Hoje, eu quero contar histórias. Já se perguntou como o mercado financeiro brasileiro se desenvolveu? Afinal, em algum momento, não havia nem Banco Central, nem instituições de certificação, nem nada do que conhecemos hoje.

Por isso, para voltar aos primórdios e “começar pelo começo”, é preciso que eu fale antes do Banco Central.

Como surgiu o “banco dos bancos”?

Em 1808, o mercado financeiro brasileiro já começava a ser construído. Foi nessa época, aliás, que surgiu o Banco do Brasil.

Entretanto, foi só após o fim da Segunda Guerra Mundial, em 1945, que o mundo passou a ver com outros olhos a necessidade de organização financeira.

Disso, surgiu o Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional. Em território brasileiro, a Superintendência da Moeda e do Crédito (SUMOC) foi criada para supervisionar as instituições financeiras que já existiam.

Foi apenas em 1964, com a Reforma Bancária no país, que a SUMOC foi substituída pelo Banco Central do Brasil. 

O Banco Central nasceu com o propósito de ser um “banco dos bancos”. Assim, se tornou o que é hoje: uma instituição que garanta a estabilidade da economia brasileira e o poder de compra da moeda do Brasil.

E quanto ao mercado de capitais?

Na época, o mercado de capitais também merecia atenção. A Bolsa de Valores, por exemplo, já existia.

Assim, a Comissão de Valores Mobiliários foi criada em 1976, através da Lei nº 6.385 de 7 de dezembro daquele mesmo ano. Até então, nenhum órgão regulava esse mercado. Tanto é que a lei passou a ser popularmente conhecida como “lei da CVM”.

Entre todas as mudanças que essa lei trouxe ao país, há uma que acho interessante destacar. Foi nessa ocasião que os bancos múltiplos puderam ser constituídos. Dessa forma, por exemplo, uma pessoa jurídica pode operar com mais de uma carteira – investimento e comercial.

Disso, também surgiu a Ancord

Com o mercado de capitais sendo regulado, surgiu também a necessidade de uma entidade que representasse as sociedades corretoras. Disso, em 1972, resultou a ASCESP (Associação das Sociedades Corretoras e Câmbio do Estado de São Paulo).

Dez anos depois, a associação se transformou em uma entidade. Também passou por uma mudança em seu nome – se chamando, então, ANCOR (Associação Nacional das Corretoras de Valores). Mais tarde, em 1992, o “Valores Câmbio e Mercadorias” foi acrescentado ao nome.

Somente em 2004 os agentes autônomos e as empresas de distribuição e mediação de títulos e valores imobiliários foram aceitos no quadro associativo. Além disso, em 2007, os bancos de câmbio também passaram a fazer parte da Ancord.

E a Anbima?

É impossível falar sobre a história do mercado financeiro sem mencionar a Anbima.

Essa instituição é, na verdade, uma fusão entre a Associação Nacional dos Bancos de Investimento (Anbid) e a Associação Nacional das Instituições do Mercado Financeiro (Andima). 

A fusão ocorreu em 2009 e ambas as entidades já atuavam no Brasil há pelo menos quatro décadas. Dessa forma, temos hoje ao nosso dispor uma instituição que luta pelos interesses do mercado. Além disso, é claro, também oferece ferramentas para educar nossos profissionais e para estabelecer regras em suas práticas.

Um cenário de ordem

Você já deve saber que eu falo muito sobre como o mercado financeiro é algo inerente à vida de todo mundo. Inclusive, em seus estudos, você mesmo já deve ter percebido isso por conta própria.

Quando voltamos nossos olhos ao passado, vemos que as gigantes dessa área nasceram da necessidade de ordem e regras. Afinal, lidamos não somente com o dinheiro das pessoas, a nível individual, mas com todo o sistema econômico de um país de tamanho continental. 

Conhecer a história é valorizar um trabalho cujos efeitos sentimos ainda hoje. De que formas? Com a regulamentação de profissionais e instituições, por exemplo. Ou ainda com a possibilidade de analisar de forma apropriada as reviravoltas da economia. 

Já imaginou como seria o sistema econômico sem essas instituições?

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