O que é aporte?

Um aporte é um investimento ou contribuição adicional de dinheiro em um ativo financeiro, como ações, fundos ou títulos, ou em uma causa social ou empresa. 

Ele pode ser feito de forma única ou regularmente, com o objetivo de aumentar o capital investido e potencializar os retornos financeiros. No âmbito financeiro, a realização de aportes é uma estratégia comum para construir e fortalecer um portfólio de títulos ao longo do tempo.

Como funciona um aporte?

Quando você adiciona dinheiro a um investimento já existente ou começa a investir em um novo ativo, ou empresa, está fazendo um aporte. Por exemplo, ao aplicar em ações e decidir adicionar mais dinheiro à conta, isso é considerado um aporte. 

Na prática, considerando o âmbito financeiro, o aporte é uma forma de obter recursos para um negócio, onde o empreendedor busca uma instituição financeira para conceder crédito. 

Geralmente, isso envolve o pagamento de juros e a oferta de garantias. Por exemplo: ao pedir um empréstimo, o empreendedor concorda em pagar uma porcentagem adicional sobre o valor emprestado (chamados de juros) e em fornecer garantias para reduzir o risco do credor.

A instituição financeira, por sua vez e ao contrário de um investidor, não se torna parte do empreendimento. Ela apenas assume o risco do crédito concedido, não o risco do projeto em si. Para negócios pequenos ou iniciantes que não têm garantias para oferecer ou que precisam de prazos de pagamento mais longos, as taxas de juros podem ser mais altas

Além do contexto empresarial, um aporte também pode ocorrer nos investimentos pessoais. Aqui, imagine um investidor que tenha comprado um CDB ou título do Tesouro Direto. Nesse caso, ele está fazendo um aporte — em outras palavras, adicionando dinheiro a esse investimento para aumentar sua participação ou iniciar uma nova aplicação. Neste exemplo específico, o investidor empresta dinheiro ao emissor do título em troca de juros, funcionando de forma semelhante ao empréstimo de um empreendedor com uma instituição financeira.

Quais são as características do aporte financeiro?

A principal característica de um aporte financeiro é a sua adição de recursos em um empreendimento ou em um título de investimento (no caso do investidor que o faz em troca de retornos futuros), ou a busca por esse capital extra, se estivermos falando da parte que recebe o aporte.

Além destes dois atributos, podemos citar:

  • Garantias: quando um empreendedor busca o aporte de um investidor, por exemplo, concorda em pagar lucros sobre o valor concedido e oferecer algumas garantias na operação, como forma de reduzir o risco de quem está emprestando o dinheiro;
  • Risco e retorno: todo aporte realizado está atrelado a um risco financeiro. Um cenário ilustrativo é o investidor que faz aportes em ações e, com isso, pode futuramente sair no lucro ou no prejuízo, a depender da valorização desses ativos com o passar do tempo. Em outras palavras, quanto maiores forem os riscos assumidos, mais altos podem ser os ganhos;
  • Multiplicação do patrimônio: quando falamos de investimentos pessoais, os aportes significam a adição de mais recursos em uma aplicação, potencialmente tornando os ganhos desse indivíduo mais altos, multiplicando o dinheiro inicialmente aportado. É por esta razão que quem deseja ter um portfólio de ativos equilibrado e rentável não deve aplicar uma única quantia e esperar que ela renda, mas sim seguir injetando recursos com o passar do tempo.

Quais são os tipos de aportes?

Embora o aporte financeiro seja o tipo mais conhecido, há ainda outras categorias: de capital, de ativos, de conhecimento e de tecnologia

Cada um deles existe para uma finalidade específica e, para conhecer todas, continue na leitura:

Aporte financeiro

Este tipo de aporte é bastante comum entre empresas e se trata da busca por recursos que financiem as suas atividades ou projetos de expansão. Para isso, é possível recorrer a um banco, em busca de financiamentos ou empréstimos, ou a investidores, por meio do lançamento de ações na Bolsa ou da emissão de outros títulos.

Aqui, vale retomar o exemplo dado anteriormente: uma instituição que concede crédito a um novo negócio não se torna seu investidor, uma vez que assume unicamente o risco de inadimplência, e não do projeto em si.

Aporte de capital

O aporte de capital acontece quando um investidor injeta recursos em uma empresa com potencial de crescimento, obtendo um percentual societário do empreendimento. Essa alternativa é buscada principalmente por negócios e startups de médio porte, com atividades bem estruturadas e capazes de arcar com as taxas e garantias necessárias — algo muitas vezes inviável para empresas menores.  

A modalidade é vantajosa para as duas partes envolvidas. De um lado, temos o negócio que vai receber os recursos e escalar as suas operações. Do outro, temos um investidor rentabilizando o próprio capital, apostando no sucesso do empresário. 

Dentro do aporte de capital, temos ainda três subcategorias possíveis:

1 – Investidor anjo

Um investidor anjo é uma pessoa física que fornece capital inicial para startups em troca de participação acionária na empresa e por acreditar na valorização futura de determinada ideia. Geralmente, eles também oferecem orientação, experiência e contatos para ajudar no crescimento do negócio, indo além do investimento financeiro.

2 – Venture capital

Este se trata do financiamento fornecido por investidores a empresas emergentes e de alto potencial de crescimento rápido. Ou seja, são negócios novos no mercado e que ainda não possuem um bom faturamento — por essa razão, este tipo de aporte também é chamado de capital de risco

Como o próprio nome indica, esse tipo de aporte representa um risco elevado e não é indicado para investidores iniciantes. A título de curiosidade, no Brasil, é possível investir em Venture Capital por meio de Fundos de Investimento em Participações (FIP) ou Fundos Mútuos de Investimentos em Empresas Emergentes (FMIEE), ambos regulados pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

Aporte de ativos

O aporte de ativos, por sua vez, é uma estratégia na qual um investidor adiciona mais recursos a um investimento já existente. Em outras palavras, é o ato de fazer a compra adicional de ações, títulos, imóveis ou qualquer outro tipo de título financeiro. Aqui, o objetivo principal é aumentar a exposição a determinado investimento ou diversificar o portfólio.

Para ilustrar a definição, imagine um investidor já possui ações de uma empresa e decide comprar mais ações dela. Nesse caso, está fazendo um aporte de ativos. Em geral, a prática é realizada para aproveitar oportunidades de mercado, fortalecer uma posição existente ou ajustar a alocação de recursos de acordo com os objetivos de cada um.

Aporte de conhecimento

Quando alguém compartilha suas habilidades e experiências para ajudar outra pessoa a conquistar seus objetivos ou resolver um problema específico, temos um aporte de conhecimento.

No contexto dos negócios, é possível resgatar o exemplo do investidor anjo, que não somente realiza aportes financeiros em uma empresa com potencial de crescimento (injetando dinheiro nela), mas também contribui para a evolução das operações com o seu conhecimento.

Aporte de tecnologia

Por fim, o aporte de tecnologia se refere à incorporação de novas tecnologias em processos, produtos ou serviços existentes. Isso pode incluir, por exemplo, a implementação de softwares, sistemas de automação, dispositivos eletrônicos avançados ou outras inovações tecnológicas para melhorar a eficiência e a produtividade de uma empresa

Na prática, esse tipo de aporte é essencial para manter a competitividade no mercado atual, onde a tecnologia desempenha um papel cada vez mais importante e oferece inovações contínuas. Ao investir em tecnologia, um negócio tem a chance de reduzir custos, aumentar a eficiência, melhorar a experiência do cliente e até mesmo criar novos modelos de operações.

Qual o melhor ativo para realizar o aporte?

O melhor ativo para realizar um aporte sempre vai depender do perfil do investidor em questão. Afinal, no mercado de capitais, as opções disponíveis são inúmeras, contemplando diferentes níveis de liquidez, grau de risco e dinâmica de rentabilidade — fatores cruciais a serem considerados no momento da tomada de decisão.

Para os perfis mais iniciantes e com menos conhecimento de investimentos, os ativos de renda fixa são os mais recomendados. Isto é, esses papéis oferecem maior previsibilidade de ganhos e são consideravelmente mais seguros CDBs e títulos do Tesouro Direto são dois bons exemplos dessa classe.

Já para os mais experientes, ações e demais ativos de renda variável são excelentes alternativas. Nesses casos, embora os ganhos não sejam garantidos, os retornos tendem a ser mais altos. Assim, quem tiver conhecimento e se sente confortável para assumir riscos maiores, pode acabar fazendo negócios que valem mais a pena. Seja como for, o ideal é que investidores de qualquer perfil acompanhem regularmente o mercado econômico como um todo, compreendendo as suas oscilações, e não economize tempo ao aprofundar o seu conhecimento sobre os investimentos, a fim de tomar decisões embasadas e resistir a impulsos.