às pessoas – como também às demais instituições financeiras. Tudo isso, aliás, para manter todo o Sistema Financeiro Nacional em pleno funcionamento.

Quais as tendências e cenários para o setor bancário?

Deu pra entender que o mercado bancário é uma estrutura que vai muito além da relação que nós, enquanto clientes, temos com essas instituições, não é? É por isso, então, que quando eu abordo as tendências do nicho, eu me refiro a padrões capazes de impactar todo o setor financeiro – inclusive a sua carreira.

Estar atualizado sobre estas evoluções é, sem dúvida, primordial para você como profissional. Afinal de contas, como parte deste meio, precisamos nos adaptar às mudanças e aprender a extrair o melhor delas em nossa atuação. 

Sem mais delongas, agora eu vou listar algumas das tendências para o futuro que definitivamente vão moldar a forma como  você trabalha.

1. Investimentos em melhoria de relacionamento

O comportamento dos clientes tem sido uma pauta importante não somente para os bancos, mas para qualquer empresa e instituição. A razão para isso está na acessibilidade das informações que temos hoje.

Em outras palavras, temos consumidores melhores informados e, por consequência, mais exigentes. Assim, precisamos lidar com um público que pesquisa, aprende e exige que o banco lhe ofereça um retorno à altura.

Há alguns anos, se ouvia muito a conversa de que, no futuro, os gerentes assumiriam um papel mais próximo aos seus clientes, atuando de forma bastante parecida com um consultor.

Em resumo, esse futuro chegou. Hoje, com toda a tecnologia fornecida pelo Big Data, que nos permite conhecer cada cliente de forma mais profunda, é mais esperado do que nunca que, como profissionais, nós atendamos as necessidades e expectativas do público com agilidade, transparência e atenção.

2. Aprimoramento dos canais de atendimento

Que a digitalização dos bancos revolucionou a forma como os clientes devem ser atendidos já não é mais uma novidade. Além de o mercado seguir se aprimorando nesse quesito, temos ainda um atendimento que convida o público a ir além dos serviços tradicionais: convida a investir. 

E é aqui que mora o desafio dos canais de atendimento. Agora, é necessário ampliar essa frente de forma que cada cliente entenda a totalidade de um banco com a mesma facilidade que sempre teve para entender, por exemplo, como consultar seu saldo em um aplicativo.

3. Mudanças na intermediação financeira

Adquirir algum item online e pagá-lo com cartão de crédito ou de débito tem sido cada vez mais fácil – a maioria dos sites, por exemplo, se adaptou com rapidez ao PIX. 

Essa facilidade é uma mão na roda para os bancos. A tecnologia, por si só, não representa um gasto grande, já que o procedimento normalmente fica nas mãos de startups. Logo, sobra, para os bancos, o benefício de ter a sua interface amplamente conectada com a interface de terceiros.

4. Maior competitividade do mercado financeiro

Temos aqui uma tendência que representa um desafio para os bancos, e não uma facilidade, como no tópico anterior. Desde sempre, os bancos operam no Brasil no que basicamente pode ser considerado um regime de oligopólio – apenas alguns nomes detêm a maioria dos ativos do setor. 

Nessa posição, essas instituições ofereciam quase que com exclusividade uma gama enorme de serviços. Agora, porém, temos a investida de inúmeras empresas de menor porte, que oferecem um catálogo menor e um atendimento mais personalizado e intimista e que estão conquistando todos aqueles que sempre se opuseram à burocracia bancária.

Assim, despontam no horizonte, cada vez mais, negócios específicos que possibilitam a troca de moedas, empréstimos entre usuários e outros nichos específicos de ampla adesão. Por consequência, resta aos bancos estudar novas maneiras de ofertar seus próprios serviços, a fim de se manterem à altura desse tipo de facilidade para o público.

5. Inclusão bancária como fundamental

A abrangência de serviços e inclusão de classes mais baixas nos serviços de um banco já foi um diferencial. Hoje, felizmente, é uma exigência. 

Assim, tornar os serviços mais acessíveis para todos se torna fundamental para as instituições que não desejam perder uma parte considerável e importante de seu público para a concorrência.

Nesse quesito, temos não somente o valor das taxas praticadas em jogo, mas também a forma como o atendimento acontece, a gama de serviços remotos, a abrangência geográfica, entre outros.

6. Pagamentos instantâneos

O PIX, como já sabemos, foi grandemente aceito no Brasil. Essa forma de pagamento instantânea, inclusive, vem para suprir algumas necessidades antigas dos bancos, e que refletem até mesmo no quesito de inclusão.

Hoje, essa tecnologia facilita a movimentação de dinheiro fora dos horários e dias comerciais, elimina a necessidade constante de saques e torna o processo de compras muito mais fácil em geral.

Outro ponto positivo para os bancos – e esse tem a ver com o aprimoramento de seus serviços no futuro – é que, nessas transações, mais do que apenas permitir a movimentação, as instituições ainda acumulam dados importantes sobre o comportamento dos clientes. Com esse tipo de informação em mãos, é possível trabalhar em prol da oferta de serviços, produtos e atendimento cada vez mais completos e assertivos.

7. Open banking

Resumidamente, o open banking funciona assim: se o cliente autorizar, diferentes instituições bancárias poderão partilhar entre si suas informações cadastrais e de comportamento. Dessa forma, o público tem mais autonomia para escolher diferentes bancos para diferentes serviços, além de ser apresentado a produtos personalizados.

Os bancos, por outro lado, usufruem de novas vantagens competitivas. Com acesso aos dados, as instituições podem prover atendimento, serviços e produtos bancários personalizados e mais assertivos. 

8. Adaptação a empresas virtuais

Mais uma vez, temos um desdobramento da era da digitalização. É considerada uma empresa virtual toda instituição que tem seus funcionários espalhados por diversas partes do Brasil. 

Diante desse marco da inovação no setor, os bancos que ainda operam nos moldes tradicionais precisam estudar essa tendência e descobrir uma forma de não se tornar ultrapassado. Afinal, em um cenário assim, onde a tecnologia opera mudanças de grande impacto em tamanha velocidade, até mesmo instituições que já tenham aderido à oferta digital de serviços precisam ficar de olho nos novos formatos de trabalho do setor.

9. Alta personalização

Essa é uma tendência que afeta principalmente os bancos de investimento, nos quais a necessidade de personalização é bem significativa. 

Como já vimos nesse artigo, os bancos têm se mostrado cada vez mais humanizados e inovadores. Assim, quem não conseguir fazer bom uso das informações dos clientes com a finalidade de oferecer um serviço diferenciado, vai ser rapidamente preterido.

10. Blockchain

O blockchain se tornou um mecanismo de segurança bem conhecido por causa das criptomoedas. Entretanto, essa tecnologia pode ser aplicada em diversos processos, inclusive no tratamento de dados em uma instituição financeira.

A partir do momento que os bancos começarem a amplamente adotar essa estratégia, perceberão que ela é capaz de reduzir significativamente os custos desse esquema de segurança no compartilhamento de informações. 

O que fazer para ingressar no mercado bancário?

Notou como as tendências para o mercado bancário giram principalmente em torno da digitalização e da inovação? É por isso que, neste setor, espera-se que você, profissional, seja do tipo resiliente, aberto às mudanças e atualizado sobre as transformações que já estão acontecendo – além das que vão acontecer futuramente.

Essas, inclusive, são soft skills que também podem ser consideradas tendências para o futuro. Ao mesmo tempo, não podemos esquecer de alguns requisitos clássicos e que devem ser somados à compreensão de tudo isso que você leu até agora. Isso mesmo: estou falando das certificações financeiras.

Além de uma graduação e das soft skills que eu comentei, estas certificações são aquisições que não podem ser ignoradas. Mesmo que algumas delas não sejam oficialmente obrigatórias, é fato que os bancos as listam como um requisito para a maioria de suas funções. Dessa forma, até mesmo as certificações mais básicas – a CPA-10, por exemplo – podem ser decisivas em um processo seletivo. 

Essas certificações, inclusive, são voltadas para nichos diferentes e podem desenhar diferentes atuações para o seu futuro. Por isso, eu listei as principais para te orientar.

Certificações da Anbima

Se você já está de olho no mercado bancário, deve saber que a Anbima é frequentemente listada como uma das principais entidades certificadoras do nosso país. Em seu portfólio, ela oferece três dos selos mais populares do mercado financeiro:

Enquanto as duas primeiras te capacitam a trabalhar com produtos financeiros e atendimento de clientes, a terceira te categoriza como especialista em investimentos.

Como eu já mencionei, a exigência da CPA-10 é uma prática comum na maioria dos bancos. Logo, o meu conselho é que você invista nestes selos o mais cedo possível. Há muitas pessoas que começam a estudar e tentar as certificações, por exemplo, quando ainda estão na faculdade, ou durante um estágio. 

Certificações da Abecip

Aqui, temos certificações específicas para quem vai atuar com crédito imobiliário. Estes selos, inclusive, são uma exigência do Banco Central. Logo, se este ramo está no seu plano de carreira, saiba que você pode precisar de:

A principal diferença entre elas é que cada uma apresenta um nível mais avançado do que a outra. Portanto, se a Abecip for a sua escolha, eu não recomendo que você tenha apenas a CA-300, por exemplo, mas que siga adiante para completar as três.

Certificação da Aneps

Há diferentes formas de se atuar em um banco e uma delas é por meio da correspondência bancária. Funciona assim: você, como Pessoa Jurídica, estabelece uma parceria com alguma instituição para oferecer seus serviços. Esse tipo de atuação é bem conhecido, aliás: lojas de materiais de construção que oferecem empréstimos, por exemplo, ou mercados que aceitam o pagamento de boletos apenas o fazem porque são, também, correspondentes bancários.

Para trabalhar dessa forma, entretanto, os bancos exigem que o correspondente seja certificado com a Aneps, ou este selo sobre o qual vou falar agora:

Certificações da Febraban

A certificação da Febraban funciona da mesma forma que a da Abecip: existe para qualificar correspondentes bancários. Aqui, temos um selo que desdobra-se em:

  • FBB-100: versão completa da certificação;
  • FBB-110: foco em crédito consignado;
  • FBB-120: foco no crédito direto ao consumidor;
  • FBB-130: foco no financiamento de veículos;
  • FBB-310: foco em suitability;
  • FBB-200: foco na ouvidoria.

Como a TopInvest pode te ajudar a entrar no mercado bancário?

Primeiramente, os cursos preparatórios para certificações financeiras da TopInvest te ajudam a conseguir qualquer um destes selos que eu mencionei até aqui. Com inúmeras horas de aula, suporte de nossos professores e questões comentadas, ainda te ajudamos a passar de primeira por meio do nosso método especial de estudos.

Além destes, também temos opções de desenvolvimento profissional, nos quais você pode aprender inglês para negócios, Excel, Economia, técnicas de venda e muito mais.

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