Quem empreende assume riscos. Quem investe nessas empresas também. Afinal, os riscos são ameaças inerentes a qualquer negócio ou aplicação. Para contorná-los, a saída mais inteligente é mapear todos os possíveis problemas de cada atividade e não somente avaliar se valem os lucros esperados, mas também encontrar formas de preveni-los.
Hoje você vai aprender mais sobre dois deles: o risco de imagem e o risco legal. Ambos são bastante amplos e geralmente são os responsáveis por crises de grande porte no mercado, baixando o valor de muitas empresas na Bolsa e fragilizando as estruturas de algumas companhias.
Siga comigo para entender:
- Como evitar o risco legal e o risco de imagem?
- Quais são os tipos de riscos legais?
- O que podemos citar como risco legal?
- Quais as consequências do risco legal?
- O que é risco de imagem?
- Quais são as causas mais comuns que geram risco de imagem?
- O que podemos citar como risco de imagem?
- Quais as consequências do risco de imagem?
- Como evitar o risco legal e o risco de imagem?
Vamos lá?
O que é risco legal?
O risco legal é a possibilidade de uma empresa ser penalizada devido ao não cumprimento de leis ou regulamentos. Ou seja, é a ameaça de sofrer qualquer consequência legal por conta de violações da legislação ou documentação insuficiente, por exemplo.
Por ser amplo e capaz de por fim às atividades de um negócio, o risco legal é a razão pela qual muitas companhias investem em diligência prévia. Em termos mais práticos, são setores focados na prevenção de ameaças legais e que tenham potencial de manchar sua integridade jurídica.
Quais são os tipos de riscos legais?
Como o risco legal é amplo, acaba se desdobrando em vários tipos distintos. Os riscos tributários, trabalhistas, regulatórios, de litígio e de fraude são os principais.
Conheça cada um deles:
Risco tributário
Esse risco ocorre quando uma empresa não cumpre corretamente suas obrigações fiscais, seja por falta de conhecimento, má fé, erro ou interpretação incorreta da legislação.
Multas e processos são algumas das penalidades possíveis, ao passo que a empresa ou o empresário ainda podem ser acusados de sonegação fiscal. Para evitar contratempos dessa natureza, é importante que uma companhia conte com uma boa equipe de contabilidade.
Naturalmente, o risco tributário pode impactar negativamente a reputação da empresa, bem como sua relação com investidores e parceiros comerciais.
Ao se envolver em questões fiscais, pode acabar enfrentando dificuldades em obter crédito ou em atrair investimentos, por exemplo. Assim, o crescimento e a sustentabilidade ficam comprometidos também.
Risco trabalhista
O risco trabalhista está relacionado ao não cumprimento das leis trabalhistas e dos direitos dos empregados. Nesse caso, também pode levar a ações judiciais, multas e indenizações.
Problemas como condições de trabalho inadequadas e pagamentos incorretos ou atrasados são alguns dos exemplos mais frequentes.
Para além das questões legais, o risco trabalhista também pode afetar o ambiente de trabalho e a moral dos funcionários.
A lógica é simples: uma companhia que enfrenta muitas disputas trabalhistas dificilmente vai conseguir manter um clima organizacional positivo. O resultado? Redução da produtividade e aumento da rotatividade de pessoal.
Risco regulatório
Se uma empresa não atende às exigências feitas por órgãos reguladores, corre o risco regulatório de enfrentar penas bastante severas — desde multas altas até a suspensão das atividades.
Quando uma companhia opera em um ambiente regulatório complexo — no setor da saúde, por exemplo —, precisa estar ainda mais atenta à legislação e às boas práticas em vigor. Inclusive, evitar riscos regulatórios não deve ser uma prioridade apenas para fins de proteção da reputação, mas para preservar os clientes, consumidores e pacientes também.
Risco de litígio
Este se trata da possibilidade de uma empresa passar por processos judiciais de várias naturezas — quebras de contrato, questões de propriedade intelectual, disputas comerciais, entre outros exemplos.
Casos assim podem ser bem custosos e demorados, o que consequentemente afeta os recursos financeiros e operacionais da companhia. Para contornar o risco, ter contratos elaborados, manter registros adequados e resolver disputas de maneira eficaz e rápida são alternativas possíveis.
Casos litigiosos geralmente fazem com que uma empresa tenha exposição negativa na mídia. Por conta disso, além dos custos com advogados e indenizações, a imagem pode ser bastante prejudicada.
Risco de fraude
Aqui, temos a possibilidade de ações fraudulentas por parte de funcionários, clientes ou terceiros, que podem causar perdas financeiras significativas e danos à reputação da empresa.
Por “fraude” me refiro a falsificação de documentos, desvio de fundos, manipulação de informações financeiras e outros atos ilícitos, por exemplo. Como estratégias para evitar problemas dessa natureza, é comum que as companhias invistam em auditorias frequentes e na promoção de uma cultura ética e transparente.
E tem mais: a descoberta de fraudes pode levar a investigações legais e a penalidades adicionais.
O que podemos citar como risco legal?
Dentre as causas mais frequentes que geram o risco legal, temos:
- Não cumprimento de leis e regulamentos;
- Inconsistências em balanços financeiros;
- Não pagamento de impostos;
- Fraude e corrupção;
- Disputas trabalhistas;
- Falhas na proteção de dados;
- Violação de direitos autorais;
- Contratos mal elaborados;
- Problemas ambientais;
- Publicidade enganosa;
- Litígios e processos judiciais;
- Práticas de concorrência desleal;
Quais as consequências do risco legal?
Multas, processos e deterioração da imagem da empresa são algumas das consequências do risco legal. Consequentemente, tudo isso ainda traz perdas financeiras à companhia.
É por isso que todo negócio precisa investir em gestão de risco e compliance. Esses setores são responsáveis por prevenir qualquer descumprimento de lei ou inconformidade regulatória, por exemplo, e manter a empresa sempre de acordo com a legislação.
Puxando para o mercado financeiro, as perdas monetárias não vêm apenas da falta de confiança dos clientes, mas dos investidores também. Quando uma instituição é mal vista no seu setor de atuação, possivelmente seu valor vai cair, já que o volume de injeções de capital por meio de títulos e ações vai sofrer uma queda também.
Dependendo da gravidade do problema, as consequências podem ser tão grandes a ponto de fazer uma companhia falir.
O que é risco de imagem?
O risco de imagem é a possibilidade de uma empresa sofrer danos à sua reputação no mercado por conta de percepções negativas do público. Instabilidade financeira, envolvimento em polêmicas e acúmulos de processos são apenas alguns dos exemplos capazes de gerar esse tipo de problema.
Aqui, entra o conceito de Brand Equity. Este se trata da maneira como as pessoas enxergam uma marca ou empresa, ou como o seu valor é percebido pelo público. Quando positivo, naturalmente produtos e serviços terão mais abertura no mercado e vão atrair maior interesse dos investidores.
Por outro lado, se o brand equity for negativo, causado por qualquer tipo de dano à imagem corporativa, o valor comercial da marca cai e a situação financeira consequentemente despenca. Ao mesmo tempo, os lucros diminuem, os clientes passam a escolher outras opções e os investidores a realocar o dinheiro em títulos e ativos mais promissores e menos problemáticos.
Quais são as causas mais comuns que geram risco de imagem?
Uma empresa corre o risco de ter a sua imagem afetada por conta de causas da seguinte natureza:
- Produtos ou serviços de baixa qualidade;
- Atendimento ao cliente insatisfatório;
- Escândalos e fraudes;
- Falhas na comunicação e falta de transparência;
- Incidentes de segurança e privacidade;
- Publicidade enganosa ou controversa;
- Problemas ambientais e sociais;
- Comportamento inadequado de funcionários;
- Parcerias com empresas de má reputação;
- Acúmulo de processos trabalhistas;
- Muitas reclamações de clientes ou colaboradores;
- Respostas inadequadas a crises e críticas.
O que podemos citar como risco de imagem?
Os exemplos mais frequentes de risco de imagem incluem escândalos financeiros, problemas trabalhistas e violações de privacidade.
No entanto, a lista não para por aí. Veja só:
- Vazamento de dados de clientes ou informações sensíveis;
- Recall de produtos, defeitos ou falhas relacionadas à segurança;
- Práticas empresariais desonestas, como corrupção ou suborno;
- Poluição, desastres ambientais ou práticas não sustentáveis;
- Comunicação inadequada, como respostas dúbias a crises ou declarações problemáticas;
- Associação negativa a indivíduos ou outras empresas de reputação ruim;
- Marketing enganoso, exagerado ou ofensivo;
- Atendimento ao cliente insatisfatório;
Quais as consequências do risco de imagem?
O risco de imagem pode gerar perdas financeiras a uma empresa por diversos motivos: retirada de recursos dos investidores, perda de clientes para a concorrência e alta rotatividade de funcionários, por exemplo.
Com a imagem afetada, as razões que levam ao prejuízo ainda vão além. Ou seja, uma empresa pode sofrer processos ou ter que subitamente dobrar o investimento em gerenciamento de crise, a depender do contexto e do tipo de problema que está enfrentando.
Se a percepção do público e dos investidores chegar a ser extremamente negativa, inclusive, os danos podem chegar a ser irreparáveis.
Como evitar o risco legal e o risco de imagem?
As formas mais efetivas de evitar o risco legal e o risco de imagem é manter a empresa de acordo com a legislação correspondente às suas atividades e cultivar uma cultura de ética e transparência.
Na prática, o ideal é que uma companhia conte com setores especificamente voltados para a prevenção de problemas desta natureza. Compliance, contabilidade, relações públicas, jurídico e marketing são algumas das áreas que conseguem zelar pela imagem da empresa, mapear riscos e gerir crises com amparo profissional e legislativo.
As estratégias para contornar os riscos, é claro, variam de acordo com o setor de atuação de cada empresa. O ramo da saúde, por exemplo, necessitará de medidas distintas do setor imobiliário.
Do ponto de vista do investidor, vale o lembrete de que conferir a estrutura de uma companhia é um dever importante antes de realizar uma aplicação. A capacidade de gerenciar possíveis crises, se sustentar financeiramente e se manter com boa reputação é, afinal, parte do que aumenta o valor de mercado da empresa.
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