O que é churning?

Churning é uma prática ilegal realizada por gestores ou administradores de recursos, que realizam negociações excessivas de ativos, lucrando, dessa forma, com a multiplicação de taxas e comissões, em detrimento do interesse de seus clientes. 

Do inglês “churn“, que significa “mexer” ou “agitar”, essa prática foi cunhada nos Estados Unidos, onde ela é rigorosamente coibida pela Securities and Exchange Commission (SEC). Embora no Brasil ainda não exista um regramento específico para o churning, esse tipo de operação viola os itens I e II, da Instrução 8 de 1979. 

Em 2011, a BSM, empresa do grupo B3, determinou os parâmetros que caracterizam essa prática. Desde então, uma série de empresas e pessoas já foram punidas pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) — autarquia que tem o objetivo de fiscalizar, normatizar, disciplinar o mercado de valores — e pelo Poder Judiciário no país. 

Como funciona o churning?

O churning é uma fraude praticada por administradores e gestores de carteiras que atuam na Bolsa de Valores. Eles se valem dos recursos que controlam para obterem lucro, mesmo que isso não traga nenhuma vantagem para seus clientes.

Na prática, esses agentes realizam um grande número de operações financeiras — muitas delas sem necessidade —, gerando, desse modo, ganhos com comissões e taxas.

Como identificar o churning?

A identificação do churning só pode ser feita a partir de uma análise técnica detalhada, após a fraude já ter sido efetuada. 

Na medida em que a Bolsa se populariza, práticas ilícitas como o churning também têm sido cada vez mais comuns. Sua detecção, portanto, não é tarefa simples. 

Isso porque administradores que praticam churning costumam se valer de tecnologias que atuam automaticamente por meio de parâmetros direcionados por algoritmos, para efetuar operações individuais em grande volume. 

Quais os indicadores de churning

Embora não seja uma fraude fácil de identificar, existem elementos que podem revelar a prática de churning.

Além do patrimônio líquido, outros dois indicadores são comumente utilizados para atestar irregularidades por parte dos administradores de carteiras: a taxa de custos de negociação (cost/equity ratio) e o giro da carteira de investimentos (turnover ratio).

  • Turnover Ratio: é o método mais comum para evidenciar negociações excessivas, uma vez que ele aponta o número de vezes em que uma carteira foi renovada em um período observado;
  • Cost/equity ratio: método que complementa o giro da carteira, por meio dos cálculos das despesas de negociação. Esse indicador compara o valor total das corretagens e correções com a carteira média do cliente.

Por mais que a análise desses indicativos não seja imune a falhas, ela pode servir como forte indício para comprovar irregularidades, sempre que aplicada de maneira personalizada, atentando para o perfil de cada investidor.

Como evitar o risco de churning?

Uma vez que o churning só ocorre quando um gestor tem autoridade total sobre os recursos do cliente, a melhor forma de um investidor evitar riscos é mantendo o controle sobre os investimentos ou confiar e trabalhar apenas para corretoras autorizadas pelos órgãos reguladores do mercado financeiro, como a CVM. Outra possibilidade é utilizar uma conta baseada em taxas. Para isso, porém, é preciso que a conta tenha um bom número de atividades para que se justifiquem essas taxas.


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