O que é cotação?

O termo cotação pode ser definido como o preço momentâneo de um ativo

No mercado financeiro, a cotação é utilizada para definir o valor de negociação de títulos e de itens correlacionados. Alguns exemplos comuns de produtos financeiros cotados são: ações, moedas, e commodities agrícolas. 

Como funciona a cotação de preços?

A cotação — ou formação — de preços não é definida por um indivíduo, mas sim pelo próprio mercado. Isto é, o valor de um ativo flutua de acordo com a lei da oferta e da demanda. Pode, contudo, ser afetado por fatores econômicos e políticos diversos também.

Assim, é possível dizer que o preço acompanha a procura: se essa aumenta, o ativo se valoriza. Em contrapartida, se a busca cai, o ativo é desvalorizado.

A validade de uma cotação, por sua vez, é indefinida e depende do bem cotado. No caso da venda de um imóvel, esse valor pode permanecer inalterado por meses. Já o preço das moedas e das ações pode mudar diversas vezes ao longo do mesmo dia.

A título de exemplo, a cotação do dólar pode ser puxada por fatores como mudanças nas taxas de juros, indicadores econômicos, eventos políticos, movimentações especulativas, entre outros.  

Para que serve uma cotação?

A cotação pode ser vista como elemento inato de uma negociação financeira. Afinal, não há como vender ou comprar algo sem saber seu valor, sendo esse, ainda, um fator determinante para a tomada de decisão.

Ao cotar o mesmo ativo em diferentes lugares, é possível estipular uma média do preço e, então, descobrir qual a opção mais vantajosa entre todas as possíveis.

Outra maneira de compreender se uma aplicação vale ou não a pena é comparar a cotação atual do produto com o seu próprio preço em momentos passados. 

Essa é, inclusive, uma das estratégias basilares utilizadas por investidores para decidir qual o momento ideal para comprar ou vender um determinado título, ou manter uma posição em alguma aplicação.

Quais são os principais tipos de cotação?

A cotação é um fator onipresente em todas as negociações do mercado financeiro. Desse modo, é possível dizer que existem diferentes tipos de cotação, usadas em distintas situações e mercados. Cada qual possui suas especificidades, grau de volatilidade e métodos de precificação próprios. 

Alguns exemplos comuns de produtos financeiros cotados incluem:

  • Ações: demonstra o preço atual das ações de uma companhia listadas na bolsa de valores;
  • Títulos: apresenta o valor de negociação de debêntures e títulos de dívida do  Governo;
  • Moedas: faz a comparação de valor entre diferentes moedas no mercado cambial;
  • Commodities: mensura o preço de negociação de produtos relativos ao agronegócio ou bens naturais, como sacas de soja e café, quilo do boi gordo, entre outros. Esses valores são, comumente, usados no mercado de derivativos;
  • Futuros e opções: o preço de negociação de papéis de derivativos parte da cotação atual de seu ativo adjacente;
  • Índices de mercado: índices como o S&P 500 e o Ibovespa são cotados segundo a média ponderada de preço das ações das empresas que o integram;
  • Taxas de juros: a cotação das taxas de juros são consideradas para empréstimos e outros serviços do mercado de crédito.

Como fazer cotação ao investir? 

A cotação de um investimento pode ser feita de diferentes formas, mas, no geral, os métodos não se diferem das comparações de preço feitas por consumidores em suas compras de rotina. Ou seja, por pesquisa de preço de um produto em diferentes mercados, ou pelo estudo de seu valor ao longo do tempo.

Contudo, de modo a filtrar as buscas e facilitar a tarefa de encontrar boas oportunidades de aplicação, é possível seguir o passo a passo abaixo:

  1. Defina o ativo a ser pesquisado

O ponto de partida é decidir entre os investimentos de renda fixa e os de renda variável. 

Além de já remover, praticamente, metade das opções de produtos financeiros existentes —  e não desejáveis — , definir um desses dois caminhos também é necessário, pois cada uma das categorias possui suas plataformas específicas de preços.

  1. Pesquise pela operadora da aplicação

O investidor não pode operar na bolsa de valores por conta própria. Para a realização de grande parte das operações, é necessário a intermediação de uma corretora ou gestora de investimentos. 

Enquanto elo entre o mercado e os investidores, essas operadoras também são responsáveis por distribuir os produtos financeiros por meio das plataformas que oferecem aos seus clientes. São, assim, o melhor lugar para pesquisar o preço dos papéis e títulos.

Algumas dessas instituições, inclusive, fazem simulações de custos e rentabilidade de cada um dos produtos ofertados, além de oferecerem o teste de suitability — por meio do qual é possível definir o perfil do investidor e, com base nisso, quais os investimentos mais indicados para ele.

Outra maneira de investigar os preços é diretamente da fonte. Ou seja, por meio dos portais das entidades responsáveis pela negociação dos papéis, como a B3 e o Tesouro Direto, entre outros. Esses sites oferecem ferramentas importantes como simulações e mesmo tabelas atualizadas com a cotação atual dos ativos.

3. Faça o comparativo

Dentro ou fora do mercado de capitais, o objetivo da cotação é, além de buscar o preço, levantar e equiparar as especificidades de cada tipo de produto disponível. 

Assim, antes de tomar uma decisão, é preciso que o investidor faça uma comparação minuciosa entre os ativos, de modo a definir qual, entre eles, melhor se adequa às suas estratégias, perfil, metas e, principalmente, tolerância a riscoà risco.

Quando acompanhar as cotações dos seus ativos?

A cotação de certos ativos, como as ações, flutuam para cima e para baixo diversas vezes ao dia, e podem ser acompanhados, praticamente, minuto a minuto. Isso, contudo, além de exaustivo, não é sempre necessário.

A frequência com que se deve acompanhar as cotações depende mais da estratégia adotada pelo investidor, do que do ativo em si.

Investidores buy and holders —  que focam em investimentos de longo a longuíssimo prazo — não têm necessidade de verificar as variações diárias. Nesse método, as tendências de curto prazo devem ser ignoradas, já que normalmente não interferem nos resultados da empresa no longo prazo.

Day traders e scalpers, por outro lado, dependem de um acompanhamento constante, uma vez que buscam lucrar com as microvariações do preço de um papel ao longo do mesmo dia.

O que impacta uma cotação?

A flutuação de uma cotação é influenciada pela demanda e pela oferta. Esses dois fatores, por sua vez, são movidos pela mesma força motriz: as expectativas do mercado. 

Desse modo, é possível afirmar que a essência da cotação está na expectativa sobre o potencial de um ativo. Quem vende uma ação no mercado secundário, por exemplo, espera que o seu preço caia no futuro. Quem a adquire, aguarda o contrário.

Quando o mercado, de modo amplo, tem boas expectativas quanto à valorização de uma ação, é sinal de que a demanda desse título em específico é superior à oferta.

Essas expectativas, capazes de direcionar a percepção do mercado, podem ser afetadas por fatores diversos de ordem política, social e econômica. Alguns exemplos comuns são:

  • Indicadores econômicos: a divulgação de levantamentos econômicos como a taxa de desemprego, crescimento do PIB e a inflação impactam a percepção do mercado sobre a direção da economia de um país, afetando, por tabela, o preço dos produtos financeiros;
  • Política monetária: mudanças nas taxas de juros, por exemplo, afetam diretamente os preços de moedas, ações e títulos de dívida;
  • Eventos políticos: eleições, mudanças de governo, além de conflitos internos e externos podem afetar a percepção dos investidores sobre a estabilidade econômica e o desempenho de determinados ativos;
  • Divulgação de resultados: os demonstrativos financeiros divulgados periodicamente pelas empresas podem modificar a opinião dos investidores acerca da saúde financeira de uma empresa, seu potencial de crescimento e retornos;
  • Notícias setoriais: mudanças nas políticas fiscais ou na regulação de um segmento de mercado, bem como a possível introdução de avanços tecnológicos capazes de direcioná-lo são alguns dos eventos que podem mudar as projeções sobre empresas ou mesmo de todo um setor;
  • Eventos inesperados: desastres naturais, crises sanitárias e financeiras, entre outros fatores imprevistos afetam a economia de maneira impactante, o que, consequentemente, abala a visão do mercado sobre diferentes setores.

Estes, contudo, são apenas alguns dos fatores recorrentes que podem influenciar a percepção do mercado em relação à cotação de um produto financeiro. O mercado financeiro é guiado por um conjunto amplo de variáveis que se conectam entre si de diferentes formas. As possibilidades são infinitas.