Todo dia, sem falta, o noticiário econômico anuncia que o real subiu ou caiu. Mas o que isso importa? Muita gente não sabe, mas essa gangorra de valores entre a moeda nacional e as moedas estrangeiras — principalmente o dólar — não é uma notícia que interessa apenas a quem investe no exterior ou está com uma viagem internacional marcada.
Mesmo quem nunca colocou os pés fora do Brasil ou nunca fez uma compra internacional é, de alguma forma, afetado pelo câmbio. Do cafezinho na padaria ao preço na bomba de gasolina, tudo sofre influência da valorização ou desvalorização do real.
É por isso que a política cambial é tão importante. E embora possa parecer um tema distante, ela é — ou pelo menos deveria ser — de interesse comum. Caso você nunca tenha parado para pensar nisso, este artigo vai te mostrar, de forma clara e descomplicada, como a política cambial funciona, para que serve e de que maneira pode ser percebida no seu dia a dia.
Entre outras coisas, hoje você aprenderá:
- O que é política cambial?
- Para que serve a política cambial?
- Qual o principal objetivo da política cambial?
- Como funciona a política cambial?
- Quais são os principais instrumentos de política cambial?
- Quais os tipos de política cambial?
- Quais os três principais regimes de política cambial?
- Qual é o regime de câmbio brasileiro?
- Quais os impactos da política cambial na vida dos brasileiros?
- Como a política cambial afeta a economia?
- Quais as diferenças entre as políticas monetária, fiscal e cambial?
- Qual a diferença entre política cambial e comercial?
Vamos nessa?
O que é política cambial?
A política cambial é o conjunto de medidas adotadas pelas autoridades monetárias para controlar o volume de entrada e saída de moedas estrangeiras no país. O seu objetivo é ajustar a taxa de câmbio às condições da economia nacional, evitando grandes oscilações na cotação da moeda.
Mas por que é preciso ter esse cuidado?
Porque alterações repentinas no valor da moeda local impactam diretamente as importações e exportações, afetando — como num efeito dominó — empresas, consumidores e o próprio governo. Além da balança comercial, variações bruscas no câmbio também podem influenciar a dívida externa de um país e as dívidas de empresas com compromissos em dólar ou em outra moeda estrangeira.
Portanto, é possível dizer, sem exagero, que erros na condução da política cambial podem levar a economia de um país a perder o equilíbrio. Por outro lado, medidas cambiais bem aplicadas contribuem para a manutenção de um ambiente econômico estável e previsível — essencial para o comércio exterior, os investimentos e o controle da inflação.
Para que serve a política cambial?
Objetivamente, as políticas cambiais servem para atenuar a volatilidade do câmbio, impedindo movimentos bruscos na cotação de uma moeda — que, muitas vezes, ocorrem por fatores externos ao país.
Além disso, também é usada para regular o volume de circulação de determinada moeda estrangeira no país. A depender do momento, o Banco Central pode atuar para aumentar, por exemplo, a quantidade de dólares no Brasil — ou, pelo contrário, para reduzi-la.
Em outras palavras, essas medidas podem ser usadas deliberadamente tanto para valorizar, quanto para desvalorizar momentaneamente a moeda nacional.
Eu sei: isso pode mesmo parecer estranho à primeira vista, mas não é bem assim. Mas calma. Daqui a pouco explico por que isso acontece e quais os efeitos práticos dessas decisões.
Qual o principal objetivo da política cambial?
O principal objetivo da política cambial é controlar o volume de moeda estrangeira em circulação no território nacional. A ideia é evitar oscilações bruscas na cotação e ajustar a taxa de câmbio de acordo com a situação econômica do país.
Como adiantei, isso pode envolver medidas para valorizar ou desvalorizar o real em relação a outras moedas. Por que e como isso é feito, eu explico a seguir. Para entender melhor, é importante saber:
Como funciona a política cambial?
A política cambial funciona como uma maneira do Banco Central controlar a quantidade de moeda estrangeira que entra e sai do país. Mas como isso é feito? A resposta é bem mais simples do que parece: comprando e vendendo moeda, como qualquer pessoa.
A lógica é tão clara quanto:
- Quando há pouca moeda estrangeira no mercado, a taxa de câmbio sobe e ocorre a depreciação cambial — o real passa a valer menos em face das demais moedas;
- Quando há moeda estrangeira em abundância, ocorre o inverso. A taxa de câmbio cai e o real é apreciado.
As medidas em uma ou outra direção — sejam para apreciar ou depreciar a moeda doméstica — são coordenadas para se ajustar ao momento econômico atual, promovendo a manutenção de condições favoráveis para o comércio e também para o investimento internacional.
Por exemplo: quando o governo busca estimular as exportações, o BACEN atua para desvalorizar o real, mesmo que momentaneamente. Com o dólar — ou outra moeda estrangeira — valendo mais, os produtores nacionais se sentem compelidos a vender seus produtos para fora.
Já num cenário oposto, em que o objetivo é conter a inflação ou facilitar a importação de insumos e bens de consumo, o Banco Central pode atuar para valorizar o real. Com a moeda brasileira mais forte, fica mais barato comprar produtos do exterior, o que ajuda a reduzir os preços internos e aliviar a pressão inflacionária.
Quais são os principais instrumentos de política cambial?
As intervenções cambiais podem ser feitas de forma direta — com a compra e venda de moedas no mercado — ou de forma indireta, por meio de instrumentos como os swaps cambiais.
Para, por exemplo, conter a alta do dólar de maneira direta, o Banco Central pode recorrer a duas modalidades principais:
- Leilão à vista (ou leilão direto): o Bacen vende dólares das reservas internacionais diretamente ao mercado, aumentando a oferta da moeda estrangeira e, assim, pressionando a cotação para baixo;
- Leilão de linha: trata-se de um empréstimo de dólares ao mercado. O Bacen oferta dólares da reserva federal, os quais devem ser devolvidos ao Banco Central com juros em data previamente acertada.
Já o swap cambial (do inglês swap, que significa “troca”), no contexto financeiro, é um acordo em que o Banco Central oferece proteção contra a variação cambial em troca da variação dos juros. Na prática, é como se o BC vendesse dólares no mercado futuro, mas sem movimentar as reservas internacionais — toda a operação ocorre em reais
Funciona assim: o BC se compromete a pagar ao investidor a variação do dólar num determinado período, e, em troca, recebe a variação da taxa de juros (geralmente a taxa CDI). Se o dólar subir, o investidor é compensado; se cair, ele paga a diferença ao BC. Isso ajuda a conter oscilações excessivas da moeda e a oferecer hedge (proteção) ao mercado, especialmente a empresas com dívidas ou contratos atrelados ao dólar.
Quais os tipos de política cambial?
Para manter o equilíbrio da economia em diferentes momentos, a política cambial pode ser orientada de duas maneiras:
- como complemento a medidas econômicas contracionistas, que buscam conter a inflação;
- ou como apoio a políticas expansivas, que visam estimular o consumo e aquecer a atividade econômica.
Para esclarecer, explico a seguir cada uma dessas orientações de forma individual:
Política cambial contracionista
Como o nome sugere, as medidas contracionistas são adotadas quando o governo precisa conter a inflação e desacelerar o ritmo da economia.
No campo cambial, isso pode significar atuar para valorizar o real, tornando os produtos importados mais baratos. Com isso, há uma maior oferta de bens no mercado, o que ajuda a reduzir os preços internos e aliviar a pressão inflacionária.
É importante destacar que, embora a valorização do real contribua para conter a inflação, ela não visa estimular o consumo. Pelo contrário: esse tipo de política normalmente vem acompanhado de ações que reduzem a demanda agregada, como:
- Política fiscal, com aumento de impostos ou cortes nos gastos públicos;
- Política monetária, com elevação da taxa básica de juros, encarecendo o crédito e
desestimulando o consumo.
Política cambial expansionista
Opostas das políticas contracionistas, as políticas expansionistas são adotadas quando há necessidade de estimular o crescimento econômico, aumentar o consumo, especialmente em momentos de recessão ou com alta taxa de desemprego.
No campo cambial, isso pode envolver ações do Banco Central para desvalorizar o real, tornando os produtos nacionais mais baratos no mercado externo. Isso incentiva as exportações, aumenta a entrada de divisas no país e impulsiona a produção interna.
Além disso, com o real desvalorizado, os produtos importados ficam mais caros, o que pode direcionar o consumo para bens e serviços nacionais — ajudando a estimular a indústria local e a gerar empregos.
Essa estratégia costuma vir acompanhada de outras medidas expansionistas, como:
- Política fiscal, com aumento de investimentos públicos e redução de impostos;
- Política monetária, com corte na taxa básica de juros, facilitando o acesso ao crédito e incentivando o consumo e os investimentos.
Quais os três principais regimes de política cambial?
Os regimes de política cambial determinam como o valor da moeda de um país é administrado em relação a moedas estrangeiras. De forma geral, existem três tipos de regime cambial mais comuns adotados pelos bancos centrais: o câmbio fixo, o câmbio flutuante e a banda cambial.
Abaixo explico o que são e como funcionam cada um deles:
Câmbio fixo
No regime de câmbio fixo, como o nome indica, o Estado define um valor específico para a moeda nacional em relação a uma moeda estrangeira — geralmente o dólar ou o euro.
Para manter essa paridade, o Banco Central atua constantemente no mercado, realizando a compra e a venda de toda oferta e demanda disponível, para evitar variações.
A principal vantagem desse modelo é a previsibilidade cambial, o que facilita o comércio exterior e o planejamento econômico, especialmente em países com histórico de inflação elevada.
Por outro lado, o maior desafio está na sustentação dessa paridade, já que o país precisa dispor de grandes reservas em moeda estrangeira e pode ser forçado a “queimar reservas” sempre que houver pressões do mercado que empurrem a moeda para fora do valor estabelecido.
Câmbio flutuante
No regime de câmbio flutuante, o valor da moeda doméstica é determinado livremente pelo mercado, de acordo com as forças de oferta e procura. Ou seja, quando há muita demanda por moeda estrangeira, ela se valoriza em relação ao real; quando há pouca, ela se desvaloriza. Neste modelo, os bancos centrais evitam agir para intervir na taxa de câmbio.
A principal vantagem do câmbio flutuante é a flexibilidade: o valor da moeda se ajusta automaticamente às condições econômicas internas e externas, sem exigir grandes reservas internacionais. Além disso, o Banco Central mantém maior liberdade para conduzir a política monetária (como controlar os juros e a inflação).
A grande desvantagem, porém, é a volatilidade cambial. A taxa de câmbio pode sofrer variações intensas em períodos de instabilidade, o que dificulta o planejamento de empresas que exportam, importam ou têm dívidas em moeda estrangeira.
Banda cambial
A banda cambial é um regime híbrido entre o câmbio fixo e o câmbio flutuante. Nele, a cotação da moeda pode variar livremente dentro de uma faixa predefinida (a chamada “banda”).
Se o valor da moeda se aproximar dos limites superior ou inferior dessa faixa, o Banco Central intervém no mercado, comprando ou vendendo moeda estrangeira para manter a taxa dentro dos limites estabelecidos.
Neste modelo, o valor da moeda doméstica não oscila tanto quanto no câmbio flutuante, mas também não está rigidamente atrelado como no câmbio fixo. Da mesma forma, o Banco Central atua quando necessário, mas com menor frequência e intensidade do que nos regimes mais intervencionistas.
Para fixar esse conteúdo e nunca mais se confundir, observe o quadro comparativo com as três formas de regime:
Característica | Câmbio fixo | Câmbio flutuante | Banda cambial |
Definição | Taxa de câmbio é fixada pelo governo | Taxa de câmbio varia livremente conforme o mercado | Taxa varia dentro de uma faixa determinada (banda) |
Intervenção do banco central | Constante, para manter o valor fixo | Nenhuma ou eventual | Moderada, quando os limites da banda são ameaçados |
Volatilidade da moeda | Baixa | Alta | Moderada |
Uso de Reservas | Elevado | Baixo | Moderado |
Vantagens | Estabilidade e previsibilidade | Flexibilidade e autonomia na política monetária | Combina flexibilidade com algum controle |
Desvantagens | Pouca flexibilidade e alto custo de manutenção | Volatilidade e incerteza para negócios internacionais | Complexidade de gestão e risco de especulação |
Qual é o regime de câmbio brasileiro?
Ficou com curiosidade para saber qual dos três regimes de câmbio é adotado pelo Brasil? Atualmente, o modelo em prática por aqui é uma variante do câmbio flutuante chamada “dirty float“ — ou “flutuação suja“, em tradução livre.
Mas o que isso significa? Quer dizer que a taxa de câmbio entre o real e moedas estrangeiras varia livremente conforme a oferta e a procura. Contudo, o Banco Central pode intervir pontualmente para evitar oscilações bruscas ou movimentos especulativos que prejudiquem a economia.
Você sabia? O Brasil já chegou a adotar também os outros dois tipos de regime cambial — e nem faz tanto tempo assim.
Durante o Plano Real, o país utilizou o câmbio fixo, com o objetivo de conter a hiperinflação e facilitar a importação de bens — principalmente dos EUA. Na época, R$1,00 valia exatamente US$1,00.
Com a estabilização da nova moeda, o Brasil migrou gradualmente para o regime de banda cambial, no qual o teto da faixa de variação era ajustado sempre que o dólar atingia seu limite superior. Esse modelo vigorou até 1999, quando o país adotou o regime de câmbio flutuante com intervenções ocasionais, que permanece em vigor até hoje.
Como a política cambial afeta a economia?
A política cambial afeta a economia nacional como um todo. Entre outras coisas, a taxa de câmbio impacta na dívida externa, nas dívidas de empresas nacionais com obrigações em dólar, no investimento internacional e o principal: no preço dos produtos e bens importados e exportados.
A dinâmica aqui é bastante clara: quando o dólar sobe, produtores brasileiros tendem a priorizar o mercado externo, pois o câmbio torna as exportações mais lucrativas. Como consequência, o mercado interno pode enfrentar escassez de oferta, enquanto a procura continua alta. O resultado? Aumento de preços — ou, em termos técnicos, inflação.
Por outro lado, quando o real se valoriza, vender no mercado interno torna-se mais vantajoso. Além disso, produtos importados ficam mais baratos, o que pode aliviar a inflação. No entanto, isso também pode prejudicar a indústria nacional, já que os produtos brasileiros se tornam menos competitivos lá fora.
Como se vê, manter uma política cambial equilibrada é um grande desafio. A condução dessas medidas impacta a economia como um todo e o bem-estar da população. Para mostrar que isso não é exagero, no próximo tópico explicarei, de forma mais direta, os principais impactos da taxa de câmbio no nosso dia a dia.
Quais os impactos da política cambial na vida dos brasileiros?
Pode não parecer à primeira vista, mas a política cambial afeta, em maior ou menor grau, a vida de todos os brasileiros — mesmo daqueles que nunca fizeram uma operação de câmbio. Seus efeitos aparecem em diversos contextos: na compra de produtos importados, em viagens internacionais, em investimentos, transferências para o exterior e até no preço dos itens que encontra nas prateleiras do supermercado.
Para mostrar como isso acontece na prática, explico a seguir a relação entre a política cambial e cada uma dessas situações:
Compra de mercadorias importadas
Quando o real se desvaloriza frente ao dólar ou ao euro, os produtos importados — como eletrônicos, carros, medicamentos e até alimentos — ficam mais caros, pois a conversão para reais torna essas compras internacionais mais onerosas.
Além disso, muitos produtos fabricados no Brasil utilizam matérias-primas ou componentes importados. Com o câmbio desfavorável, os custos de produção sobem — e esse aumento, por conseguinte, chega ao consumidor final.
Exemplo: um smartphone importado por R$3.000,00 com o dólar em R$5,00, pode passar a R$3.300,00 se o câmbio passar para R$5,60 — essa, claro, trata-se apenas de uma ilustração sem base em um modelo específico de produto.
Inflação e os preços no mercado
Mesmo sem perceber, o consumidor sente o impacto do câmbio no carrinho de compras. Itens de consumo básico como trigo, café, carne, óleo de soja e combustíveis são fortemente influenciados pelo mercado externo.
Quando o dólar sobe, exportar esses produtos torna-se mais lucrativo para os produtores, o que pode reduzir a oferta no mercado interno e, como consequência, pressionar os preços para cima.
Exemplo: se o volume da exportação de frango aumenta devido à valorização do dólar, sobra menos carne para o consumo interno, e o preço nas gôndolas sobem.
Viagens internacionais
Com o real desvalorizado, viajar para fora do país fica mais caro. Passagens, hospedagem, alimentação e quaisquer outras despesas feitas em moeda estrangeira acabam custando mais por conta da taxa de câmbio. Isso faz com que muitas pessoas adiem ou até cancelem viagens para o exterior, especialmente para destinos como os Estados Unidos ou a Europa.
Exemplo: uma viagem para a Europa que custaria 1.500€ sairia por R$9.000 com o euro cotado a R$6,00. Com o euro a R$6,50 (cotação atual, no momento em que escrevo este artigo), o valor subiria para R$9.750.
Investimentos
O câmbio também afeta o mercado financeiro e os rendimentos dos investidores. Esse impacto é mais direto para brasileiros que aplicam no exterior ou em produtos com lastro internacional, como fundos de investimento internacional, BDRs (Brazilian Depositary Receipts — recibos de ações estrangeiras negociadas na B3 em reais), ETFs (Exchange Traded Funds) de índices estrangeiros. Mas, importante dizer, não se limita a eles.
No entanto, aplicações locais não necessariamente estão livres de influência da política cambial. Fundos cambiais, ações de empresas exportadoras ou que dependem de insumos importados, por exemplo, reagem ao comportamento do câmbio. Além disso, a estabilidade da moeda interfere nas decisões de investidores estrangeiros, impactando a bolsa de valores e o fluxo de capitais no Brasil.
Exemplo: quem investe em um BDR da Apple pode obter ganhos sempre que o dólar se valorize, mesmo que o preço das ações da empresa lá fora continue estável ou caía. Por outro lado, se o real se valorizar, o investidor pode ter perdas — mesmo que a ação suba em dólares.
Transferências internacionais
Por fim, a política cambial também impacta nos custos ou ganhos de quem por motivo pessoal ou profissional precisa fazer ou receber transferências internacionais. O valor final convertido pode variar significativamente conforme a cotação da moeda. Além disso, as taxas bancárias geralmente acompanham a cotação do dia.
Exemplo: um profissional brasileiro que trabalha remotamente para uma empresa na Europa pode perceber diferenças importantes ao converter os seus rendimentos para reais, dependendo da valorização ou desvalorização do euro.
Quais as diferenças entre as políticas monetária, fiscal e cambial?
Juntas, as políticas fiscais, as políticas monetárias, e as políticas cambiais constituem o tripé da política econômica de um país. Mas o que difere os componentes desse trio entre si? Para responder isso, basta entender o que são cada uma dessas políticas:
- Política cambial: reúne medidas que influenciam o volume de moeda estrangeira que entra ou sai do país, afetando diretamente a cotação da moeda nacional;
- Política monetária: refere-se às ações do Banco Central voltadas ao controle da quantidade de dinheiro em circulação na economia, com o objetivo de manter a inflação sob controle;
- Política fiscal: diz respeito à gestão das receitas e despesas do Estado — ou seja, ao equilíbrio das contas públicas, envolvendo a arrecadação de impostos e a forma como o governo aplica esses recursos.
A condução equilibrada dessas três frentes é fundamental para assegurar a estabilidade econômica, manter a inflação sob controle, garantir a sustentabilidade das contas públicas e promover o crescimento do país.
Importante: cabe mencionar que, para além do tripé clássico da política econômica, há quem inclua a existência de um quarto pilar: as chamadas políticas de renda. Esse conjunto de medidas tem como objetivo reduzir a desigualdade social e promover uma distribuição mais equitativa da riqueza na sociedade. Incluem-se aqui ações como o aumento do salário mínimo, transferências de renda, subsídios e programas sociais.
Qual a diferença entre política cambial e comercial?
Embora ambas influenciem as exportações e importações, política cambial e política comercial são conceitos bem distintos.
A política cambial, como já vimos, refere-se ao conjunto de medidas adotadas pelo Banco Central para controlar o fluxo de moeda estrangeira e influenciar o valor da moeda nacional frente a outras divisas.
Já a política comercial diz respeito às estratégias do governo para regular o comércio internacional — ou seja, as trocas comerciais com outros países. O seu objetivo é estimular ou restringir importações e exportações, promovendo a competitividade internacional ou protegendo setores estratégicos da economia nacional.
Enquanto a política cambial atua principalmente por meio da compra e venda de moeda estrangeira pelo Banco Central e da gestão do regime cambial, a política comercial utiliza uma variedade de instrumentos específicos, como tarifas alfandegárias, acordos comerciais, barreiras sanitárias ou técnicas, subsídios à exportação, entre outros.
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