Nesta série especial sobre o tesouro direto você já percebeu que a SELIC é o maior influenciador das rentabilidades nos títulos públicos.
Neste artigo vou abordar um pouco mais sobre o que influência a taxa básica de juros. Porém antes de tudo é importante saber que todos compreendem o que é a taxa SELIC.
A Taxa SELIC é a taxa básica de juros da economia brasileira e, com base nesta taxa, são remunerados os título públicos. O que por sua vez acaba por influenciar diretamente a rentabilidade dos demais investimentos e também os custos de empréstimos tomados das instituições financeiras.
A taxa SELIC é um dos instrumentos de política monetária que do BACEN (Banco Central do Brasil) e pode ser utilizada como política restritiva desestimulando ou crescimento ou política expansionista estimulando o crescimento.
Quando o a reunião do COPOM optar por elevar a taxa de juros estamos falando de uma política restritiva que diminui o acesso ao crédito e desacelera o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo).
Em contrapartida uma redução da taxa SELIC é uma política expansionista facilitando o acesso ao crédito e incentivando o crescimento.
Agora que estamos no mesmo ponto de partida podemos partir para o próximo passo e falar sobre o que influência a taxa básica de juros.
O que influência a taxa básica de juros?
Existem três fatores principais que podem afetar a taxa SELIC e o principal é a inflação, afinal como vimos logo acima a elevação da taxa SELIC é uma das ferramentas do BACEN para combater uma alta descontrolada da inflação.
Afinal, com quando o nível dos preços aumentam, o seu dinheiro e consequente seu poder de compra. Os mais velhos lembram inclusive que já passamos por momentos terríveis em nossa economia em um período chamado de hiperinflação.
Caso queira saber mais sobre o assunto tem um artigo no blog chamado O poder do dinheiro e a inflação.
O que influência a taxa básica de juros também de forma bem relevante é o Dólar Americano (moeda base da economia mundial).
Esta moeda define o valor das outras moedas de seus respectivos países. Por exemplo, se o Dólar for valorizado (por uma politica expansionista americana ou política protecionista brasileira feita pela BACEN) terá um impacto direto com o comércio internacional, afetando negativamente as importações devido a alta dos preços.
Com o dólar mais caro tenho certeza que você lembra do preço do seu eletrônico favorito. Mas vai muito além disso porque a grande maioria das matérias primas utilizadas pela indústria vem do mercado externo e com as cotações em dólar.
Todo esse ciclo nos leva mais uma vez para a inflação. Por outro lado este dólar elevado deixa as exportações brasileiras com um valor mais competitivo no mercado mundial, alavancando as vendas internacionais.
Por fim o desemprego é uma das consequências que ocorrem pela desaceleração econômica e também influência a taxa SELIC. Um cenário de taxas de juros muito elevadas incentiva os investidores a deixarem o capital alocado em títulos de renda fixa onde o risco é menor do que investir na economia real (imóveis, empresas, expansão de parques industriais) o que acaba gerando desemprego.
Em contrapartida uma taxa de juros baixa incentiva aos proprietários de capital investirem em atividades produtivas como imóveis e expansão de parques industriais gerando mais empregos e incentivando o crescimento econômico.
Como isso afeta o Tesouro Direto?
No caso do Tesouro Selic isto é bem óbvio, afinal o título valoriza de acordo com a taxa SELIC. Quanto mais a alta taxa SELIC, melhor será a remuneração do título.
O que muitas pessoas não sabem ou não se dão conta, é que no caso do Tesouro IPCA e no caso do Tesouro Pré-Fixado quanto mais a taxa básica de juros da economia (taxa SELIC) cair em relação a taxa de juros maior será a rentabilidade a curto prazo.
Isso acontece devido a forma como é calculado o preço unitário dos títulos.
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