Para controlar a quantidade de moeda em circulação no Brasil, o Banco Central utiliza métodos que afetam a política monetária. Um deles consiste na utilização das operações em mercado aberto – também conhecido como open market

Deu para notar a importância que esse mercado tem para o país? Então, vem comigo aprender mais sobre, pois esse assunto é fundamental para suas certificações financeiras e para a sua carreira.

O que é mercado aberto?

O mercado aberto, ou open market, é onde o Banco Central negocia títulos com bancos comerciais. Ou seja, o público não tem acesso a esse mercado.

Essas operações fazem parte da política monetária nacional e servem para controlar a quantidade de moeda em circulação, reduzindo ou aumentando seu número.

Ademais, a taxa Selic também entra nessa equação. Afinal, o mercado aberto é uma ferramenta utilizada pelo Bacen para mantê-la de acordo com sua meta.

Quais os níveis de open market?

Eu tenho certeza que você já ouviu falar sobre o mercado aberto e ficou surpreso ao saber que o público geral não pode operar nele. Isso acontece porque o open market é composto por dois níveis diferentes: o primário e o secundário. Olha só a diferença entre eles:

Nível primário

O nível primário do mercado aberto é o ambiente no qual o Banco Central negocia com bancos comerciais – aquele que eu comentei sobre o público em geral não ter acesso. Como é um ambiente no qual as operações são configuradas como política, o Banco Central é o protagonista dessa ferramenta.

Nível secundário

Esse é o nível do mercado aberto que está acessível para o público. Depois que as negociações entre essas instituições e o Bacen acontecem, os bancos podem negociar esses títulos com investidores como eu e você.

O que é uma operação de mercado aberto?

Agora você já sabe que as operações existem para alterar o estoque de moeda em circulação no Brasil, certo? Logo, as operações do mercado aberto consistem na compra ou venda de títulos públicos por parte do Banco Central. Essa alteração da moeda, aliás, é esperada a médio prazo e costuma causar os efeitos esperados pelo Bacen.

Assim, o Banco Central promove leilões nos quais os dealers, que são os Bancos Comerciais, podem comprar títulos públicos. A próxima etapa é a renegociação desses títulos no mercado secundário, ou seja, a possibilidade de compra e venda por parte do público.

Todas essas operações, aliás, são reversíveis. Assim, mesmo quando há algum problema operacional, sua correção é fácil. 

Outro ponto importante de se destacar é que o uso do mercado aberto para fins de alteração da política monetária é geralmente bem sucedido. Afinal, as movimentações do Bacen costumam ser bastante precisas e meticulosas.

Qual a importância do open market para a política monetária?

Controlar a quantidade de moeda em circulação na economia, negociar dívidas públicas e controlar as taxas de juros são os três principais objetivos das operações realizadas no mercado aberto.

A explicação por trás dessa interferência toda é a seguinte:

  • Se o Banco Central vende títulos para os bancos comerciais, então o dinheiro que esses bancos têm em caixa vai diminuir e, por consequência, a quantidade de moeda circulando pelo Brasil também diminui;
  • Se o Banco Central compra títulos dos bancos comerciais, o resultado é o oposto. Nesse caso, as reservas dos bancos aumentarão e a moeda em circulação também.

Essa medida se baseia na Teoria Quantitativa da Moeda, que aponta para a relação entre a quantidade do Real em circulação e a taxa de inflação.

Em momentos de juros muito altos, por exemplo, o governo precisa adotar a política contracionista. Isso significa que o Bacen vai retirar o dinheiro em circulação através da compra de títulos dos bancos comerciais.

Com menos moeda em circulação, o consumo e a concessão de crédito são desestimulados. Assim, temos uma técnica que ajuda a controlar a inflação.

Como eu disse, o open market é apenas parte da política monetária, não o seu único instrumento. Outros métodos importantes que fazem parte da política monetária são essas operações aqui:

  • Depósitos compulsórios: taxa recolhida pelo Banco Central a partir dos depósitos nos bancos comerciais;
  • Redesconto bancário: empréstimo concedido pelo Banco Central para instituições financeiras que não têm dinheiro suficiente em caixa para realizar suas próprias operações.

Qual a relação da operação financeira open market com a dívida pública?

A relação entre open market e dívida pública é bem estreita. Isso acontece porque, nessas operações de compra e venda de títulos, o que o Banco Central está fazendo é comprar ou vender títulos da dívida pública.

É por isso que se você investir hoje em algum título do governo, estará fazendo parte dessa operação de política monetária, porém através do mercado secundário.

Como as operações de mercado aberto afetam a demanda agregada da economia?

Os impactos do mercado aberto na demanda agregada da economia tem a ver com a injeção ou tomada de dinheiro que eu expliquei anteriormente. 

Por meio da política monetária expansionista, a alta do real no mercado deve aquecer essa demanda agregada. Outra consequência dessa medida é o aumento da inflação.

Já na política contracionista, como vimos, o dinheiro é retirado de circulação para que o índice de consumo por parte da população seja menor – a fim de controlar uma inflação que subiu demais.

Como operar no mercado aberto?

Bem, a nível primário, você já sabe que apenas Banco Central e bancos comerciais podem fazer operações. 

Já as operações realizadas no mercado secundário são absolutamente fáceis de serem realizadas e muitos de nós as conhecemos bem – os títulos do Tesouro Direto são exemplos de ativos do mercado aberto secundário.

Para operar nesse nível do open market, basta escolher uma corretora de valores para ter acesso aos ativos disponíveis.

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